As mudanças climáticas não são mais um risco distante, elas já estão afetando diretamente a produção agrícola no Brasil.
Um estudo publicado na revista Nature Climate Change aponta que cerca de 28% das áreas agricultáveis do Centro-Oeste brasileiro já não apresentavam, em 2022, as condições climáticas ideais, com projeções apontando para 51% até 2030, podendo chegar a 74% até 2060 caso nenhum plano de adaptação seja implementado.
Isso significa um susto concreto para a produtividade no campo: safras menos previsíveis, solo fragilizado, custos crescentes com pragas e um cenário cada vez mais volátil para o planejamento agrícola.
Frente a esse cenário desafiador, as revendas de insumos agrícolas assumem um papel ainda mais estratégico: elas não são apenas distribuidores, mas verdadeiras parceiras que ajudam a fomentar práticas resilientes no campo.
São elas que podem apoiar sistemas agrícolas na adoção de tecnologias e estratégias adaptativas que fortalecem a resiliência climática no agronegócio.
Como as mudanças climáticas estão afetando a produção agrícola?
As mudanças climáticas deixaram de ser uma previsão para se tornarem realidade no campo. Produtores rurais de diferentes regiões do Brasil já enfrentam os efeitos práticos dessas transformações, que se manifestam de maneira cada vez mais frequente e intensa nas lavouras.
Entre os principais eventos observados estão:
- Secas prolongadas, como a que atingiu o Rio Grande do Sul em 2023 e comprometeu severamente a produção de milho, com perdas de mais de 40% em algumas regiões do estado segundo dados da *Conab;*
- Chuvas intensas e inundações, que causam erosão do solo, carregamento de nutrientes e danos estruturais à produção;
- Geadas fora de época, com destaque para o impacto sobre cultivos perenes, como café e frutas, que sofrem com a queima das folhas e flores.
Mais do que eventos extremos, o que mais desafia o planejamento agrícola são as mudanças nos padrões climáticos. A variação nas temperaturas mínimas e máximas e a alteração no regime de chuvas dificultam o desenvolvimento fisiológico das plantas, reduzem a fertilidade do solo e favorecem o surgimento de doenças e pragas.
Consequências práticas para o produtor rural
Essas transformações geram uma instabilidade preocupante. A janela ideal de plantio, por exemplo, passou a ser incerta — como ocorre na lavoura de milho, que conta com o milho safrinha, que depende de um período bem definido para garantir produtividade. Além disso, há aumento nos custos com defensivos, irrigação e replantio.
Nesse cenário, a gestão da produção rural e o uso de tecnologias que tragam previsibilidade para o campo se tornam essenciais para reduzir perdas e manter a viabilidade do negócio.
Quais as estratégias de adaptabilidade agrícola às mudanças climáticas?
Mesmo diante das incertezas relacionadas ao clima, existem estratégias sob o controle direto do agricultor que podem ser adotadas para aumentar a resiliência da produção.
Além de práticas técnicas, o Brasil conta com diretrizes importantes como o Plano ABC+, uma política pública que incentiva a adoção de tecnologias sustentáveis e práticas de agricultura de baixo carbono.
Gestão eficiente da água, do solo e da biodiversidade
A agricultura de conservação se destaca como base para enfrentar os efeitos climáticos. Práticas como o plantio direto e o terraceamento contribuem para preservar o solo e reter água. Já os sistemas de irrigação automatizados e com controle de vazão otimizam o uso da água nos períodos de escassez.
Também inclui o planejamento de sistemas de irrigação mais eficientes — com controle de vazão e automação — e a busca por uma integração maior entre lavoura e ecossistemas, promovendo diversidade e equilíbrio a partir de um manejo rural eficaz.
Planejamento de safras e rotação de culturas mais resilientes
A escolha de cultivares adaptadas às novas condições climáticas da região, combinada à rotação de culturas, fortalece o solo e reduz o risco de infestações.
O manejo integrado de doenças e pragas torna-se um aliado importante para preservar a sanidade das lavouras, enquanto o planejamento de janelas de plantio mais seguras contribui para evitar perdas e manter a produtividade mesmo diante da instabilidade climática.
O papel das revendas de insumos agrícolas nesse cenário
As revendas de insumos agrícolas deixaram de ser apenas fornecedoras de produtos para se tornarem parceiras estratégicas dos produtores. Frente aos desafios das mudanças climáticas no agronegócio, essas empresas podem oferecer soluções práticas, técnicas e tecnológicas. É o caso de:
- Biogenética e sementes adaptadas: por meio da oferta de sementes geneticamente modificadas ou melhoradas, as revendas agrícolas ajudam os produtores a enfrentarem estresses hídricos, ataques de pragas e doenças, mantendo a produtividade mesmo em condições mais adversas.
