Com a indústria cada vez mais focada em melhorar a produtividade e reduzir custos, acompanhar de perto o desempenho das operações virou uma necessidade. O uso de dados e indicadores de eficiência passou a ter um papel fundamental na rotina das fábricas.
Quase a totalidade das indústrias (98%) está investindo em transformação digital, frente a 78% em 2019, de acordo com um estudo da Deloitte. OEE (Overall Equipment Effectiveness ou Eficiência Global dos Equipamentos) é um dos principais indicadores da transformação digital na indústria, pois permite monitorar o desempenho de máquinas em tempo real.
O salto dos aportes em tecnologia e do uso de KPIs de controle, como o OEE, é um forte indicativo dos esforços empreendidos pelo setor industrial para otimizar processos, reduzir custos e aumentar a produtividade por meio de tecnologias mais inteligentes e conectadas.
Na sequência deste artigo, você vai entender o que é OEE, como ele é calculado, seus principais pilares e como ele se conecta à gestão industrial moderna com apoio de ERP e ferramentas especializadas para o setor. Siga conosco para entender mais!
O que é o OEE?
OEE é um indicador-chave de desempenho, que pode ser aplicado para monitorar a eficiência de uma máquina, de uma linha ou de uma planta industrial. Seu propósito é detectar quanto uma indústria usa de sua capacidade produtiva – e de que forma. Por isso, o OEE é considerado um dos KPIs mais estratégicos para a gestão industrial na era da Insústria 4.0.
Além de ser uma métrica simples de interpretar, o OEE fornece uma visão completa das perdas que comprometem a produtividade. Ao analisar seus três pilares — disponibilidade, performance e qualidade —, é possível entender onde estão os gargalos da operação, como paradas não planejadas, ritmo de produção abaixo do ideal ou falhas na entrega de produtos conforme o padrão.
E permite decisões rápidas e mais inteligentes, principalmente quando o indicador está conectado a um ERP ou sistema de execução da manufatura (MES), que garante acesso a dados em tempo real e mais controle sobre a operação.
Qual a importância do OEE para a indústria?
Com o OEE, é possível identificar as perdas operacionais e os seus motivos – interrupções, lentidão ou falhas em equipamentos, por exemplo. A partir desses dados, os gestores conseguem tomar decisões mais rápidas, estratégicas e bem-fundamentadas, visando a otimização de processos industriais.
Na perspectiva de administração industrial, o OEE apresenta uma visão integrada do processo produtivo, ajudando a visualizar gargalos e desperdícios e a encontrar oportunidades de melhoria que podem passar despercebidas.
E o mais importante: o indicador não apenas aponta que há um problema, mas também indica onde exatamente ele está.
Quando monitorado de forma contínua, o OEE permite estabelecer metas realistas, comparar o desempenho entre turnos ou unidades fabris e acompanhar a evolução dos indicadores com base em ações corretivas.
Quais são os três pilares do OEE?
A fórmula do OEE é baseada em três componentes fundamentais:
1. Disponibilidade
Refere-se ao tempo que o equipamento esteve disponível para produção em relação ao tempo planejado. Leva em consideração paradas não planejadas (como quebras e manutenções emergenciais) e planejadas (como setup ou troca de ferramentas).
Fórmula da disponibilidade:
Disponibilidade = Tempo de operação real / Tempo de operação planejado
2. Performance
Avalia se o equipamento está produzindo na velocidade ideal – seguindo as próprias capacidades estipuladas pelo fabricante e as percepções de mercado. Mesmo que esteja operando de forma adequada, pode estar em ritmo mais lento do que o esperado, o que compromete o resultado final de uma operação.
Fórmula da performance:
Performance = (Quantidade produzida × Tempo de ciclo ideal) / Tempo de operação real
3. Qualidade
Indica a proporção de produtos de qualidade em relação ao total produzido. É um indicador direto da eficácia da produção em entregar produtos conforme um padrão de qualidade – que pode ser um critério da fábrica e um nível de exigência do próprio cliente.
Fórmula da qualidade:
Qualidade = Quantidade de peças boas / Quantidade total produzida
Cálculo do OEE
OEE = Disponibilidade × Performance × Qualidade
Exemplo prático de cálculo do OEE em uma fábrica:
Agora que entendemos os três alicerces monitorados pelo OEE, vamos ilustrar esse KPI a partir de uma indústria de alimentos que produz biscoitos.
