Sistema de logística reversa: o que é, processos e impactos

Entenda como um sistema de logística reversa pode transformar sua operação, reduzindo custos, promovendo sustentabilidade e aumentando a eficiência. Este artigo explora os benefícios e estratégias para implementar um sistema que otimiza processos e gera valor para sua empresa e clientes.

A logística reversa é uma etapa inerente à prestação de serviços de logística. Embora seja parte integrante das operações empresariais há mais de uma década, sua gestão pode ser complexa, dependendo do segmento de operação, exigindo um sistema de logística reversa especializado.

Uma logística inteligente exige a capacidade do negócio de cumprir a legislação no que se refere à destinação adequada dos produtos desenvolvidos após o fim do seu ciclo de vida. Trata-se de uma medida importante sob a perspectiva ambiental, mitigando os impactos causados pela atividade econômica, quanto à reputação, pois garante o cumprimento da legislação.

O texto da lei define: a logística reversa é um “instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada”.

O que é sistema de logística reversa

O sistema de logística reversa é uma estratégia prevista na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei Federal 12.305/2010), que visa organizar e operacionalizar o retorno de resíduos sólidos ao ciclo produtivo ou sua destinação ambientalmente adequada.

Ele funciona como um conjunto de ações e procedimentos que permitem às empresas gerenciar de forma eficiente o recolhimento, reaproveitamento e descarte de materiais, atendendo tanto à legislação quanto a objetivos de sustentabilidade.

De maneira prática, o sistema de logística reversa engloba desde a coleta de produtos ou embalagens descartados pelos consumidores até sua triagem, reprocessamento e destinação final.

Esses processos permitem a reutilização de materiais em novos ciclos produtivos ou garantem um descarte adequado ao meio ambiente. Por exemplo, produtos como eletrônicos, medicamentos, pneus, pilhas e embalagens têm regras específicas para retorno, muitas vezes envolvendo parcerias entre empresas, varejistas e cooperativas.

A implementação desse sistema é essencial para empresas que desejam cumprir exigências legais e minimizar os impactos ambientais de suas operações. Além disso, a logística reversa contribui para a economia de recursos naturais, a redução de resíduos descartados de forma inadequada e o fortalecimento da imagem corporativa das organizações como responsáveis ambientalmente.

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Diferenças entre logística reversa e sistema de logística reversa

Logística reversa: É o conceito e prática do retorno de resíduos ou produtos ao ciclo produtivo ou descarte adequado.

Sistema de logística reversa: É a implementação estruturada e gerenciada da logística reversa, envolvendo processos, tecnologias e planejamento para garantir eficiência e conformidade.

Principais tipos de logística reversa

A logística reversa pode ocorrer de duas formas principais: pós-venda e pós-consumo. No caso do pós-venda, trata-se do retorno do produto à cadeia de distribuição antes de ser utilizado, geralmente devido a defeitos ou outros motivos. É comum que sejam identificados como “remodelados” ou “renovados” – podendo ou não passar novamente pelo processo produtivo.

O pós-consumo, por outro lado, envolve produtos que foram vendidos e utilizados até o final de sua vida útil. Nessa etapa, o item não pode mais ser reaproveitado em sua forma original, mas pode ser encaminhado a processos de reciclagem ou de desmanche antes de receber o tratamento ambiental ou a destinação adequada.

Quais os processos de logística reversa?

Independentemente de pós-venda ou pós-consumo, a logística reversa envolve uma série de procedimentos que precisam ser seguidos pelas organizações do setor logístico. Existem algumas etapas que se destacam:

1) Coleta: recolhimento dos materiais/embalagens já usados ou que precisam ser renovados. Muitas companhias buscam esses itens, até mesmo porque podem ser reaproveitados em outros processos produtivos.

2) Triagem: separação de materiais reutilizáveis ou recicláveis. Isso pode ser realizado dentro da organização ou contar com o suporte de parceiros especializados, que, inclusive, podem ser cooperativas de recicláveis, atendendo a um dos requisitos de ESG, o social.

3) Reprocessamento: o que pode envolver reparação, reciclagem ou remanufatura. É comum, por exemplo, no setor de eletrônicos, quando um componente apresenta falha, mas os demais são funcionais.

4) Destinação final: a reintrodução no mercado ou o descarte ambientalmente correto. Ao fim de seu ciclo de vida, há produtos que podem ser encaminhados a aterros sanitários tradicionais e outros que apresentam regras próprias a serem seguidas, de acordo com a legislação.

