O que é gestão de carteira de recebíveis na construção civil?

Na construção civil, a gestão de carteira de recebíveis é o processo que garante o controle dos valores a receber das obras, evitando inadimplência e desequilíbrios no fluxo de caixa. Como os ciclos financeiros no setor são longos e complexos, essa prática é fundamental para manter a saúde financeira da empresa e viabilizar novos projetos.

É essa boa administração que permite concluir projetos sem sobressaltos e, ao mesmo tempo, planejar o futuro com mais segurança.

As dificuldades do segmento de construção civil vão além de ciclos de pagamento mais longos. Elas envolvem também o planejamento e a execução de projetos de maior monta.

Em muitos casos, as construtoras e as incorporadoras também assumem o papel de analisar o risco de vendas, especialmente na gestão de financiamento imobiliário em fases iniciais de projeto, como a comercialização na planta.

O que é gestão de carteira de recebíveis?

A gestão de carteira de recebíveis na construção civil envolve o controle, monitoramento e análise dos valores que a empresa deve receber de clientes, financiamentos ou vendas a prazo. Seu objetivo é garantir que os pagamentos sejam feitos dentro do prazo, evitando inadimplência e preservando a saúde do fluxo de caixa.

Esse processo vai além do simples controle de contas a receber. Ele inclui análise de crédito, negociações, revisão da política comercial e decisões estratégicas que protegem a liquidez da empresa e reduzem riscos financeiros.

O principal objetivo é garantir que esses recebimentos ocorram dentro do prazo, evitando prejuízos com inadimplência e melhorando o fluxo de caixa. Ao fim de 2024, no país, quase um terço dos negócios sofriam com problemas de inadimplência, especialmente por falhas na gestão do fluxo de caixa, de acordo com o levantamento da Serasa Experian.

Embora semelhante, a gestão de carteira de recebíveis ultrapassa o controle tradicional de contas a receber. Ela incorpora estratégias de análise de risco, negociações, acompanhamento de indicadores e tomada de decisões para manter a liquidez e assumir riscos de forma planejada.

Qual a importância da gestão de recebíveis para o fluxo de caixa?

O fluxo de caixa reflete diretamente as entradas e saídas financeiras de uma empresa. Quando os recebimentos são mal gerenciados, o desequilíbrio resultante pode comprometer o pagamento a fornecedores, folhas salariais e investimentos essenciais.

No setor da construção civil, onde as obras costumam ser longas e frequentemente financiadas total ou parcialmente por terceiros, manter a previsibilidade dos recebimentos é fundamental.

Uma gestão eficiente da carteira de recebíveis permite que a empresa planeje seu capital de giro com mais segurança, evite atrasos e preserve a credibilidade junto a parceiros e investidores.

Sem um fluxo de caixa adequado, projetos tendem a sofrer com atrasos por dificuldade na relação com fornecedores e gestão de terceiros, impactando ainda mais os recebimentos de construtoras e incorporadoras.

Como funciona a gestão de carteira de recebíveis na construção civil?

Na prática, a gestão da carteira de recebíveis na construção civil vai muito além do simples controle de boletos ou saber quem já realizou o pagamento. Considerando que o setor trabalha com obras de longo prazo, negociações complexas e alto volume financeiro, essa gestão precisa ser estratégica, integrada e automatizada.

Veja os principais pilares que sustentam esse processo:

Cadastro e análise de clientes

Antes mesmo de fechar um contrato, é essencial avaliar o perfil do cliente. Isso envolve verificar histórico de pagamento, análise de crédito, capacidade financeira e possíveis restrições.

Esse cuidado ajuda a mitigar riscos de inadimplência e contribui para uma política de crédito mais segura, especialmente em projetos comercializados ainda na planta.

Emissão e acompanhamento de boletos, notas fiscais e contratos

Toda a documentação relacionada aos recebíveis precisa estar bem estruturada. Emitir boletos com os dados corretos, manter contratos digitalizados e acompanhar as notas fiscais emitidas são etapas básicas, mas que impactam diretamente o controle das finanças. Quando feito de forma automatizada, esse processo reduz erros e economiza tempo.

Controle dos prazos de vencimento e envio de lembretes de cobrança

Gerenciar a data de cada vencimento é fundamental para garantir um fluxo de caixa previsível. O envio de lembretes antes do vencimento, seja por e-mail, SMS ou notificações no app, ajuda a evitar atrasos e melhora a taxa de adimplência. Essa etapa deve ser automatizada por sistemas de gestão para escalar a operação sem sobrecarregar a equipe.

Negociação de condições de pagamento

Na construção civil, os recebíveis muitas vezes envolvem contratos de alto valor e prazos longos. Por isso, é comum que construtoras e incorporadoras flexibilizem condições, proponham parcelamentos ou renegociem valores.

Ter uma política clara e um time preparado para esse tipo de negociação ajuda a evitar litígios e manter a receita ativa.

Registro e análise de inadimplências

Mesmo com uma boa triagem, a inadimplência pode acontecer. O ideal é que haja um processo estruturado para acompanhar valores em atraso, identificar padrões, classificar os casos por risco e agir preventivamente.

Sempre que possível, o foco deve estar na resolução extrajudicial, com acordos que minimizem perdas e preservem o relacionamento com o cliente.

Revisão contínua da política de crédito

O cenário financeiro de uma empresa e do setor muda constantemente — e a política de crédito precisa acompanhar essas mudanças. Rever critérios com base no comportamento de pagamento, nas mudanças de mercado e nos dados gerados pela própria operação garante mais segurança e flexibilidade para futuras negociações.

