Riscos ocupacionais: o que são, como identificá-los e gerenciá-los

Entender quais são os tipos de riscos ocupacionais é essencial para criar ambientes mais seguros e saudáveis, além de estar em conformidade com a legislação.

A saúde e a segurança no ambiente de trabalho são pilares fundamentais para a produtividade, a satisfação dos colaboradores e a conformidade legal das organizações. Apesar disso, em 2024, o Brasil registrou quase 725 mil acidentes de trabalho. Quase 3 a cada 4 dessas ocorrências foram típicas: ou seja, ocorreram durante o exercício da profissão. Independentemente do segmento de atuação e do porte da companhia, entender os riscos ocupacionais é essencial para atuar de forma preventiva.

Ao promover a saúde e a segurança dos profissionais, o gerenciamento adequado desses riscos evita acidentes, reduz o absenteísmo, mitiga passivos trabalhistas, afasta prejuízos financeiros e fortalece a cultura de prevenção. 

Ao longo deste artigo, vamos explicar o que são riscos ocupacionais, como identificá-los, quais são seus tipos, exemplos práticos em diferentes ambientes e como a tecnologia pode apoiar o RH nessa missão.

O que são riscos ocupacionais?

Riscos ocupacionais são fatores presentes no ambiente de trabalho que podem comprometer a saúde física ou mental dos colaboradores. Essas ameaças podem causar doenças ocupacionais, acidentes de trabalho ou condições crônicas que afetam diretamente a qualidade de vida e a produtividade.

Pela legislação brasileira, o conceito está presente na ​NR 9, que trata do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) – substituído pelo Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

Esta iniciativa se alinha às diretrizes da nova gestão de riscos e promove maior integração entre segurança e saúde ocupacional, incluindo a exposição a “agentes físicos, químicos e biológicos”.

Quais são os 5 tipos de riscos ocupacionais?

A classificação dos riscos ocupacionais, que podem gerar doenças relacionadas ao trabalho, mais utilizada é baseada em cinco categorias.

Cada área é representada por uma cor para facilitar a sinalização e a conscientização nos ambientes de trabalho:

  1. Físicos (verde): ruído excessivo, vibrações, radiações, temperaturas extremas, pressões anormais e iluminação inadequada;
  2. Químico (vermelho): poeiras, fumos, névoas, gases, vapores e substâncias tóxicas, corrosivas ou inflamáveis, absorvidas por meio da respiração, da pele ou do sistema digestivo;
  3. Biológicos (marrom): vírus, bactérias, fungos, parasitas e outros microrganismos patogênicos presentes em ambientes hospitalares, laboratórios, indústrias e serviços de limpeza;
  4. Ergonômicos (amarelo): postura inadequada, esforço repetitivo, ritmo excessivo de trabalho, levantamento de peso, organização do trabalho inadequada e monotonia;
  5. Acidentais ou mecânicos (azul): choques elétricos, cortes, quedas, impacto com máquinas ou ferramentas, explosões, incêndios e falhas nos sistemas de segurança.

A mais recente atualização da NR-1, incluiu como fator obrigatório o gerenciamento dos riscos psicossociais. A vigência dessa atualização será a partir do mês de maio de 2026.

Classificar os riscos ocupacionais ajuda não apenas na prevenção, mas também no treinamento da equipe e na implementação de medidas preventivas, corretivas e educativas.

Como identificar os riscos ocupacionais?

Identificar riscos ocupacionais começa com uma análise detalhada do ambiente e das atividades laborais. Isso inclui entrevistas com colaboradores, avaliações ergonômicas, inspeções técnicas, medições ambientais e consultas a históricos de acidentes ou afastamentos.

A observação direta dos postos de trabalho e a participação ativa dos colaboradores no levantamento são práticas essenciais para identificar riscos de forma realista.

Esse mapeamento é uma etapa fundamental na elaboração do PGR e do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), previsto na NR 7. Além disso, ferramentas como sistemas de SST (Saúde e Segurança do Trabalho) auxiliam na sistematização e na padronização dessa identificação.

Alguns exemplos de riscos ocupacionais nas empresas

Certos riscos ocupacionais podem ser mais comuns, dependendo do segmento de atuação. Na indústria, por exemplo, a exposição ao ruído contínuo de máquinas, manuseio de produtos químicos corrosivos, risco de quedas em altura e acidentes com empilhadeiras são comuns.

Em escritórios, o mobiliário inadequado, a má postura prolongada, iluminação deficiente, estresse relacionado a metas e cobranças excessivas podem atingir os colaboradores. Não à toa, a NR 1 incluiu a gestão dos riscos psicossociais como obrigatória para todas as empresas.

No setor hospitalar, por outro lado, o contato com agentes biológicos, o uso de substâncias desinfetantes, exposição a jornadas exaustivas e risco de acidentes com instrumentos cortantes são maiores.

