Relevante na produção brasileira e mundial, a produção de milho impacta o mercado global; conheça as tecnologias que otimizam a gestão das lavouras
O milho é a cultura mais produzida do mundo, representando mais de um terço do total cultivado no planeta. No Brasil, trata-se da segunda lavoura mais recorrente, conforme avalia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No agronegócio, as lavouras correspondem a grandes extensões de terras voltadas à monocultura, em geral destinadas às commodities agrícolas.
As lavouras desempenham um papel vital no agronegócio tanto em relação aos resultados comerciais quanto para a base da agroindústria. Estes itens servem de insumo para o desenvolvimento de outros produtos voltados à alimentação humana e animal. E, no caso do milho, ainda é uma matéria-prima usada também na produção de energia e até nos biocombustíveis.
A produção em larga escala de milho e grãos, por exemplo, influencia o preço dos alimentos e a oferta de seus derivados. As exportações desses produtos geram receitas significativas para os países produtores, fortalecendo a economia local e global. A escolha pelo tipo de lavoura leva em consideração as características de solo e climáticas, assim como as demandas alimentares da população e industriais.
Saiba mais sobre a lavoura na sequência deste artigo!
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O papel do Brasil como um dos principais produtores globais de milho e grãos
O Brasil está entre os principais produtores globais de milho e grãos. Com vasta extensão territorial e condições climáticas favoráveis, o país se destaca neste cenário, sendo um dos principais players do agronegócio mundial. Em 2024, foram destinados mais de 21 mil hectares para o plantio de lavoura de milho – pouco menos do que a metade da área destinada à soja (46 mil hectares).
Com um ciclo produtivo que abrange o plantio, manejo, colheita e armazenamento, o foco nesses produtos se justifica pelo milho ser uma das principais commodities agrícolas. Sua comercialização ocorre com base em critérios como peso, tipo e tamanho dos grãos.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) prevê que a produção nacional de grãos deve crescer ao longo dos próximos dez anos. Estima-se que saia de 300 milhões de toneladas da safra 2023/2024 para 379 milhões em 2033/2034. Caso os números se confirmem, isso indicaria um aumento de 27% na produtividade, acompanhado de uma expansão de 15,5% na área cultivada. Além disso, outras culturas monitoradas incluem trigo, arroz e feijão.
Explicamos mais detalhes sobre as commodities agrícolas e sua comercialização neste artigo.
Quais as características de uma lavoura de grãos?
Uma lavoura de milho, por exemplo, envolve diversas etapas até que o grão esteja pronto para ser comercializado. Há a parte inicial, que envolve o preparo do solo, o plantio e o monitoramento até a colheita. Os cuidados nesta fase são fundamentais, pois são eles que garantem a produtividade de uma safra e exigem uma série de cuidados para os agricultores.
No entanto, após a colheita, há um grande processo de beneficiamento de grãos, visando assegurar os padrões de qualidade e um resultado homogêneo dos lotes. Algumas das fases que se destacam são:
– Recepção de grãos, direcionando a safra após a colheita;
– Amostragem em que são realizadas múltiplas coletas para analisar as características e a qualidade dos grãos;
– Pré-limpeza e limpeza que visa remover as impurezas e materiais estranhos – folhas, pedras, torrões de solo –, assegurando os padrões de qualidade;
– Secagem que se trata de uma etapa fundamental para garantir a durabilidade e a qualidade do produto. Em geral, o agronegócio segue padrões muito claros para evitar a deterioração;
– Classificação, momento que os grãos são padronizados a partir da qualidade, usando critérios como tamanho, densidade ou qualidade;
– Armazenamento que envolve o acondicionamento adequado dos grãos em silos ou outras estruturas até a sua comercialização.
É esta soma de cuidados relacionados ao plantio e ao beneficiamento dos grãos que assegura a produtividade de uma lavoura, atendendo os requisitos de qualidade esperados pelo mercado ou clientes.
Conheça alguns dos principais desafios do beneficiamento de grãos neste artigo.
Lavoura de milho: quais os tipos e aplicações?
Segunda cultura mais comum do país, a produção de milho no Brasil é separada em duas lavouras: o milho de 1ª safra e o milho de 2ª safra, conhecido como safrinha.
– 1ª safra – O plantio da também conhecida safra de verão ocorre, em geral, entre setembro e dezembro, visando uma colheita entre fevereiro e junho. Sua escolha como lavoura principal se deve ao fato de as condições climáticas favorecerem o melhor desempenho da cultura.
– Safrinha – Seu plantio acontece após a 1ª safra – geralmente entre janeiro e março. Dessa forma, a colheita é programada para entre maio e setembro. É comum que se aposte nele após a colheita da soja, conforme define a Embrapa. Aos poucos, este termo tem sido substituído pela 2ª safra, visto que não necessariamente é menor em área, produção e investimento do que a safra de verão.
É por isso que a escolha das sementes pode variar entre a 1ª safra e o milho safrinha. Isso porque fatores como disponibilidade hídrica, fertilidade, período dedicado ao ciclo são determinantes para produtividade e a estrutura do calendário dos produtores e cooperativas. A safrinha, porém, é importante para aumentar a oferta do grão e assegurar uma produção contínua ao longo do ano.
A diversidade do milho: da alimentação ao bioplástico
O milho é um insumo primário de alto valor comercial no mercado global, servindo de base para o desenvolvimento de outros produtos: farinhas, óleos, cereais matinais e está presente na composição de muitos produtos da indústria de alimentos. Outra destinação recorrente é a alimentação animal, sendo um dos principais insumos para rações voltadas à criação de aves, suínos e bovinos.
E os derivados desta lavoura não param por aí. O milho é uma das culturas envolvidas no desenvolvimento de biocombustíveis e, mais recentemente, está sendo usado no mercado de bioplásticos. Dessa forma, torna-se uma alternativa sustentável para substituir os plásticos convencionais. Na prática, cada vez mais, a diversidade de aplicação do milho tem sido explorada.
Essa versatilidade mostra a importância do segmento para a economia do país. O agro vai muito além da alimentação, tornando-se a base para as cadeias industriais e energéticas, entre outras aplicações.
Como a tecnologia melhora a gestão das lavouras?
Assim como outros segmentos, como a indústria e a logística, o agronegócio está mais digitalizado. Atualmente, a agricultura de precisão permite um controle mais assertivo das tarefas agrícolas, elevando a capacidade de planejamento e de monitoramento das lavouras, entre outras vantagens proporcionadas pela inteligência artificial.
Tecnologias como sensores, drones e sistemas de monitoramento auxiliam em uma tomada de decisão embasada por parte dos gestores. O foco está em ter uma produção mais eficiente, reduzindo os desperdícios e otimizando o aporte de recursos.
Esta preocupação com rastreabilidade, administração de custos e mais eficiência no manejo agrícola faz com que sistemas especializados de gestão – capazes de integrar e trazer inteligência aos dados coletados no campo – estejam em evidência. Essas ferramentas permitem monitorar o desempenho das culturas, identificar problemas rapidamente e tomar medidas corretivas de forma eficaz.
No caso de uma lavoura importante para o país, como o milho, a aplicação da tecnologia é fundamental para melhorar o desempenho, beneficiando tanto a cadeia produtiva nacional quanto as exportações para os clientes internacionais.