Construção de edifícios altos: desafios, soluções e tendências do setor

Os desafios, as soluções e as tendências na construção de edifícios altos: o impacto da tecnologia no planejamento e na segurança de projetos.

A construção de edifícios altos é um dos maiores símbolos do avanço da engenharia civil e da arquitetura nas grandes cidades. Muitos desses empreendimentos se tornam marcos urbanos e expressam, ao mesmo tempo, inovação em tecnologia, capacidade de planejamento complexo e a busca por mais eficiência na ocupação de espaço nas metrópoles.

O Council on Tall Buildings and Urban Habitat (CTBUH), entidade internacional que acompanha a evolução desses projetos, estima que serão concluídos 10 arranha-céus no Brasil em 2025, sendo um deles com mais de 200 metros de altura. Para 2027, há a projeção de um projeto que ultrapasse os 250 metros. Ou seja, esta é uma realidade global, mas que também se aplica no cenário brasileiro.

Mas o que realmente define um edifício alto? Quais são os principais desafios de sua execução para construtoras e incorporadoras? E como a tecnologia está transformando esse tipo de projeto? Na sequência deste artigo, vamos explorar esses conceitos, os cuidados técnicos e as tendências que moldam esse segmento da construção civil.

O que caracteriza um edifício alto?

Na engenharia civil, não há uma definição única e universal para edifícios altos. Algumas instituições de referência, contudo, estabelecem parâmetros que ajudam a compreender melhor essas construções.

O CTBUH costuma usar uma referência acima de 12 a 14 pavimentos como um edifício alto, saindo de 35 até 100 metros de altura. Os arranha-céus, por outro lado, são construções que ultrapassam os 100 metros: a partir de 40 pavimentos.

A entidade, no entanto, afirma que é preciso analisar também a proporção em relação ao entorno e o contexto urbano para determinar o que é um projeto alto ou um arranha-céu. Esses pontos reforçam que a construção de edifícios altos envolve muito mais do que simplesmente ganhar metros de altura: trata-se de integrar planejamento urbano, engenharia avançada e inovação tecnológica.

Quais os principais desafios da construção de edifícios altos?

Projetar e executar a construção de edifícios altos exige soluções técnicas específicas e um rigoroso processo de planejamento. A complexidade aumenta conforme a altura da estrutura, requerendo que diversos fatores sejam analisados, desde o estudo de viabilidade até o cronograma de obras. Entre os principais desafios, destacam-se:

  • Cálculo correto de cargas: é essencial considerar cargas permanentes e variáveis, além da influência de ventos fortes e possíveis abalos sísmicos — riscos cada vez mais relevantes devido ao aumento de eventos climáticos extremos no mundo.
  • Definição de sistemas estruturais: pórticos, núcleos rígidos e sistemas tubulares devem ser escolhidos com base no equilíbrio entre estabilidade, flexibilidade e viabilidade econômica.
  • Modelagem estrutural precisa: softwares avançados de cálculo e simulação são indispensáveis para prever o comportamento da estrutura em diferentes condições.
  • Fundações adequadas: quanto mais alto o edifício, mais robusta deve ser a fundação. O tipo de solo, a profundidade das estacas e o uso de soluções como radier ou sapatas profundas são fatores importantes.
  • Logística de materiais: o transporte vertical de insumos como aço, concreto e pré-moldados exige planejamento rigoroso e equipamentos de grande capacidade, como gruas e elevadores de carga.
  • Gestão do canteiro de obras: espaços limitados em áreas urbanas aumentam a complexidade do fluxo de trabalhadores, equipamentos e insumos, exigindo uma organização efetiva.
  • Segurança dos trabalhadores: normas de proteção individual e coletiva são reforçadas em edifícios altos, exigindo sistemas de linha de vida, andaimes suspensos e plataformas especiais.
  • Mais importante: o projeto precisa assegurar conforto e segurança para os futuros moradores ou usuários. Isso inclui garantir acesso rápido e eficiente a todos os pavimentos por meio de sistemas de elevadores inteligentes e a distribuição eficaz das redes de água, esgoto, eletricidade e climatização.