- Tecnologia para manejo de insumos: ferramentas digitais e recomendações técnicas ajudam no uso racional de defensivos agrícolas, fertilizantes e bioinsumos, garantindo eficiência no manejo sustentável de pragas e respeito aos limites de resíduos permitidos para comercialização.
- Qualidade na cadeia de suprimentos: a atuação das revendas também impacta positivamente o processamento de alimentos, com a oferta de matérias-primas de alta qualidade e rastreáveis, fundamentais para atender às exigências dos mercados consumidores.
- Logística e distribuição: ao intermediar a conexão entre fabricantes e produtores, as revendas otimizam a logística de distribuição, ajudando a administrar perdas, prazos e gestão de custos no agronegócio, especialmente relevantes em momentos de crise climática.
Quais os benefícios da atuação proativa das revendas agrícolas?
Quando atuam de forma consultiva e estratégica, as revendas agrícolas colhem resultados expressivos, fortalecendo o agronegócio e solidificando sua posição no mercado. Um dos principais benefícios é o fortalecimento do relacionamento com os produtores, baseado em confiança técnica e suporte contínuo.
Essa proximidade é resultado de um atendimento personalizado, que considera as particularidades de cada propriedade, cultura e realidade climática local, além do tipo de evento climático extremo enfrentado. Essa abordagem permite entregar soluções mais precisas e eficazes, alinhadas às necessidades específicas de cada cliente.
Ao adotar essa postura, as revendas criam valor agregado e se diferenciam da concorrência, gerando fidelização e maior satisfação dos produtores. Além disso, contribuem diretamente para práticas agrícolas mais sustentáveis, que são cada vez mais valorizadas por consumidores e exigidas por legislações ambientais e sanitárias, especialmente para aqueles que atuam no mercado internacional.
Soluções tecnológicas e tendências que as revendas podem oferecer
A inovação tecnológica é fundamental para que o agronegócio enfrente os desafios impostos pelas mudanças climáticas.
As revendas de insumos agrícolas desempenham papel fundamental na transformação digital do agro, ampliando seu portfólio com soluções digitais e ferramentas inteligentes que impulsionam a produtividade e aumentam a resiliência operacional dos produtores.
Softwares de gestão agrícola
Softwares especializados para a gestão rural permitem planejar com precisão o uso de insumos, organizar o calendário de cultivo, controlar o estoque e analisar resultados em tempo real.
Essas ferramentas garantem que o produtor tome decisões mais embasadas, reduzindo desperdícios e otimizando recursos, o que impacta diretamente na sustentabilidade e produtividade da lavoura.
Sistemas de previsão climática e simulação de cenários
Com dados climáticos atualizados e simulações avançadas, esses sistemas auxiliam gestores rurais a planejar melhor suas safras e minimizar riscos decorrentes da variabilidade climática.
Assim, é possível ajustar janelas de plantio e estratégias agrícolas, reduzindo perdas e garantindo maior segurança na produção.
Inteligência artificial e machine learning
A IA permite cruzar dados históricos, climáticos e produtivos para indicar as melhores decisões agronômicas. Com o avanço da IA generativa no agro, os sistemas conseguem oferecer recomendações personalizadas, antecipar pragas e doenças e sugerir manejos mais eficientes.
Essa agricultura baseada em dados transforma a tomada de decisão, deixando para trás a intuição e a subjetividade.
Sensoriamento remoto
Tecnologias de sensoriamento remoto captam imagens e dados das lavouras em tempo real, detectando falhas, estresses hídricos, infestações e outros pontos críticos com precisão. Isso permite intervenções mais ágeis e direcionadas, melhorando o uso dos insumos e aumentando a eficiência produtiva.
Logística integrada e distribuição
Ao otimizar a compra, venda e entrega de insumos, as revendas agrícolas reduzem custos logísticos, evitam perdas e garantem que o produtor tenha o que precisa, quando precisa.
Esse controle é fundamental especialmente em períodos de instabilidade climática, garantindo continuidade operacional e fortalecendo a competitividade no mercado.
A comercialização de produtos agrícolas, quando bem estruturada, assegura que os insumos cheguem ao produtor de forma eficiente, mesmo em cenários desafiadores.
O caminho da resiliência climática no agro
As mudanças climáticas deixaram de ser uma ameaça distante para se tornarem uma realidade que impacta diretamente a agricultura brasileira. Garantir a continuidade da produção, manter a produtividade e preservar a rentabilidade das lavouras exige a adoção urgente de práticas sustentáveis e tecnologias inovadoras.
Ao integrar conhecimento técnico, acesso a tecnologias avançadas e estratégias de gestão, as revendas fortalecem toda a cadeia produtiva, impulsionando um agro cada vez mais resiliente e preparado para os desafios do futuro.
Nosso software de gestão para agronegócio entende os detalhes do setor e pode revolucionar a operação da sua cooperativa. Confira as funcionalidades e tire as suas dúvidas!
