Construtoras costumam contratar empresas ou profissionais especializados para tocar um projeto, e esta supervisão se torna mais efetiva com a tecnologia adequada e os cuidados no contrato.
É comum que as empresas de construção civil terceirizem as suas atividades para outras companhias. Esta prática visa encontrar pessoas e empresas especializadas, com foco em reduzir os custos e garantir a qualidade da execução do serviço. Como demonstramos neste artigo, 8 a cada dez empresas do país adotam o expediente da terceirização, o que exige cuidados com a gestão de empreiteiros.
Ao contrário da terceirização de determinados serviços ou obras, a contratação de um empreiteiro não tem como propósito a entrega de uma etapa ou de uma fase específica de um projeto, mas, sim, da obra propriamente dita. Ou seja, estamos falando de assegurar o cumprimento de prazos, nos padrões de qualidade e dentro do orçamento planejado por uma construtora.
Nesse contexto, a gestão de empreiteiros assume um papel determinante para as empresas do segmento de construção civil, visto que esses profissionais são determinantes para o resultado de uma obra. E, para reduzir riscos e otimizar este trabalho, ter uma atenção especial ao contrato é fundamental.
Siga conosco no restante deste artigo para compreender mais sobre o tema.
O que deve conter em um contrato de prestação de serviços com empreiteiros?
Assim como na execução de outros negócios entre empresas, o contrato é o documento que vai reger a execução deste serviço. É por isso que ele deve ser elaborado de forma minuciosa, incluindo cláusulas e regras que simplifiquem o seu acompanhamento e gestão.
Na construção civil, a gestão de empreiteiros costuma ser dividida de duas maneiras:
- Empreitada de mão de obra – O empreiteiro é o responsável apenas pela execução do serviço, enquanto a construtora compra e fornece os materiais.
- Empreitada de mão de obra e de materiais – Neste caso, o empreiteiro assume também a responsabilidade por adquirir os materiais necessários ao projeto.
Assim como em outros tipos de negócio, cada modelo de contratação apresenta vantagens e desvantagens e vai depender de fatores como o risco que a construtora está disposta a assumir, a sua disponibilidade de capital para comprar insumos, o conhecimento e a confiança no empreiteiro, a preocupação com passivos trabalhistas, entre outros fatores.
Para otimizar este processo e reduzir riscos, é fundamental que este contrato seja elaborado de forma clara e contenha itens como:
- Escopo detalhado do serviço – Deve-se descrever as atividades que serão realizadas. Se houver necessidade de especificar formas de operação ou modelos construtivos, inclua esses dados.
- Cronograma – Estabeleça prazos para execução das etapas até a entrega final. É importante que haja uma separação por fases, para facilitar o monitoramento e a gestão de empreiteiros.
- Condições financeiras – Aqui, explicitam-se os valores, as formas de pagamento e os critérios para ajustes ou revisões de valores.
- Fornecimento de materiais – Deve-se esclarecer se o empreiteiro será responsável pela aquisição de materiais ou se caberá ao contratante. No caso da terceirização da aquisição, é fundamental estabelecer padrões claros de qualidade, com descrição técnica, certificações necessárias para cada item e outros critérios de aceitação dos materiais.
- Garantias e seguros – Exigência de apólices de seguros e garantias financeiras.
- Cláusulas de rescisão – Regras para encerrar o contrato e penalidades aplicáveis caso alguma das partes envolvidas opte por isso.
Quais os pilares da gestão de qualidade na construção?
Quais são os principais erros ao elaborar contratos para empreiteiros?
Assim como um projeto de construção estabelece prazos claros para a elaboração de projetos e estudos de viabilidade, o mesmo deve ser feito na gestão de empreiteiros. Há a necessidade de reservar prazos claros para a escolha deste parceiro e também para a elaboração dos contratos de forma estruturada, estabelecendo os direitos e deveres de ambas as partes envolvidas.
É por isso que este documento deve contar com todo o suporte das equipes jurídicas das construtoras ou demandar a contratação de uma consultoria jurídica, de preferência especializada ou com atuação já conhecida no segmento de construção civil. Estes profissionais garantem que as empresas estejam alinhadas às legislações municipais, estaduais e federais.
Outro ponto importante é descrever adequadamente o escopo do serviço, reduzindo as margens de interpretações divergentes. E, dentro deste quesito, definir cláusulas de penalidade no caso de atrasos ou a maneira de substituição nas não conformidades (falhas em qualidade ou execução).
Além de reservar o tempo necessário e se atentar aos detalhes do contrato, outros dois cuidados garantem uma contratação assertiva e a consequente simplificação da gestão de empreiteiros:
- Documentação – Solicitar e verificar toda a documentação do empreiteiro (de sua empresa) e dos colaboradores envolvidos, caso já estejam definidos.
- Verificação – Ao receber estes dados, fazer mais uma checagem em relação à experiência, aos projetos já realizados e à qualificação técnica.
Pode soar exagerado, mas duplicar a atenção e ter uma diligência maior antes de contratar e de estabelecer o contrato é uma prática inteligente e que se reverte em economia de custos, otimização do tempo e mais qualidade na entrega de um projeto.
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Gestão de empreiteiros com ou sem materiais?
Conforme mencionamos no início do artigo, a contratação de terceiros pode envolver ou não a aquisição de materiais. Como determinar o que é mais interessante para uma construtora?
Adquirindo materiais: Reverte-se em mais controle sobre a escolha de materiais e a possibilidade de negociar diretamente com fornecedores para reduzir custos ou optar por insumos de mais qualidade. Isso, por outro lado, gera aumento na carga de gestão para o contratante e risco de atrasos, caso os materiais não sejam entregues no prazo.
Terceirizando a aquisição: Exige mais atenção no monitoramento da qualidade e da entrega dos materiais, além de um controle rigoroso para garantir que o orçamento seja cumprido. Neste caso, as atividades de supervisão são fundamentais, exigindo um acompanhamento constante.
O impacto dos orçamentos e da digitalização do canteiro de obras
Um bom orçamento de obras deve contemplar diferentes modelagens da contratação e gestão de empreiteiros, incluindo previsões com a aquisição ou não de materiais. Se você sente dificuldade em elaborar este tipo de documento, confira a nossa planilha que torna esta atividade mais ágil e simples, mas sem perder as nuances necessárias ao custo de uma obra.
Este orçamento deve considerar o preço total de um projeto – incluindo a mão de obra e os materiais –, sua logística e armazenamento. É a análise criteriosa destes dados que permite identificar o custo-benefício de uma gestão de empreiteiros com ou sem o fornecimento de materiais.
No mundo atual, a soma de sistemas especializados de gestão para a construção civil e de softwares de gerenciamento de projetos fazem com que o canteiro de obras esteja totalmente digitalizado. A tecnologia traz uma nova perspectiva sobre a evolução dos projetos e a sua supervisão, conforme explicamos neste artigo.
Na prática, ganha-se mais visibilidade sobre o andamento da obra, com controle e emissão de relatórios financeiros, monitoramento de prazos e de etapas estabelecidos em contrato e também a integração com outros setores, caso de compras e logística.
E, para a gestão de empreiteiros, estes dados também otimizam os processos burocráticos envolvidos, caso da automação de pagamentos das partes envolvidas, assegurando a continuidade das obras e o cumprimento de todas as cláusulas previstas em contrato.