Tecnologias aplicadas: BIM, monitoramento remoto e gestão de frentes de trabalho

A construção de edifícios altos se tornou mais viável e segura graças à incorporação de tecnologias digitais em todas as fases do projeto: do planejamento à execução propriamente dita. Algumas delas se mostram fundamentais neste tipo de projeto complexo:

  • BIMO Building Information Modeling permite integrar todas as disciplinas do projeto em um modelo digital único. Essa abordagem melhora a comunicação entre equipes, facilita a detecção de conflitos e otimiza a escolha de materiais e sistemas construtivos.
  • Simulações avançadas – O BIM associado a softwares de análise estrutural permite prever o comportamento da edificação diante de cargas de vento, sismos e variações de temperatura, o que auxilia na definição do projeto e nos impactos em seu orçamento de obras.
  • Monitoramento remoto – Sensores e dispositivos IoT instalados levam à digitalização do canteiro de obras, permitindo acompanhar em tempo real o andamento da construção, verificando prazos, produtividade e consumo de insumos.
  • Gestão de frentes de trabalho – Nesses projetos complexos, o controle das diversas atividades simultâneas é um fator crítico, e a linha de balanço pode ser um apoio importante. As plataformas de gestão digital ajudam a organizar cronogramas, acompanhar custos e reduzir riscos de atrasos.

A soma dessas diversas tecnologias, quando associadas a um sistema ERP especializado para a construção e um checklist de obra, ainda aumenta a eficiência como também contribui para a redução de custos, cumprimento de prazos e entrega de obras com maior qualidade e segurança.

Normas e legislações para se atentar

A construção de edifícios altos no Brasil deve atender a uma série de normas técnicas e legislações específicas. Estas regras garantem a segurança estrutural, a qualidade da execução e a adequação às condições urbanas. Entre as principais medidas, destacam-se:

NBR 15421 – trata-se do projeto de estruturas sujeitas a abalos sísmicos, visando a preservação das vidas e a redução de eventuais danos.

NBR 6118 – estabelece diretrizes para estruturas de concreto protendido ou armado.

NBR 6123 – define procedimentos para avaliação da ação do vento em edificações – fundamental com o aumento de eventos climáticos extremos, com maior força e intensidade dos ventos.

NBR 15597 – dispõe sobre requisitos para a instalação e manutenção de elevadores.

Cada município ainda possui suas próprias regras de zoneamento urbano, que podem restringir a altura máxima, taxa de ocupação e exigências de acessibilidade. Também é necessário monitorar todas as licenças de aprovação e funcionamento do edifício, como habite-se, alvarás de funcionamento e certificações de segurança contra incêndio.

Tendências na construção de edifícios altos

Com a urbanização crescente e a limitação de terrenos disponíveis em espaços urbanos, a construção de edifícios altos tende a se intensificar nas próximas décadas. Algumas tendências já se destacam no setor:

  • Construção modular: utilização de módulos pré-fabricados – construção industrializada – que aceleram a execução, reduzem custos e melhoram a logística do canteiro de obras.
  • Inovação em materiais: emprego de concretos de alto desempenho, aço de resistência elevada e até soluções híbridas que aumentam a segurança.
  • Sustentabilidade: inclusão de fachadas verdes, estruturas de reaproveitamento de água da chuva, geração de energia solar e sistemas inteligentes de climatização.
  • Soluções energéticas inteligentes: integração de sistemas de automação predial e eficiência energética para reduzir impactos ambientais e custos operacionais.

Essas inovações refletem a busca por empreendimentos mais eficientes, seguros e alinhados às demandas ambientais e urbanísticas atuais e do futuro.

Um processo desafiador

Mesmo com a evolução da tecnologia, a construção de edifícios altos é um processo desafiador que envolve engenharia avançada, planejamento detalhado e aplicação de tecnologias digitais de ponta. Da definição estrutural à entrega final, cada etapa exige atenção especial para garantir segurança, funcionalidade e viabilidade econômica.

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