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Startups e Corporações: ameaça ou oportunidade?

30/10/2017 Categorias: Artigos
Assuntos: Artigos, Inovação

Quando ingressei no ecossistema de startups, muito pouco se falava sobre o envolvimento de corporações ou grandes empresas com startups. Um dos projetos estratégicos da Senior em 2014 era lançar nosso programa de corporate venturing através de aceleração de startups. Na época, havia poucos cases e referências, pelo menos no Brasil, e tivemos de construir o nosso modelo — mas esta é uma história que pretendo contar mais tarde.

Por Cacio Packer*

Já há algum tempo, startups têm chamando a atenção das empresas. Seja por ameaça ou oportunidade, este movimento parece não ter mais volta e já faz parte do olhar e do planejamento estratégico de muitas organizações. Além disso, recentemente, temos visto um movimento inverso: as empresas também começam a chamar a atenção das startups.

Mas afinal, existe sinergia nestes dois mundos aparentemente tão diferentes? Pode de fato esta relação impactar (positivamente) no crescimento e no sucesso dos negócios? Não existe uma resposta objetiva para estas questões, porém as perguntas abaixo podem contribuir para identificar se há uma inclinação por parte da empresa ou da startup a ter sucesso.

Por parte da empresa:

► A empresa tem identificado oportunidades de negócio para novos produtos e serviços, descolado do seu core business, das quais não tem conhecimento para atuar?
► É desejo da empresa testar outros modelos de negócio ou produtos no seu mercado principal?
► O CEO está disposto a investir o seu tempo e o dos colaboradores, incluindo executivos do alto escalão, em conversas e mentorias técnicas e de negócios para aprendizados e trocas de experiências?
► A companhia tem capital (semente) para investir e topa assumir riscos, sem garantia do retorno do investimento?
► A cultura da empresa lida bem com a diversidade? E está aberta a processos flexíveis e experimentos?

Por parte dos sócios da startup:

► Os empreendedores se identificam com a visão ou com parte da estratégia da empresa investidora? Terão acesso aos principais executivos da empresa e seu networking?
► Possuem competências e ou experiências que também podem contribuir para ampliar os negócios da empresa investidora?
► A base de clientes da empresa investidora pode ser acessada/explorada para gerar negócios e dar escalabilidade para o negócio?
► A empresa investidora tem prestígio e reputação, cuja associação das marcas, favorecerá a atuação no mercado ou dará acesso a novos canais?
► Os empreendedores estão preparados para dividir a governança do negócio e, com o tempo ou com a necessidade de mais investimentos, talvez ceder o controle da startup e tornarem-se minoritários no negócio?

Se você disse sim para a maioria destas afirmações, recomendo que você, seja empreendedor ou executivo de empresa, se aprofunde no tema, faça mais alguns benchmarks, participe dos eventos da comunidade e inicie alguma experiência. É importante ressaltar que fazer negócios com startups (para as empresas) e vice-versa não é uma agenda apenas de inovação ou de investimento. Trata-se também do exercício de empreender, de aprender com as falhas e tomar decisões com mais velocidade e andar por caminhos muitas vezes desconhecidos.

A nossa experiência, aqui na Senior, em buscar boas startups, nos levou a definir algumas características que consideramos importantes, na hora de avaliar um novo empreendimento na área da tecnologia:

► É importante que os empreendedores dominem o negócio, que tenham muita energia e disposição, e sócios (precisa ter mais de um) com competências complementares;
► É muito desejável que os sócios estejam dedicados exclusivamente para a startup;
► O produto desenvolvido pela startup já deve estar validado, sendo usado e preferencialmente faturando;
► O mercado em que atua ou pretende atuar deve ser grande, no mínimo do tamanho do mercado da empresa investidora, pouco explorado e possível de acessar de forma escalável;
► O negócio da startup deve estar presente na estratégia de médio ou longo prazo da empresa investidora.

Em relação ao formato das iniciativas que uma grande corporação pode utilizar para investir em startups, é importante decidir a intensidade do envolvimento com o assunto. Tanto iniciativas com maior envolvimento da empresa e seus executivos, como também iniciativas menos intensas, como patrocínios e premiações em eventos e competições, são igualmente possíveis.

A seguir, listo os meios mais utilizados, de acordo com pesquisa da INSEAD:

Na Senior, optamos por iniciar pela aceleração de startups, oferecendo espaço de coworking, dando mentorias, fazendo investimento anjo e depois, nos casos de sucesso, decidindo pelo modelo de parceria. Hoje, nós também potencializamos nossa presença no ecossistema, realizando, participando e patrocinando eventos de startups e hackathons.

Como fazemos:

Em 2014, criamos o Inove Senior. Um programa de aceleração corporativa que está na sua segunda edição e já é executado por um time próprio. Nós fizemos todo o processo, iniciando pela chamada, depois pela seleção, pré-aceleração, aceleração de produto e comercial.

Os negócios das startups devem estar alinhados com os nossos direcionadores estratégicos para então avaliarmos a nossa capacidade de fomentar aquele negócio. Os objetivos podem variar entre inovação para o negócio, entrada em novos mercados ou solução para problemas que ainda não resolvemos bem. Porém, se não puder ser escalável ou não tiver perspectivas de ser uma grande empresa, também não vai nos interessar.


*Cacio Packer é Gerente de Inovação na Senior — empresa referência em tecnologia para gestão no Brasil.

 

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