Estas 4 fases podem apresentar diversos detalhes técnicos e operacionais e são mais bem gerenciadas por meio de um sistema de logística reversa. Neste caso, a tecnologia se torna um papel importante para centralizar todos os dados em uma única plataforma, garantindo o estabelecimento de um fluxo de processos bem delineado em prol de uma operação fluída.

Alguns desses procedimentos envolvem:

  • Mapeamento do ciclo de vida do produto, identificando pontos de coleta e materiais reaproveitáveis;
  • Estabelecer parcerias com empresas especializadas em reciclagem, cooperativas ou que sigam a legislação para a destinação;
  • Desenvolver uma infraestrutura de coleta, que envolva locais para devolução – geralmente em pontos de venda – e a sua logística de transporte;
  • Comunicar os clientes a respeito dos programas e incentivar a sua participação, aproveitando redes sociais, embalagens e outros mecanismos;
  • Monitoramento contínuo, acompanhando os resultados e buscando a melhoria de processos em prol de mais eficiência, aumentando tanto o volume recolhido como os custos envolvidos.

Como a logística reversa impacta os custos operacionais?

A logística reversa exige das empresas um olhar cuidadoso sobre os próprios processos internos. Esta necessidade de analisar o fluxo operacional faz com que as companhias logísticas gerem vantagens:

  • Melhora do processo produtivo, otimizando a compra de materiais a partir do reaproveitamento de insumos,
  • Coordenação mais inteligente de uso da frota, visando tanto aproveitar melhor o espaço quanto a disponibilidade de veículos. Saiba mais neste artigo.
  • Planejamento mais eficiente da roteirização, otimizando os deslocamentos levando em consideração tanto a entrega para os clientes quanto o recolhimento de materiais sob a ótica da logística reversa.
  • Investimento em frotas mais econômicas, seja com veículos elétricos ou que adotem combustíveis de menor impacto ambiental, caso do etanol ou biodiesel.
  • Redução dos custos com embalagens, melhorando os materiais aplicados e optando por aqueles que podem ser facilmente reaproveitados.

Ou seja, o planejamento adequado com sistemas de logística reversa pode gerar ainda mais economia para as empresas em diversas outras áreas.

Quais setores mais utilizam um sistema de logística reversa e por quê?

A legislação exige que alguns setores implementem sistemas de logística reversa. É comum que os próprios pontos de venda se tornem locais para a devolução, dando origem ao processo de retorno de produtos ou de suas embalagens. Entre os setores que devem dar uma atenção especial, estão:

  • Agrotóxicos – Incluindo seus resíduos e as embalagens. Para este tipo de produto, as normas de descarte dos produtos devem estar expressas na embalagem ou na bula que acompanha o item.
  • Pilhas, baterias e lâmpadas fluorescentes – São matérias que não devem ser descartadas abertamente no meio ambiente devido à possibilidade de contaminação do solo e água.
  • Pneus – Por serem itens de maior volume, as empresas costumam estabelecer parcerias com o varejo e até mesmo com prefeituras para o seu recolhimento e destinação adequada.
  • Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens – Assim como pilhas, o descarte de excedentes deve ser feito em pontos adequados. No caso de embalagens, a própria indústria costuma recolher as embalagens nos pontos de venda.
  • Eletrônicos e seus componentes – Supermercados e grandes varejistas são pontos recorrentes de recolhimento de eletrônicos. A indústria faz a recuperação destes materiais, selecionando o que pode ser reaproveitado ou o que deve ser destinado ao aterro.
  • Medicamentos – Em 2020, o decreto nº 10.388 estabeleceu as regras para a logística reversa de medicamentos. Clique aqui para saber mais sobre esta legislação!

Se os itens acima estão previstos pela lei, há outros que, devido ao seu valor econômico, acabaram criando uma cadeia de reaproveitamento, como as embalagens de aço (latas, em geral), vidros e latas de alumínio para bebidas. De acordo com o relatório da Abralatas, o índice de reaproveitamento desses materiais mantém um índice superior a 95% no Brasil.

Portanto, a implantação de um sistema de logística reversa vai depender do segmento de atuação e de regras específicas para cada setor. No entanto, sua aplicação gera inúmeros benefícios, além da garantia de compliance com a legislação, e se torna muito mais simples com a adoção de sistemas especializados de gestão.

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