Um futuro com câmeras de alta definição, mais baratas, potentes e com menos custos de implantação e manutenção de sistemas é o que prevê o inventor da câmera IP, Martin Gren, cofundador e membro do conselho de diretores da AXIS Communications (Suécia). Em palestra realizada hoje, 27 de abril, na Conferência ISC Brasil 2011, em São Paulo, Gren falou que não há mais razões para o uso de câmeras analógicas.
Segundo dados do executivo, o mercado de vídeo sobre IP cresce rapidamente, alcançando hoje 25% de participação no mercado mundial e 15% no mercado brasileiro. A estimativa é a de que até 2020 todas as novas instalações comerciais e prediais usem plataforma IP. Esse investimento irá movimentar US$ 25 bi, dez vezes mais do que o valor atual.
Gren destaca que o mercado de vídeo sobre IP irá se consolidar por diversos motivos como a maior qualidade e resolução do equipamento, hoje já atinge o padrão de HDTV (High Definition). Isso significa um maior campo de visão e mais detalhes na imagem, ou seja, mais qualidade nos serviços de segurança e monitoramento. Além disso, há um custo menor de instalação, porque com uma câmera IP com funcionalidade PTZ – recurso de Pan, Tilt e Zoom controlados automaticamente através de um controle remoto, por exemplo, é necessário apenas um cabo para instalação. Enquanto numa analógica são três cabos (alimentação de energia, controle PTZ e vídeo).
“Como a tecnologia é digital, a capacidade de processamento acompanha a Lei de Moore, que a cada 18 meses duplica a capacidade ao mesmo custo”, destaca o executivo da AXIS.
Futuro
Para os próximos anos, o inventor da câmera sobre IP, Martin Gren, reforça um futuro mais avançado tecnologicamente e com mais disseminação do vídeo entre novos mercados.
Dentre as tendências citadas na palestra, o gerente de sistemas da Senior, Cacio Packer destaca o uso combinado de análise inteligente de vídeo dentro da câmera, ou seja, reconhecendo padrões dentro de uma cena que podem significar uma ameaça, por exemplo. Dessa forma será integrada a análise na ponta, ou seja, na câmera, assim como na aplicação servidora (server).
Packer enumera ainda que o executivo indicou o avanço no armazenamento de imagens nas próprias câmeras, por meio de cartões de memória. Isso viabilizaria a aplicação de um sistema de monitoramento por câmeras em redes de baixa performance. Um último item é o uso de cloud computing para pequenos sistemas de monitoramento de imagens (CFTV), pois exige do cliente apenas a instalação da câmera e uma conexão de internet. Esse item permite que mais empresas utilizem e invistam em segurança e monitoramento.
“Esse cenário confirma que a convergência entre as aplicações de segurança eletrônica e tecnologia da informação já são realidade. Esta fusão traz mais benefícios para as empresas e, pensando nisso, buscamos sempre criar soluções que acompanham estas mudanças”, finaliza Packer, da Senior.