Beneficiamento de grãos: o que é e como funciona?

O beneficiamento de grãos é uma etapa essencial para garantir qualidade e competitividade no agronegócio. O Brasil é um dos maiores produtores de grãos do mundo, e a tendência é que esse número continue a crescer.

De acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), a produção de grãos no país deve aumentar 27% nos próximos dez anos, passando de 300 milhões de toneladas na safra 2023/2024 para 379 milhões de toneladas na safra 2033/2034, com uma expansão de apenas 15,5% na área cultivada.

Esse crescimento traz desafios e oportunidades para o agronegócio, exigindo mais eficiência em todo o processo produtivo. Nesse cenário, o beneficiamento de grãos se torna ainda mais importante, garantindo qualidade, segurança e maior valorização da safra, além de ajudar a tornar o Brasil mais competitivo no mercado global.

O que é o beneficiamento de grãos?

O beneficiamento de grãos é um conjunto de processos que visa melhorar a qualidade dos grãos colhidos antes de sua comercialização ou armazenamento. Essa etapa é essencial para remover impurezas, ajustar a umidade e garantir que os produtos atendam aos padrões exigidos pelo mercado.

Além de preservar a qualidade dos grãos, o beneficiamento reduz perdas, aumenta a durabilidade e melhora o valor de mercado da produção. Com isso, produtores rurais e cooperativas agrícolas conseguem maximizar seus lucros e atender às demandas da indústria e dos consumidores.

Esse processo se torna ainda mais estratégico em um cenário de crescimento da produção agrícola, onde a eficiência na pós-colheita é um fator decisivo para a competitividade do agronegócio.

Quais são as etapas do beneficiamento de grãos?

O beneficiamento de grãos envolve processos fundamentais para garantir a qualidade final e a conservação do produto, seguindo normas rigorosas e aumentando seu valor comercial.

Veja as etapas principais com mais profundidade:

As principais etapas do beneficiamento de grãos incluem:

1. Recepção e limpeza

Os grãos chegam da colheita com impurezas como palha, terra, pedras e grãos danificados. Na limpeza, equipamentos específicos removem esses materiais estranhos, garantindo que só os grãos adequados sigam para as próximas fases.

2. Classificação

Aqui os grãos são separados por tamanho, peso e qualidade. Essa etapa ajuda a padronizar o produto final, removendo grãos quebrados, pequenos ou avariados, o que aumenta o valor comercial.

3. Secagem

Para evitar perdas por deterioração, os grãos passam por secagem para reduzir o teor de umidade até níveis seguros para armazenamento. Isso evita o surgimento de fungos e proliferação de insetos.

4. Armazenagem

Após a secagem, os grãos são armazenados em silos ou armazéns adequados, que garantem a preservação da qualidade por meio de controle de temperatura, umidade e ventilação.

5. Tratamento

Alguns grãos recebem tratamentos químicos ou físicos para proteger contra pragas e doenças durante o armazenamento e transporte, aumentando a durabilidade.

Essas etapas são fundamentais para garantir que os grãos cheguem ao mercado com qualidade, segurança alimentar e valor agregado, atendendo às normas vigentes e às expectativas dos consumidores.

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Quais etapas do beneficiamento de grãos são obrigatórias?

Embora todas as etapas sejam importantes, algumas são indispensáveis para garantir a qualidade e a segurança dos grãos. A recepção, amostragem, pré-limpeza e secagem são consideradas obrigatórias, pois influenciam diretamente na durabilidade e na adequação dos grãos para comercialização.

A classificação também é essencial em muitos casos, especialmente quando há exigências específicas do mercado. Já a limpeza detalhada e o armazenamento podem variar conforme a necessidade do produtor, a destinação dos grãos e as exigências regulatórias.

O cumprimento dessas etapas obrigatórias não apenas evita desperdícios e perdas, mas também garante que os grãos estejam dentro dos padrões sanitários e de qualidade exigidos pelo setor agrícola.

Originação de grãos vs. Beneficiamento de grãos

Os termos podem parecer semelhantes, mas representam etapas bem diferentes dentro do agronegócio.

A originação de grãos é o processo de compra e movimentação dos grãos desde o produtor até os armazéns ou indústrias. Envolve negociar preços, escolher fornecedores e garantir que os produtos atendam aos padrões de qualidade exigidos pelo mercado.

Já o beneficiamento de grãos acontece depois da originação e tem o objetivo de preparar os grãos para venda ou armazenamento. Esse processo inclui limpeza, secagem, classificação e armazenamento, garantindo que fiquem dentro das especificações ideais.

Resumindo: enquanto a originação cuida da compra e logística dos grãos, o beneficiamento foca na qualidade do produto final. Ambos são essenciais para garantir um alimento de boa procedência e valor de mercado.

Milho, Soja e Feijão: como funciona o beneficiamento de cada um?

O beneficiamento de grãos segue etapas semelhantes, mas cada tipo de grão tem características próprias que exigem cuidados específicos. Vamos entender como funciona o processo para milho, soja e feijão.

1. Beneficiamento do Milho

O milho é um dos grãos mais cultivados no Brasil e precisa passar por um processo rigoroso para garantir qualidade e conservação.

