O impacto da reforma tributária no agronegócio

A reforma tributária deve provocar mudanças profundas no agronegócio e as cooperativas estão no centro desse impacto. Com um modelo jurídico diferenciado e papel essencial na produção agrícola do país, essas organizações precisam se adaptar a um cenário fiscal que está prestes a mudar radicalmente.

A proposta substitui cinco tributos (PIS, Cofins, ICMS, ISS e IPI) por dois novos impostos unificados: a CBS e o IBS. Em teoria, a ideia é simplificar. Na prática, o setor pode enfrentar desafios como aumento de custos, mudanças na sistemática de créditos tributários e impactos diretos na comercialização de produtos agrícolas.

Para as cooperativas, a preocupação vai além da carga tributária. Há riscos reais de bitributação, pressões sobre o ato cooperativo e incertezas quanto à regulamentação da reforma tributária, ainda em discussão no Congresso. E tudo isso em um setor que representa mais de 1 milhão de cooperados e movimenta boa parte da balança comercial do Brasil, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).

Mas o que muda na prática para o agro e como as cooperativas podem se preparar? Neste artigo, você confere os impactos mais relevantes, o que já se sabe sobre as novas regras — e como a tecnologia pode ser uma aliada para atravessar essa transformação com segurança.

O que muda com a reforma tributária no agronegócio?

A proposta de reforma tributária no Brasil representa uma das maiores transformações no sistema de arrecadação sobre o consumo. E, como não poderia ser diferente, o impacto no agronegócio será direto, afetando desde os custos operacionais até a forma como ocorre a comercialização de produtos agrícolas.

A estrutura atual, composta por tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, será substituída por dois impostos principais:

Também entra em cena o Imposto Seletivo (IS), direcionado a produtos considerados nocivos à saúde ou ao meio ambiente. Dependendo da regulamentação da reforma tributária, insumos agrícolas como defensivos podem ser incluídos nessa categoria — o que acende um alerta importante para o setor.

Outro ponto-chave é o princípio da não cumulatividade plena. A ideia é permitir que os créditos gerados ao longo da cadeia produtiva sejam totalmente aproveitados nas etapas seguintes, reduzindo o efeito cascata.

Embora esse modelo seja positivo, a transição será gradual: o novo sistema só entra em vigor totalmente a partir de 2033, o que significa anos de adaptação com os dois modelos convivendo em paralelo.

Entre os possíveis ganhos para o agro, destacam-se:

Esses elementos podem beneficiar diretamente produtores, cooperativas agrícolas e empresas do setor, desde que haja atenção à regulamentação final e um bom planejamento fiscal.

O impacto fiscal nas cooperativas agrícolas

As cooperativas estão entre os segmentos mais impactados pela transição da reforma tributária. O modelo híbrido — que vai coexistir com o atual sistema até 2032 — aumenta a complexidade das operações e exige atenção redobrada à apuração de tributos e obrigações acessórias.

Para cooperativas com grande volume operacional, isso pode gerar:

  • Sobreposição de rotinas fiscais, com necessidade de apuração paralela entre os regimes;
  • Aumento nos custos de conformidade, especialmente para aquelas que ainda operam com sistemas manuais ou não integrados;
  • Riscos operacionais, caso faltem processos padronizados ou visibilidade sobre os tributos envolvidos.

Muitos dos pontos de atenção podem ser reduzidos com o uso de um ERP para cooperativas, especializado em sua operação.

Um sistema de gestão que compreende as particularidades do agronegócio permite automatizar a apuração tributária conforme os dois regimes, gerenciar alíquotas específicas por produto, operação ou destino e reduzir falhas nas obrigações acessórias.

A proposta também traz dispositivos que impactam diretamente a forma como as cooperativas operam, como o diferimento tributário, que permite postergar a tributação dos insumos — o que favorece o produtor na compra de insumos pela cooperativa, com menor carga fiscal.

Além disso, a possibilidade de transferência de créditos tributários reforça a lógica da não cumulatividade e evita a tributação em cascata, desde que tanto cooperativa quanto cooperado estejam inseridos no novo modelo (IBS e CBS).

Tudo isso exige uma análise criteriosa das rotinas contábeis, uma gestão fiscal e tributária bem estruturada e o apoio de soluções especializadas, como um ERP desenvolvido para atender às particularidades das cooperativas do agronegócio.

Quais os reflexos no custo de produção e na competitividade?

Com várias definições da reforma tributária no agronegócio ainda em aberto, o segmento tem focado em simular cenários para entender os possíveis impactos. Entre as incertezas, um dos aspectos mais sensíveis é o efeito sobre os custos de produção e a competitividade das cooperativas.

Embora a reforma tenha como objetivo simplificar e neutralizar a carga tributária, os efeitos práticos vão depender das alíquotas finais e de regimes especiais para o agro e as cooperativas.

Três reflexos principais ganham destaque:

Alteração de custos

O enquadramento fiscal das cooperativas, a cadeia produtiva em que atuam e o aproveitamento dos créditos tributários podem elevar ou reduzir os custos operacionais.

Cooperativas que não conseguirem utilizar adequadamente os créditos do IVA correm o risco de perder margem e encarecer os serviços aos cooperados.

Pressão sobre preços de insumos e serviços

Produtos sujeitos ao Imposto Seletivo (IS), conhecido como “Imposto do Pecado”, como defensivos agrícolas, podem sofrer alta de preço. Além disso, alterações no ICMS integrado ao IBS podem influenciar custos logísticos, afetando armazenagem e escoamento da produção.

Competitividade

Manter a competitividade internacional do agro brasileiro depende da desoneração das exportações e da preservação dos incentivos fiscais.

No mercado interno, a uniformização das alíquotas pode prejudicar cadeias produtivas com diferentes níveis tecnológicos e valor agregado, dificultando a competição para pequenos produtores.

Software para Agronegócio

Como as cooperativas podem se preparar para a reforma tributária?

Diante da complexidade da reforma tributária no agronegócio, a preparação estratégica das cooperativas é essencial.

Com planejamento e investimentos certos, é possível não só se adaptar, mas também transformar desafios em oportunidades de eficiência e transparência fiscal — principalmente com o apoio de um ERP para cooperativas, que compreenda as particularidades desse segmento.

  • Curto prazo: acompanhar tecnicamente as regulamentações e projetos de lei complementar relacionados à reforma, entender o novo modelo e estruturar fluxos internos para a transição.
  • Médio prazo: atualizar rotinas contábeis, revisar contratos e modelos de distribuição de sobras e resultados; investir em ERP especializado e fortalecer o planejamento tributário com foco no cooperativismo.
  • Longo prazo: monitorar continuamente a reforma, adaptar modelos operacionais e manter investimentos em gestão, capacitação e automação para garantir compliance e agilidade.

Em resumo, um ERP para cooperativas centraliza dados, assegura conformidade com a nova legislação, reduz erros manuais e simplifica processos, mesmo em cenários tributários híbridos e complexos.

Nosso software de gestão para agronegócio entende as necessidades das cooperativas e pode revolucionar sua operação. Conheça as funcionalidades e tire suas dúvidas!

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