Formação X Experiência: o melhor é unir os dois
Analisar trajetórias de profissionais bem sucedidos para que isso sirva como exemplo é algo que muita gente faz, afinal, se um executivo deu certo, vamos seguir os passos dele que iremos acertar também. Se você quer arriscar, boa sorte. Porém, descobrir os próprios objetivos e as formas de alcançá-los pode ser uma estratégia melhor. Jussara Dutra é gerente de Desenvolvimento Humano e Organizacional da Senior, trabalhou em multinacionais e acumulou bastante conhecimento sobre direcionamento de carreiras em seus 23 anos como profissional da área de RH. Em sua opinião não existem fórmulas prontas, mas cada pessoa deve ser capaz de planejar o seu futuro profissional: “é preciso descobrir o que faz sentido para cada um. Alguns sonham desde a adolescência em ser diretor de uma grande empresa e outros gostam mesmo de ficar em laboratórios atuando com pesquisas, descobrindo o que o mundo ainda nem imagina que vai precisar”.
Com a comparação Jussara quer mostrar que você pode ser um “homem de negócios”, mas também poderá atuar como especialista e isso não significa que o seu trabalho não será reconhecido, como acontecia há alguns anos. “Era comum uma virada na carreira somente para poder conseguir um cargo que lhe rendesse melhor remuneração e buscar oportunidade de tornar gerente, diretor ou presidente.”, conta a gerente.
Nos dias de hoje a evolução de carreira nas empresas está atrelada ao desempenho e a formação. Segundo Jussara Dutra “o mais importante é gerar resultados e que a empresa reconheça as metas alcançadas e o alinhamento com seus valores. Assim o profissional será reconhecido pelo que é capaz de gerar e não só pelo que está escrito em seu diploma”.
Preparar-se muito bem sempre contará pontos. Cursar uma boa universidade, fazer pós-graduação, MBA e dominar um segundo ou terceiro idioma ajudam em processos seletivos, porém somente esses fatores não garantem uma colocação. Mas, que podem ajudar a se destacar em meio a uma multidão de candidatos, isso podem.
Para ingressar em uma grande empresa, possuir diploma universitário e falar inglês fluentemente passaram a ser requisitos básicos nos filtros dos sistemas de recrutamento e seleção, sem os quais os currículos sequer são levados a uma segunda análise. E aqueles que já estão em uma grande companhia e ainda não deram a devida atenção aos estudos em cursos técnicos ou de graduação, são candidatos potenciais a estagnarem em seus atuais lugares, sem direito a almejar novas posições.
Já nas companhias que atuam em setores em que há escassez de mão de obra qualificada – como é o caso de TI – quem detém conhecimento técnico pode encontrar terreno fértil para mostrar sua capacidade. Mesmo assim, para crescimento na carreira, o investimento na formação será necessário.
E com tantas oportunidades à vista é fácil imaginar que as vagas são preenchidas rapidamente, justamente o inverso do que o mercado mostra. Segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral com 130 empresas de TI, 91% delas tem encontrado dificuldades para selecionar profissionais capacitados. Outro grande percentual, 81%, diz que há escassez de mão de obra qualificada e outros 54% afirmam que reduziram as exigências para preencher o quadro de colaboradores. Ou seja, tudo indica que há oportunidades para quem planeja e investe na carreira.
Donos do próprio nariz
Empreendedores têm sido mencionados como exemplo de profissionais que mesmo sem diploma de curso superior conseguiram alcançar o sucesso profissional. Jussara explica que esses casos podem acontecer, mas não são a regra: “ temos exemplos de grandes nomes do mundo dos negócios que têm características e competências pessoais que fogem do padrão e graças a isso, com muita dedicação eles conseguem atingir resultados extraordinários e complementam a formação com o aprendizado adquirido por meio do esforço despendido para construir o próprio negócio”.