Ou seja, cada setor apresenta especificidades e exige uma abordagem específica, considerando a natureza da atividade, o perfil da equipe e o grau de exposição aos diferentes tipos de risco.

Como prevenir riscos ocupacionais

A prevenção dos riscos ocupacionais envolve a adoção de medidas coletivas e individuais, que devem ser planejadas com base em análises de risco e revisadas periodicamente.

Uma delas é a implementação e uso obrigatório de EPIs (equipamentos de proteção individual) e EPCs (equipamentos de proteção coletiva) adequados a cada função e setor. Também é necessário promover treinamentos frequentes sobre segurança e procedimentos operacionais.

Na questão ergonômica, é importante adequar os postos de trabalho, com organização do tempo de atividades e de descanso, estabelecendo rotinas de inspeção, manutenção preventiva de equipamentos e sinalização das áreas de risco.

Além disso, é essencial monitorar continuamente os indicadores de saúde ocupacional, como taxas de afastamento do trabalho, acidentes e doenças relacionadas. A eficácia da prevenção está diretamente relacionada ao envolvimento da liderança e à disseminação da segurança como um pilar da cultura organizacional.

As áreas de RH, Departamento Pessoal e SST também podem contar com soluções tecnológicas que apoiem desde à prevenção até o plano de ação para combater possíveis riscos ocupacionais e psicossociais.

Confira mais sobre isso no tópico adiante “Como a tecnologia pode ajudar na gestão de riscos ocupacionais.”

O papel do RH e do SESMT

O RH deve atuar de forma integrada com os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), garantindo a aplicação das normas regulamentadoras, promovendo cultura de prevenção e cuidando do bem-estar dos colaboradores.

Enquanto o SESMT executa a análise técnica dos riscos e implementa soluções de engenharia e medicina do trabalho, o RH pode:

– Monitorar indicadores de saúde e segurança em dashboards integrados;

– Apoiar campanhas de conscientização e treinamentos;

– Alinhar políticas de benefícios e ergonomia;

– Implementar pesquisas de clima organizacional;

– Engajar líderes e gestores na identificação de riscos. 

É essa atuação conjunta do RH, das lideranças e da direção que fortalece a prevenção e promove ações mais eficazes e alinhadas.

Riscos ocupacionais segundo a legislação

A legislação trabalhista brasileira, especialmente por meio das Normas Regulamentadoras (NRs) do Ministério do Trabalho, traz diversas diretrizes para identificação, controle e prevenção de riscos. Algumas delas são:

NR 1: disposições gerais sobre segurança e saúde no trabalho e a obrigatoriedade de capacitação contínua;

NR-7: institui o PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional), com foco no monitoramento da saúde do trabalhador;

NR 9: estabelece os requisitos do PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos) e o gerenciamento de riscos ambientais;

NR-17: trata da ergonomia, com ênfase em adaptações físicas e organizacionais;

NR-32: específica para o setor de saúde, aborda biossegurança, descarte de resíduos e proteção individual.

Além disso, a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), que rege as leis trabalhistas, prevê sanções em caso de negligência e estabelece a responsabilidade das empresas sobre a saúde e segurança dos colaboradores, inclusive com impactos previdenciários e tributários.

A tecnologia na gestão de riscos ocupacionais

Soluções tecnológicas voltadas à Saúde e Segurança do Trabalho (SST) automatizam e otimizam tarefas críticas da rotina dos profissionais de RH e segurança, como na elaboração, revisão e controle do PGR e do PCMSO de forma integrada e na emissão, gestão e arquivamento de ASOs (Atestados de Saúde Ocupacional).

Além disso, as plataformas automatizam o controle do vencimento de exames periódicos e obrigatórios, a análise de indicadores de saúde e produtividade com dashboards inteligentes e a integração com plataformas como o eSocial, garantindo conformidade legal.

Nesse contexto, a Senior tem uma Solução de SST completa, que apoia RHs e técnicos em segurança do trabalho na prevenção de riscos, com mais controle, conformidade e produtividade. A tecnologia permite transformar dados em decisões estratégicas, antecipar problemas e promover ambientes de trabalho mais saudáveis.

O gerenciamento de riscos ocupacionais com mais segurança

A compreensão e gestão eficaz dos riscos ocupacionais são fundamentais para preservar a saúde dos colaboradores, garantir conformidade legal e fortalecer a cultura organizacional.

Com o apoio do RH e de soluções tecnológicas especializadas, é mais simples identificar, mitigar e gerenciar as ameaças com mais segurança e agilidade.

Apostar em prevenção é investir no bem-estar, na reputação e no sucesso do seu negócio. Quanto mais integrada for a gestão de SST, mais sólida será a base para construir ambientes de trabalho mais seguros, produtivos e humanos.

Transforme a saúde, segurança e bem-estar dos seus colaboradores. Conheça nossa Solução de SST!

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