Automação industrial: como tornar fábricas mais inteligentes?

A busca por eficiência e operações mais inteligentes nunca foi tão intensa no setor industrial. A transformação digital avançou rapidamente sobre o chão de fábrica, e os dados comprovam isso.

Uma pesquisa recente da Confederação Nacional da Indústria (CNI) revela um dado importante, quase 7 a cada 10 indústrias brasileiras (69%) já utilizam tecnologias digitais em suas operações.

Para a maioria desses negócios, o objetivo é claro: otimizar processos e destravar os ganhos prometidos pela Indústria 4.0.

O próprio estudo da CNI detalha o arsenal de inovações que estão sendo aplicadas — desde sistemas integrados de engenharia, impressão 3D e monitoramento remoto até inteligência artificial, digital twins e big data.

Os dados apontam para uma realidade prática: a automação industrial deixou de ser um diferencial para se tornar uma condição de eficiência e modernização no setor produtivo brasileiro.

Mas, afinal, o que realmente caracteriza a automação industrial? E quais são os ganhos que justificam esse movimento?

O que caracteriza a automação industrial?

A automação industrial é o uso de sistemas de controle, como softwares, robôs e controladores lógicos programáveis (CLPs), para operar e gerenciar processos produtivos com o mínimo de intervenção humana.

Seu objetivo não é apenas substituir o trabalho manual, mas sim aumentar a eficiência (produzir mais em menos tempo), garantir a padronização e a qualidade (reduzindo erros) e aumentar a confiabilidade e a segurança de toda a operação industrial.

Onde a automação atua no chão de fábrica?

Na rotina industrial, essa automação se traduz em diversas frentes que trabalham de forma integrada. Os usos mais comuns incluem:

  • Sistemas de controle de produção: permitem acompanhar todas as etapas do processo fabril em tempo real, trazendo mais visibilidade para os processos e aprimorando a programação da produção.
  • Instrumentação automática: sensores e dispositivos que medem variáveis como temperatura, pressão, nível e fluxo de materiais e aumentam a precisão operacional.
  • Robótica industrial: robôs treinados para executar tarefas repetitivas, de alta precisão ou que colocam colaboradores em risco, reduzindo erros e atuando na prevenção de acidentes.
  • Gestão de máquinas: monitoramento e ajuste automático do funcionamento de equipamentos, de acordo com a demanda e capacidade operacional.
  • IoT na indústria: a Internet das Coisas conecta dispositivos, máquinas e sistemas de gestão, criando um ecossistema digital capaz de acompanhar efetivamente a operação.
  • Gestão de energia: monitoramento inteligente do consumo, relevante em setores nos quais esse insumo pode representar até 40% dos custos produtivos.
  • Diagnósticos automáticos: sensores coletam dados que permitem manutenção preditiva, antecipando falhas e evitando paradas inesperadas.

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Quais são os ganhos da automação industrial?

O aporte de recursos em automação industrial traz benefícios mensuráveis que se refletem diretamente na competitividade e eficiência da operação. Os ganhos vão muito além de simplesmente “ter robôs”:

Aumento de produtividade

Sistemas automatizados operam em regime contínuo (24/7), livres da variabilidade e das pausas da produção manual. O resultado é um aumento direto no throughput (volume de entrega) da planta.

A automação ataca gargalos, garante um ritmo de produção constante e permite ao PCP (Planejamento e Controle da Produção) executar planos mais agressivos e precisos.

Maior flexibilidade operacional

Ao contrário do que se pensa, a automação moderna (programável) aumenta a agilidade da fábrica. O monitoramento em tempo real fornece dados que permitem aos gestores reconfigurar setups de linha ou alternar a produção entre diferentes lotes com muito mais velocidade.

A operação ganha capacidade de resposta para atender picos de demanda ou customizações sem desestabilizar o fluxo produtivo.

Melhoria e padronização da qualidade

A automação impõe um padrão de precisão e repetibilidade impossível de sustentar manualmente em larga escala. Processos controlados por sensores e lógica executam parâmetros exatos em 100% dos ciclos.

Na prática, a incidência de falhas, desvios e a necessidade de retrabalho diminui drasticamente. O controle de processo em tempo real assegura que cada produto final atenda rigorosamente às especificações.