- Tempo planejado: 8 horas (480 minutos)
- Tempo de parada: 60 minutos
- Tempo real de operação: 420 minutos
- Quantidade total produzida: 10.000 unidades
- Tempo de ciclo ideal: 2,4 segundos por unidade (ou 0,04 minutos)
- Quantidade de peças com defeito: 500
Agora, vamos calcular:
Disponibilidade: 420 / 480 = 0,875 (87,5%)
Performance: (10.000 × 0,04) / 420 = 400 / 420 ≈ 0,952 (95,2%)
Qualidade: 9.500 / 10.000 = 0,95 (95%)
OEE final: 0,875 × 0,952 × 0,95 ≈ 0,791 ou 79,1%
Qual é um bom valor de OEE?
Cada operação deve estabelecer os seus critérios para medir o OEE. Em um cenário ideal, este parâmetro se aproximaria de 100%, mas isso é complexo até mesmo nas operações mais evoluídas e tecnológicas.
Dentro do segmento industrial, a busca é para obter um OEE acima de 85% – o que indicaria um nível operacional excelente. Caso o indicador obtido esteja entre 60% e 85%, é considerado aceitável, mas apresenta margens de melhoria que precisam ser estudadas pelos gestores. Se estiver abaixo de 60%, a indústria tem bastante trabalho a fazer para se tornar mais eficiente.
Qual a diferença entre OEE e outros indicadores de produção?
Quando há investimentos em tecnologias como a Internet das Coisas (IoT) e a inteligência artificial na indústria, aumenta-se o volume de indicadores monitorados a respeito da produção.
Nesse contexto, o OEE não substitui o acompanhamento de outros KPIs, mas traz uma visão mais ampla e integrada da fábrica ao apresentar um contexto sobre o desempenho, consolidado em um único número. Isso explica alguns dos benefícios do OEE:
- Aumento da produtividade dos equipamentos;
- Suporte à manutenção preditiva e preventiva, em um contexto de gestão de manutenção industrial;
- Identificação de gargalos em processos;
- Melhoria do desempenho operacional;
- Aumento da qualidade dos produtos e diminuição de retrabalhos;
- Redução de custos operacionais ao otimizar a eficiência.
Nesse cenário de indústria 4.0, o uso de tecnologias para antecipar falhas e otimizar rotinas de manutenção se torna essencial. E o OEE atua de forma estratégica para assegurar que o plano mestre de produção seja seguido.
Como o ERP contribui para o controle e melhoria do OEE?
Nesse cenário de transformação digital, há uma demanda da indústria pelo aumento da capacidade analítica para se elevar a performance. Um OEE se torna ainda mais efetivo quando os seus dados estão centralizados em sistemas especializados para o segmento, caso de um ERP para a indústria.
O ERP para Indústria centraliza dados de produção, manutenção e qualidade, com alertas automáticos em caso de desvios. Soluções como o Fábrica ao Vivo, da Senior Sistemas, integram o OEE ao apontamento em tempo real, sensores IoT e gestão por turno, operador e máquina. Com essa solução, é possível:
- Coletar automaticamente dados de máquinas e dispositivos;
- Integram
- Apontamento de produção em tempo real, com controle por operador, máquina e turno;
- Geração de relatórios e insights instantâneos.
Dessa forma, é possível conectar o OEE a outros processos de produção industrial. Com isso, elimina-se o uso de planilhas manuais ou sistemas desconectados entre si, assegurando uma visibilidade contínua da cadeia operacional e uma gestão mais ágil e estratégica.
Como sua indústria está se preparando para a Reforma Tributária?
A Reforma Tributária está chegando. E, além de ter sua produção industrial otimizada, é preciso estar em dia com as novas obrigações fiscais: IBS, CBS e IS.
No competitivo cenário industrial, quem está no jogo sabe: não basta só ser produtivo, tem que estar pronto para o novo cenário fiscal.
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Como o OEE contribui para melhorar a eficiência produtiva?
O OEE é um guia essencial para encontrar o caminho para a ampliação da eficiência produtiva. Ele passa a indicar caminhos e oportunidades de melhorias quando é integrado aos sistemas de gestão voltados à indústria, aprimorando a tomada de decisão para a melhoria operacional.
Na prática, este indicador é um guia para reduzir perdas e retrabalhos e tomar decisões embasadas, que aumentam a competitividade da indústria e a reputação no mercado ao assegurar processos de qualidade e nos prazos estipulados.
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