Do gerenciamento do risco de safra ao melhoramento de sementes, essa tecnologia aumenta a inteligência do agronegócio, otimizando a tomada de decisão dos gestores
O desafio para o planeta está posto. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que, nos próximos 30 anos, haverá a necessidade de alimentar 2,5 bilhões de pessoas adicionais. E o Brasil, como um dos principais responsáveis pela produção de alimentos no mundo, terá papel importante neste cenário.
Diante desse contexto, a digitalização do agronegócio brasileiro terá papel crucial para aumentar a produtividade e otimizar insumos sem aumentar de forma desenfreada a disponibilidade de terras para o plantio.
Existe a expectativa de que a automação agrícola com inteligência artificial tenha um crescimento de 22% ao ano entre 2024 e 2029: saindo de um mercado projetado de US$ 2,08 bilhões para US$ 5,76 bilhões. Os dados são da consultoria Mordor Intelligence.
Mas como essa tecnologia pode auxiliar na gestão das propriedades rurais diante deste novo desafio?
Aumentar a produção agrícola, reduzir perdas, otimizar o aporte de insumos e ser mais efetivo no planejamento e na previsibilidade das safras futuras são algumas das possibilidades desta tecnologia, vistas com bons olhos pelos empresários do campo.
Conforme demonstramos neste artigo sobre agricultura 5.0, a digitalização do agronegócio pode ser aplicada tanto na gestão das propriedades quanto a rotina do campo propriamente dita, aplicando diversas tecnologias ao dia a dia, incluindo a inteligência artificial. Com ela, é possível melhorar o planejamento das safras, administrar estoques e otimizar a aplicação de insumos.
Confira abaixo alguns dos usos mais inovadores da IA na agricultura.
1) Tomada de decisões mais estratégicas
A tecnologia permite obter insights sobre o mercado de cotação de grãos e de insumos, indicando os melhores momentos para compra ou para venda de produtos. Ao entender melhor a movimentação deste mercado e as suas tendências, é possível tomar decisões mais inteligentes e fundamentadas, ampliando a rentabilidade da propriedade.
2) Assistentes virtuais do agro
Os assistentes virtuais no agronegócio têm se tornado aliados essenciais para otimizar a gestão no agronegócio. Essas ferramentas utilizam inteligência artificial para fornecer informações em tempo real, desde previsões meteorológicas até análises de mercado.
Com a capacidade de emitir alertas sobre condições climáticas adversas e variações nos preços de insumos, os assistentes virtuais permitem que os produtores tomem decisões mais informadas e rápidas. Além disso, eles podem automatizar tarefas rotineiras, como agendamento de atividades e controle de estoques, liberando os agricultores para se concentrarem em estratégias que melhorem a produtividade e a sustentabilidade de suas operações.
3) Gerenciamento de riscos
Em um momento no qual os eventos climáticos extremos se tornaram mais comuns, a digitalização do agronegócio e a inteligência artificial auxiliam a fazer previsões e análises mais assertivas sobre produtividade e as ameaças de uma safra, simplificando a gestão de riscos associados ao campo.
Essas indicações da tecnologia se baseiam em algoritmos, Machine Learning e a análise de dados de satélite e meteorológicos.
4) Melhoramento de sementes
Ao coletar dados sobre o crescimento de plantas, é possível desenvolver sementes que consigam se adaptar melhor às novas condições climáticas – por exemplo, suportando mais frio, mais calor ou alterações no volume de chuvas, o que tende a ser recorrente nos próximos anos.
É a inteligência artificial que dá o suporte para fazer previsões, elaborar modelos para testes e aumentar a probabilidade de sucesso destas sementes nestes novos cenários.
Esta seleção de espécies também leva em consideração a necessidade de água e de nutrientes para cada região, identificando sementes que mais se adaptem a um solo e a um clima, melhorando a produtividade e a escolha de culturas para o agricultor.
5) Auxílio na análise da maturidade das culturas
A experiência e os dados de cultivos anteriores auxiliam a estimar o crescimento e a maturidade de culturas, levando em conta o histórico da propriedade.
Assim como a inteligência artificial consegue fazer projeções de pesquisas e comportamento, ela é capaz de estimar os prazos para a maturidade ideal de cada cultura, dependendo do cenário da safra – média de temperatura, índices pluviométricos, entre outros critérios.
Vantagens para todos os perfis
A democratização da tecnologia e a redução de seus custos de implantação estão eliminando as disparidades entre os perfis de produtores.
A inteligência artificial está pronta para ser um elemento-chave no aumento da produtividade e na busca por um agronegócio mais sustentável e resiliente, independentemente do porte da propriedade. Como está a sua preparação para este momento?