Redução de custos operacionais

A redução de custos é uma consequência direta dos ganhos anteriores. A maior eficiência reduz o desperdício de matéria-prima e o custo com retrabalho. A manutenção preditiva, habilitada por sensores, diminui os custos de paradas não programadas com uma gestão de manutenção industrial.

De que forma SCADA e MES se relacionam com a automação industrial?

Na operação fabril, dois sistemas costumam se destacar na busca por automação industrial: o MES e o SCADA.

O Sistema MES (Manufacturing Execution System) atua no nível de gestão da produção, conectando o chão de fábrica às plataformas de gestão, como o ERP. É esta solução que consegue coordenar ordens de produção, recursos, qualidade e logística, tornando os processos mais integrados.

Já o Supervisory Control and Data Acquisition (SCADA) é um sistema que coleta dados de campo, supervisiona processos e permite intervenções remotas. É voltado principalmente ao monitoramento em tempo real das operações.

Enquanto o SCADA foca na operação e supervisão, o MES tem como missão a gestão e otimização da produção. Juntos, formam a espinha dorsal da automação em fábricas inteligentes.

CLP x Soft PLC: qual escolher?

Nesse contexto, surge também a discussão entre o Controlador Lógico Programável (CLP) e Soft PLC, duas soluções que desempenham papel estratégico no controle de máquinas e processos.

O CLP é um equipamento dedicado, desenvolvido especificamente para o controle em tempo real de processos industriais. É uma solução robusta, ideal para ambientes industriais com poeira, vibração e variação de temperatura e umidade. Ou seja, é uma plataforma confiável, mas que, via de regra, enfrenta limitações de integração.

Na outra ponta, há o soft PLC, que se trata, na verdade, de uma solução cloud do CLP. Ao rodar em servidores próprios ou de terceiros, oferece flexibilidade e facilita a integração com sistemas de gestão e as tecnologias necessárias (IoT, Big Data, IA generativa, entre outras).

O soft PLC costuma funcionar melhor em empresas mais maduras digitalmente e com maior capacidade de integração de dados. Mas, na realidade, em muitos ambientes industriais, a escolha não é entre uma ou outra aplicação, mas na soma das duas frentes: a robustez do CLP com a flexibilidade do Soft PLC.

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Quais são os principais desafios da automação industrial?

Apesar das necessidades de avanços do Brasil nesta frente, a sondagem da CNI traz alguns números fornecem uma perspectiva clara das principais barreiras para a transformação industrial brasileira:

  • 66% dos entrevistados citam o alto custo de implantação.
  • 26% apontam dificuldades de cultura organizacional.
  • 25% mencionam a dificuldade em mensurar o Retorno sobre o Investimento (ROI).
  • 18% alegam falta de conhecimento técnico e de capacitação da equipe.
  • 18% consideram as barreiras de integração entre sistemas.

Outros pontos também aparecem na sondagem com mais de 1 mil empresários industriais: infraestrutura de TI inadequada, tempo de implementação e preocupações de cibersegurança.

Quais KPIs devem ser monitorados em uma linha automatizada?

Para garantir que a automação industrial traga resultados concretos, é essencial definir e acompanhar indicadores de desempenho (KPIs). Alguns dos mais relevantes são:

  • OEE – Mede a eficácia global dos equipamentos, considerando disponibilidade, desempenho e qualidade.
  • MTBF – Avalia o tempo médio entre falhas, importante para avaliar a confiabilidade dos equipamentos.
  • MTTR – Controla o tempo médio para reparo, indicador essencial para manutenção e disponibilidade operacional.
  • Consumo energético por unidade produzida – Permite identificar gargalos e reduzir custos, especialmente em indústrias com alta demanda energética.
  • Taxa de rejeição ou retrabalho – Avalia a qualidade do processo e está diretamente ligada à redução de custos e à satisfação do cliente.

O próximo passo da automação industrial

Como vimos, a automação industrial já é uma realidade para a maioria das fábricas brasileiras. É o motor que viabiliza, na prática, os conceitos da Indústria 4.0, gerando ganhos claros em produtividade e qualidade.

No entanto, os desafios de custo, integração e capacitação são barreiras reais. Superá-los é o que define as empresas que apenas usam tecnologia daquelas que se tornam operações verdadeiramente estratégicas.

O primeiro passo é otimizar o chão de fábrica. O próximo é conectar essa eficiência à gestão do negócio. Conheça nosso sistema ERP especializado para a indústria e garanta que os dados da sua produção se transformem em inteligência para o negócio.

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