Boreout: o que é, causas e sintomas

Boreout é uma ameaça silenciosa que compromete a saúde mental e a produtividade, mesmo em ambientes de trabalho aparentemente tranquilos.

Ao contrário da pressão intensa que causa o burnout, o boreout surge pela ausência de desafios, propósito e reconhecimento. E o mais preocupante? Ele se instala de forma invisível, minando o engajamento sem levantar alertas evidentes.

Neste artigo, você vai entender o que é boreout, como ele impacta o clima organizacional e a saúde emocional dos colaboradores, o que RHs e gestores podem fazer para identificar, prevenir e agir. Boa leitura!

O que é Boreout? 

Boreout é um estado relacionado ao tédio e à falta de estímulo no ambiente de trabalho. O termo vem do inglês boredom e descreve o estado de desmotivação causado por tarefas repetitivas, ausência de desafios e falta de propósito nas atividades profissionais.

Embora ainda pouco debatido no Brasil, o boreout pode comprometer o bem-estar emocional, afetar o desempenho e a performance dos colaboradores e influenciar negativamente o clima organizacional

Qual a diferença entre Burnout e Boreout? 

A diferença entre burnout e boreout está na causa do esgotamento. Enquanto o burnout é provocado pelo excesso de trabalho, alta pressão e sobrecarga emocional, o boreout surge da falta de estímulo, propósito e desafios. 

Ambos afetam a saúde mental no ambiente de trabalho, mas por razões opostas: o excesso, de um lado e a ausência, do outro.

Quais são os sintomas da síndrome de Boreout? 

Apesar de silenciosa, a síndrome de boreout manifesta sinais claros no comportamento e na produtividade dos colaboradores. Um dos principais sintomas é o desinteresse progressivo pelas atividades, mesmo quando simples ou rotineiras. A pessoa afetada tende a procrastinar, buscar distrações constantes e evitar tarefas por falta de motivação.

Outros sintomas comuns incluem:

  1. Cansaço mental;
  2. Sensação de inutilidade;
  3. Baixa autoestima profissional;
  4. Desânimo ao iniciar o dia;
  5. Estado constante de tédio.

Com o tempo, esse quadro pode levar ao absenteísmo, presenteísmo e até afastamentos do trabalho por questões emocionais.

Além do impacto individual, o boreout influencia diretamente as equipes. Colaboradores desmotivados tendem a se isolar, contribuir menos com ideias e comprometer o dinamismo do grupo como um todo.

Causas da síndrome de Boreout 

A síndrome de boreout não surge do dia para a noite. Ela é resultado de um conjunto de fatores. A seguir, veja as causas mais comuns: 

Subutilização de talentos 

Quando um colaborador tem capacidade e preparo para entregar mais do que é solicitado, mas permanece limitado a tarefas básicas, tende a se sentir desvalorizado. A falta de desafios e a ausência de desenvolvimento real geram frustração, desconexão e, com o tempo, sintomas clássicos do boreout.

Tarefas repetitivas ou desmotivadoras 

A rotina excessivamente operacional, sem espaço para criatividade ou contribuição ativa, mina o interesse do profissional. Tarefas sem oportunidade de melhorias, variação ou impacto perceptível, reduzem o engajamento e contribuem para a perda de entusiasmo com o trabalho.

Falta de propósito e reconhecimento 

Mesmo em ambientes com clima aparentemente positivo, a ausência de feedbacks e o desalinhamento entre o que a pessoa faz e o que acredita ser relevante geram uma sensação de vazio profissional. Sem propósito claro e reconhecimento genuíno, o colaborador pode entrar em um ciclo de apatia e desinteresse.

Gestão de desempenho ausente 

A ausência de acompanhamento contínuo, avaliações estruturadas e PDI enfraquece o vínculo entre colaborador, líder e empresa. Quando a liderança não demonstra interesse genuíno no crescimento do time, os profissionais tendem a se sentir ignorados, estagnados e sem perspectiva. 

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Como reconhecer a síndrome de Boreout? 

Reconhecer os sintomas é o primeiro passo, mas identificar o boreout no dia a dia exige atenção ativa do RH e das lideranças. Justamente por ser uma síndrome silenciosa, é preciso observar mais do que apenas indicadores de RH. O desengajamento costuma aparecer nas entrelinhas. 

Escuta ativa e conversas individuais

Manter um canal aberto com os colaboradores é essencial para identificar sinais de desmotivação que não aparecem nos números. A escuta ativa permite perceber insatisfações, expectativas não atendidas e sentimentos de inutilidade antes que eles evoluam para quadros mais graves.

