Mercado de dispositivos vestíveis cresce 25% em 2016
De acordo com análise da IDC, a quantidade de wearables enviados ao varejo mundial alcançou 102,4 milhões. O crescimento do segmento se deu pela entrada de novos players e pelos fabricantes líderes terem atualizado seus portfólios.
Apesar de grande parte dos dispositivos “wearable” (termo que significa tecnologias para vestir) dos quais temos conhecimento estar limitada, hoje em dia, a relógios inteligentes ou dispositivos para a prática de esportes, há muito mais tecnologia – e tecnologias mais úteis – por vir. De acordo com Jitesh Ubrani, pesquisador sênior da IDC Mobile Device Trackers, relógios e pulseiras são – e sempre serão – populares, mas o mercado irá se beneficiar de outros dispositivos emergentes, como roupas e óculos, que entregarão novas capacidades e experiências.
“Óculos têm um foco claro sobre empresas, já que surge para complementar ou substituir dispositivos de computação existentes, em especial para trabalhadores de campo ou no chão de fábrica”, observa Ubrani.”Enquanto isso, roupas focarão no consumidor, oferecendo a capacidade de capturar novas formas de dados descritivos e prescritivos.”
Dois outros fatores que impulsionam o mercado de wearables são conectividade e aplicativos. “Conectividade no celular essencialmente libera o wearable de estar amarrado a um smartphone”, afirma Ramon T. Llamas, gerente de pesquisas do programa de wearables da IDC. Para ele, o uso imediato possibilita ligações, mas vai além.
“A conectividade do celular em um wearable pode transmitir e receber dados, incluindo tempo, localização e outras informações sobre um determinado usuário e seu entorno. Imagine o que isso significa ao monitorar passos, analisar atividade do paciente ou para compras: as informações podem ser compartilhadas imediatamente com um segundo ou terceiro players, e o usuário pode, por sua vez, receber informações apropriadas de acordo com o contexto”, afirma Llamas.
Além disso, continua o especialista, o crescimento no mercado de wearables representa uma grande oportunidade para desenvolvedores, já que aplicações aumentam o valor e a utilidade de vestíveis. “E os usuários querem ter mais do que resultados fitness ou de saúde”, comenta.
Ranking, novos players e novas ofertas
O estudo da IDC revela que a Fitbit continua sendo a principal empresa do segmento. Com 22,5 milhões de dispositivos enviados no ano passado, ela teve um crescimento de 2,4% e respondeu por 22% do mercado de wearables, em especial pelo domínio das vendas nos Estados Unidos. Contudo, precisa prestar atenção à saturação de pulseiras fitness naquele país. A Xiaomi aparece na segunda posição com 15,7 milhões de unidades, um aumento de 31%. A empresa chinesa terminou 2016 com 15,4% do market share devido seu produto fitness de baixo custo, como a pulseira Mi Band 2.
A Apple aparece em terceiro com queda de 7,6% no envio de dispositivos vestíveis em 2016. Foram 10,7 milhões de unidades enviadas ao varejo. Com isso, a empresa norte-americana passou a ter 10,5% do segmento, ante 14,2% em 2015. Ainda assim, a IDC vê com bons olhos a atualização do Apple Watch realizada no ano passado, com inclusão de GPS e novos modelos para atrair o público. Logo abaixo da Apple aparece a Garmin com 6,1 milhões de unidades enviadas, um crescimento de 5,4% ante 2015. Com 5,9% de market share, a firma mantém o foco no público fitness.
E fechando o ranking dos cinco principais fabricantes está a Samsung, com 4,3% de participação no segmento, ou 4,4 milhões de unidades enviadas, o que representa crescimento de 38,6% na comparação ano a ano. A principal vantagem da companhia sul-coreana é a abertura de negociações com operadoras de telefonia para vender seu relógio inteligente Gear S3 com conectividade 4G.
A IDC chama a atenção para o crescimento de outras companhias em 2016, como a Fossil e suas submarcas BBK e Li-Ning. E destaca a chegada de outros tipos de wearables, como os fones de ouvido inteligentes, que alcançaram 1% dos envios de 2016.