  • Recepção e Amostragem: O milho chega dos campos e passa por análises para verificar umidade, impurezas e qualidade dos grãos.
  • Pré-limpeza: Impurezas como palha, sabugo e pedras são removidas.
  • Secagem: Como o milho tem alta umidade após a colheita, ele precisa ser seco até 13% para evitar mofo e fermentação. Esse processo pode ser feito em secadores a gás ou ar quente.
  • Classificação: Os grãos são separados por tamanho e qualidade, garantindo padrões exigidos pelo mercado.
  • Armazenamento: O milho é guardado em silos com controle de temperatura e ventilação para evitar pragas e deterioração.

2. Beneficiamento da Soja

A soja é uma cultura de alto valor e seu beneficiamento exige um controle rigoroso para preservar sua qualidade nutricional e evitar perdas.

  • Recepção e Amostragem: São coletadas amostras para análise de umidade, presença de grãos verdes e impurezas.
  • Pré-limpeza: Remove impurezas como terra, palha e sementes de outras culturas.
  • Secagem: A umidade deve ser reduzida para 11% a 13%, evitando fermentação e deterioração. O processo precisa ser feito com cuidado para não comprometer a qualidade dos grãos.
  • Classificação: A soja é separada conforme tamanho e qualidade, sendo eliminados os grãos quebrados ou danificados.
  • Armazenamento: O armazenamento exige monitoramento constante, pois a soja pode oxidar e perder qualidade se houver variações de temperatura e umidade.

3. Beneficiamento do Feijão

O feijão é um grão delicado, e seu beneficiamento precisa ser feito com ainda mais cuidado para evitar quebras e perda de qualidade.

  • Recepção e Amostragem: Os grãos são analisados para verificar umidade, impurezas e presença de grãos defeituosos.
  • Pré-limpeza: Impurezas como terra, restos de plantas e pedras são eliminadas para garantir um produto limpo.
  • Secagem: Diferente do milho e da soja, a secagem do feijão exige mais cuidado, pois o excesso de calor pode rachar os grãos. O ideal é uma umidade final de 13% a 14%.
  • Classificação: O feijão passa por separação de tamanho, cor e qualidade. Essa etapa define os grãos que podem ser comercializados para consumo e aqueles destinados a outros usos.
  • Armazenamento: Para evitar a proliferação de insetos e manter a qualidade dos grãos, o armazenamento deve ser feito em locais com controle de temperatura e umidade.

Cada tipo de grão tem suas particularidades, e o beneficiamento adequado garante um produto de alta qualidade para o mercado. O milho precisa de uma secagem eficiente, a soja exige um controle rigoroso da umidade e o feijão demanda um manuseio mais delicado. Seguir essas etapas corretamente reduz perdas e melhora o valor da produção.

Quais fatores que interferem no beneficiamento de grãos?

Um manual da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) destaca três fatores essenciais que influenciam diretamente a qualidade dos grãos durante o beneficiamento: umidade, temperatura do ambiente e forma de armazenamento. Qualquer erro nessa fase pode resultar em perdas significativas, tanto físicas quanto de qualidade.

1. Perdas físicas

As perdas físicas, também chamadas de quebras, ocorrem quando os grãos sofrem danos estruturais, perdem peso ou são atacados por insetos e roedores. Isso reduz a quantidade de produto disponível para comercialização e pode comprometer a lucratividade.

2. Perdas de qualidade

A qualidade dos grãos pode ser prejudicada por fatores como fermentação e crescimento de fungos, que alteram características essenciais, como cheiro, sabor e até mesmo valor nutricional. Um produto contaminado ou com características sensoriais alteradas perde mercado e pode se tornar inviável para venda.

Por isso, existem padrões rigorosos para umidade e armazenamento, que variam de acordo com o tempo que os grãos ficarão armazenados – podendo ir de meses até cinco anos.

Além disso, um bom planejamento operacional evita contaminação cruzada e garante que equipamentos e silos estejam sempre monitorados, controlando temperatura e umidade desde a armazenagem até o transporte. Esses cuidados são essenciais para preservar a qualidade e o valor dos grãos até o destino final.

O papel da tecnologia no beneficiamento de grãos

A tecnologia tem um papel fundamental na modernização do beneficiamento de grãos, tornando o processo mais eficiente, seguro e lucrativo. Algumas das principais inovações incluem:

  • Automatização – Equipamentos modernos agilizam a limpeza, secagem e classificação dos grãos, garantindo que atendam aos padrões de qualidade e segurança exigidos pelo mercado.
  • Monitoramento remoto – Sensores conectados via IoT (Internet das Coisas) permitem acompanhar, em tempo real, fatores como umidade e temperatura, reduzindo riscos de perdas por armazenamento inadequado.
  • Softwares de gestão – Sistemas especializados integram todas as etapas do processo, desde a recepção dos grãos até a comercialização, auxiliando na tomada de decisões estratégicas e otimizando negociações conforme as variações do mercado.

Com o crescimento do agronegócio e a necessidade de um controle cada vez mais rigoroso, investir em tecnologia não é mais uma opção, mas sim um diferencial competitivo.

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