One-on-one 

As reuniões individuais one on one entre gestor e colaborador são um dos momentos mais valiosos para detectar sinais de boreout, uma vez que ajudam a entender como a pessoa se sente em relação ao trabalho, se está sendo desafiada e se enxerga sentido no que faz.

Se o colaborador demonstra desânimo ou falta de estímulo, é papel do gestor revisar o escopo das atividades, propor novos desafios, redistribuir tarefas ou envolver o profissional em projetos mais estratégicos. 

Sinais em pesquisas de clima 

Pesquisas de clima organizacional são uma ferramenta poderosa para detectar indícios de boreout, especialmente quando aplicadas com regularidade e analisadas com atenção. 

Quedas nos índices de motivação, engajamento, senso de pertencimento e percepção de utilidade são sinais clássicos. Comentários abertos sobre falta de reconhecimento e desafios, ausência de desenvolvimento profissional e plano de carreira podem  indicar que o colaborador está desestimulado e, possivelmente, entrando em um quadro de boreout.

O cruzamento desses dados com informações sobre tempo de casa, histórico de desempenho e feedbacks recebidos, quando centralizados no software de RH, contribuem com uma visão mais clara.

O que RH e gestores podem fazer para lidar e prevenir o Boreout? 

Além de resolver situações pontuais, é papel do RH atuar de forma preventiva diante do boreout e também dos riscos psicossociais no ambiente corporativo, como estresse crônico e burnout. A seguir, ações práticas que ajudam a mitigar riscos à saúde mental e emocional no trabalho.

1. Redesenho das tarefas e escopo do trabalho 

Uma das formas mais eficazes de combater o boreout é reavaliar se as atribuições de cada colaborador estão de fato aproveitando suas capacidades. O RH pode atuar junto aos gestores para revisar escopos, redistribuir responsabilidades e propor desafios que saiam da rotina mecânica. Mapear talentos subutilizados e abrir espaço para que esses profissionais contribuam com ideias, projetos e melhorias é um passo essencial para reverter quadros de desmotivação.

2. Desenvolvimento e reconhecimento 

Oferecer oportunidades reais de crescimento, seja por meio de treinamento e desenvolvimento ou mudanças de trajetória interna, mantém o colaborador em movimento. Além disso, reconhecer entregas, comportamentos e competências não apenas motiva, mas mostra que há espaço para evoluir dentro da organização.

PDIs bem construídos, avaliações contínuas e feedbacks frequentes são ferramentas-chave para evitar a estagnação. Outra prática que contribui para o engajamento é a remuneração variável atrelada ao desempenho. Quando bem estruturada, ela reforça o vínculo entre esforço, resultado e valorização, dando ao colaborador um incentivo concreto para se manter motivado. 

3. Fomento à autonomia e propósito 

Promover a autonomia na execução das tarefas e comunicar com clareza como cada função contribui para os objetivos da empresa ajuda o colaborador a se sentir parte do todo. Incluir as pessoas em decisões, dar voz às sugestões e mostrar o impacto do trabalho no coletivo são formas práticas de reforçar o pertencimento.

4. Cuidado contínuo e preventivo 

Prevenir o boreout também passa por criar uma cultura que valorize a saúde mental de forma constante, e não apenas em campanhas pontuais, como no janeiro branco. O RH pode atuar com programas de apoio emocional, rodas de conversa, incentivo ao autocuidado e ações que promovam o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de oferecer benefícios flexíveis como a terapia. 

Além disso, é importante que gestores estejam preparados para perceber sinais de esgotamento silencioso e saibam como acolher esses colaboradores, direcionando para apoio especializado quando necessário.

Como não ignorar o Boreout? 

Ignorar o boreout  ou tratá-lo como uma fase, é deixar que o desengajamento cresça em silêncio e, aos poucos, comprometa a saúde das pessoas e a vitalidade da cultura organizacional

O primeiro passo é olhar com mais profundidade para o clima da empresa. Ouvir, analisar e agir com base em dados reais deve ser parte da rotina da gestão de pessoas

O HCM da Senior centraliza as informações de clima, desempenho e desenvolvimento em uma única plataforma. Com ele, o seu RH e gestores identificam sinais de desmotivação com mais agilidade, promovem ações de melhoria contínua e fortalecem a experiência do colaborador com empatia e inteligência. Solicite um contato e dê mais esse próximo passo na construção de um ambiente mais saudável e engajador! 

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