Integração com o cronograma físico-financeiro das obras

Talvez o diferencial mais importante para construtoras: a gestão de recebíveis precisa estar diretamente conectada ao avanço da obra. Quando o cronograma físico-financeiro é bem integrado à carteira de recebíveis, a empresa consegue prever entradas, identificar desvios, ajustar o fluxo de caixa e planejar melhor as próximas etapas da construção.

Ou seja, embora seja parte da administração financeira e administrativa de construtoras e incorporadoras, a gestão da carteira de recebíveis também deve estar conectada diretamente às atividades de engenharia, suprimentos e planejamento estratégico. Afinal de contas, o ritmo das obras e dos lançamentos impacta diretamente os recebimentos e vice-versa.

Com a entrega de um empreendimento, por exemplo, torna-se mais simples levar um produto ao financiamento bancário tradicional, reduzindo os riscos envolvidos em negócios.

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Quais os benefícios da gestão eficiente de recebíveis?

Uma gestão bem estruturada traz benefícios significativos para construtoras e incorporadoras:

  • Melhora do fluxo de caixa: mais previsibilidade e estabilidade financeira;
  • Redução da inadimplência: com cobranças mais rápidas e acompanhamento sistematizado, reduzindo o risco de perdas financeiras;
  • Aumento da capacidade de investimento: mais liquidez para novos empreendimentos e redução de atrasos no planejamento e controle de obras, aumentando a competitividade;
  • Tomada de decisões mais assertivas: com base em dados e relatórios financeiros atualizados;
  • Fortalecimento da relação com clientes: ao facilitar formas de pagamento e manter comunicação ativa, torna-se mais simples efetivar negócios e melhorar a satisfação dos consumidores.

Indicadores financeiros e métricas para a gestão da carteira de recebíveis

A gestão de carteira de recebíveis na construção civil exige controle, visão estratégica e dados confiáveis. É nesse ponto que os indicadores financeiros ganham protagonismo: são eles que ajudam a entender se os valores a receber estão sob controle, onde estão os riscos e como garantir previsibilidade no fluxo de caixa.

Sistemas de gestão especializados permitem acompanhar esses indicadores em tempo real, por meio de dashboards automatizados e relatórios personalizados.

A seguir, veja os principais KPIs que ajudam construtoras e incorporadoras a manterem a saúde financeira do negócio:

DSO (Days Sales Outstanding) – Idade média dos recebíveis

Esse indicador mostra quanto tempo, em média, a empresa leva para receber os valores devidos pelos clientes. Quanto menor o DSO, melhor a eficiência da cobrança e maior a previsibilidade do fluxo de caixa. Um DSO alto pode indicar atrasos, processos pouco eficazes ou prazos excessivamente longos.

Índice de inadimplência na construção civil

Aqui, o foco está no percentual de valores vencidos e não pagos dentro do período previsto. Monitorar esse indicador permite entender o comportamento dos clientes, identificar tendências de inadimplência e tomar ações corretivas rapidamente — antes que o problema comprometa o capital de giro.

Giro de recebíveis e eficiência de conversão

O giro de recebíveis mede quantas vezes, dentro de um período (normalmente o ano), a empresa consegue transformar seus créditos em caixa. Um giro mais alto indica que a construtora está recebendo bem e tem liquidez. Um giro baixo pode apontar entraves no processo de cobrança ou prazos comerciais mal dimensionados.

Valor total por faixa de vencimento

Essa métrica organiza os recebíveis por categorias de vencimento: valores a vencer, vencidos há até 30 dias, entre 30 e 60 dias, e assim por diante. Com ela, é possível entender onde estão concentrados os riscos e quais valores precisam de atenção prioritária, o que ajuda na tomada de decisão e na priorização de ações de cobrança.

Previsto x realizado de entradas financeiras

Esse comparativo mostra se os recebimentos estão acontecendo conforme o planejado. Ajuda a identificar desvios no fluxo de caixa e recalcular projeções financeiras com base no que, de fato, está entrando no caixa da empresa. Um gap constante entre o previsto e o realizado pode sinalizar falhas de controle ou problemas na negociação com clientes.

Como transformar indicadores em ações estratégicas?

Acompanhar esses KPIs permite muito mais do que gerar relatórios: é a base para decisões que evitam prejuízos e fortalecem o desempenho financeiro da construtora. Com dados confiáveis em mãos, torna-se possível:

  • Estabelecer uma política de crédito mais assertiva
  • Automatizar o monitoramento de recebíveis e inadimplência
  • Identificar gargalos no processo de cobrança
  • Realizar auditorias periódicas na carteira
  • Definir metas claras de redução de DSO e inadimplência

Como a gestão de carteira de recebíveis se torna um diferencial competitivo?

A gestão eficiente da carteira de recebíveis é mais do que uma tarefa administrativa, é uma estratégia essencial para empresas da construção civil que buscam crescimento sustentável. Ao garantir previsibilidade financeira e reduzir riscos de inadimplência, essa prática fortalece a saúde econômica e a capacidade de investimento do negócio.

Com o apoio de tecnologias avançadas, como sistemas ERP especializados para construção civil, esse processo se torna automatizado, integrado e orientado por dados. Isso permite otimizar fluxos financeiros, melhorar o controle das finanças e alinhar toda a cadeia produtiva, do planejamento à entrega das obras.

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