A adoção de práticas ESG (Ambiental, Social e Governança) deixou de ser uma discussão teórica para se tornar um fator prático na gestão industrial.
Hoje, a forma como uma indústria gerencia seu consumo de energia, a segurança de seus colaboradores e a transparência de sua cadeia de suprimentos impacta diretamente seu acesso a crédito, custos operacionais e reputação de mercado.
Mais de 7 a cada dez empresas brasileiras (71%) já adotam iniciativas de ESG, conforme pesquisa da Amcham Brasil. A sigla é oriunda dos termos em inglês Environmental, Social e Governance, que abordam práticas relacionadas à gestão ambiental, aos aspectos sociais e de governança no contexto de cada perfil de negócio.
Siga conosco para entender os indicadores, as boas práticas e o papel da tecnologia na implementação de uma agenda ESG eficaz na indústria.
O que é ESG na Indústria?
O ESG na indústria é um conjunto de práticas para medir, entender e melhorar ativamente os riscos e impactos do negócio em três pilares centrais
- Ambiental (E): Focado na gestão dos impactos da operação no meio ambiente. Na indústria, isso inclui o controle de emissões de carbono, o consumo de água e energia, a eficiência energética e o tratamento correto de resíduos e efluentes.
- Social (S): Trata do impacto da empresa nas pessoas. Isso abrange desde a saúde e segurança dos colaboradores no chão de fábrica (SST) até o relacionamento com a comunidade local, programas de diversidade e inclusão e a garantia de práticas éticas na cadeia de fornecedores.
- Governança (G): Diz respeito à administração, transparência e ética do negócio. Envolve políticas de compliance, auditorias, combate à corrupção, transparência fiscal e a estrutura de liderança da empresa.
Por que o ESG é imperativo na indústria?
A realidade é que a busca pelo ESG se tornou uma demanda estratégica, impulsionada tanto pela percepção de mercado quanto pela urgência ambiental. Os números do estudo da Amcham Brasil comprovam isso:
- Fortalecer a reputação no mercado (77%): A percepção do público e dos parceiros comerciais está diretamente ligada à responsabilidade socioambiental.
- Aprimorar o relacionamento com stakeholders (63%): Este ponto é crucial para negócios que operam no mercado internacional, em especial na indústria e no agronegócio.
- Mitigar impactos e enfrentar a transição energética (78%): Há uma busca clara por reduzir a pegada de carbono, assegurar o compliance e entender o papel social da empresa em temas como diversidade e inclusão.
Essa preocupação crescente com a forma como são vistas pela sociedade se reflete na curva de adoção. O mesmo estudo mostra que, embora cerca de 45% das empresas aleguem estar em um estágio inicial (e 26% em estágio avançado), houve um crescimento de 24% na adoção em relação ao levantamento anterior. O mercado está se movendo.
Risco climático e impacto operacional
Essa urgência é amplificada pelo fato de a indústria ser um dos setores que gera mais impacto no meio ambiente. Toda atividade gera emissão de gases de efeito estufa (GEE), principais aceleradores das mudanças climáticas, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).
Na prática, as mudanças climáticas tendem a ampliar as desigualdades e a vulnerabilidade de populações marginalizadas, exigindo uma atuação proativa das empresas.
No contexto da Indústria 4.0, com um ambiente totalmente conectado, torna-se não apenas possível, mas essencial, identificar exatamente os custos energéticos e a pegada de carbono para tentar mitigar esses impactos.
E como a indústria pode atuar?
Gestão ambiental: como a indústria pode reduzir emissões?
Quando se fala no pilar ambiental (o “E” do ESG) na indústria, muitos pensam primeiro na redução de emissões de CO2. Esse ponto é, de fato, fundamental e envolve a adoção de tecnologias limpas, fontes renováveis e monitoramento constante da pegada de carbono.
No entanto, a gestão ambiental na prática é muito mais ampla. Ela abrange todas as ações focadas em eficiência operacional e gestão de recursos. Isso se desdobra em três frentes principais:
1. Eficiência energética como pilar da sustentabilidade industrial
Investir em eficiência energética significa produzir mais com menos, reduzindo custos e impactos ambientais. A modernização de maquinários, automação de processos, programação da produção e monitoramento especializado são algumas das principais estratégias.
2. Tratamento de resíduos e destinação responsável
O tratamento correto de resíduos industriais é um dos grandes desafios.
A implementação de políticas de redução, reciclagem e reaproveitamento ajuda a minimizar os impactos ambientais e a atender às exigências legais e demandas de clientes e parceiros.
3. Economia circular e reaproveitamento de materiais
A indústria propõe um ciclo produtivo baseado na reutilização de recursos – o que exige práticas de logística reversa. Isso inclui desde o design de produtos mais duráveis até a reintegração de materiais ao processo produtivo.
Como o investimento em pessoas gera valor na Indústria?
O pilar “S” (Social) do ESG na indústria foca no principal ativo da operação: as pessoas. Isso vai muito além da filantropia e trata do impacto direto da empresa em seus colaboradores e na comunidade, começando pela segurança no chão de fábrica e se estendendo à qualificação e diversidade da equipe.
Oferecer condições seguras de trabalho é uma das responsabilidades sociais mais relevantes para a indústria. Isso passa por programas de prevenção de acidentes, uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e cumprimento rigoroso da lei.
Ao priorizar a saúde e a integridade dos trabalhadores, a empresa fortalece sua cultura organizacional e reduz custos com afastamentos e indenizações.
- Treinamento contínuo e capacitação de colaboradores – A qualificação constante da equipe é um investimento estratégico para a indústria. Programas de capacitação e atualização técnica permitem que os colaboradores acompanhem a evolução tecnológica e contribuam para a melhoria dos processos.
- Diversidade e inclusão como diferencial competitivo – Adotar políticas de diversidade e inclusão significa valorizar diferentes perspectivas dentro da indústria, ampliando a capacidade de inovação e tomada de decisão. Iniciativas voltadas para a equidade de gênero – como um comitê de diversidade –, inclusão de minorias e respeito às diferenças criam um ambiente mais colaborativo.
Compliance regulatório e transparência na governança
O pilar “G” (Governança) é o alicerce que sustenta o “E” e o “S”. Ele trata das regras, processos e transparência que blindam a empresa contra riscos jurídicos, financeiros e reputacionais.
A governança corporativa na indústria exige conformidade com normas nacionais e internacionais. Isso inclui políticas de integridade, códigos de conduta e mecanismos de auditoria.
O compliance regulatório assegura a credibilidade da organização e reduz riscos jurídicos, financeiros e reputacionais.
Rastreabilidade de matéria-prima e controle de origem
Consumidores e parceiros de negócios (especialmente no mercado de exportação) exigem saber a origem dos produtos. Por isso, a rastreabilidade de matérias-primas tornou-se essencial.
Sistemas digitais que monitoram todo o ciclo de produção são fundamentais para garantir que os insumos tenham origem legal, comprovadamente sustentável e estejam livres de infrações.
Cadeias de fornecimento éticas e responsabilidade corporativa
A indústria precisa atuar de forma responsável em toda a sua cadeia de suprimentos. Isso significa selecionar parceiros que compartilhem dos mesmos valores de sustentabilidade, respeito aos direitos humanos e práticas trabalhistas justas.
O papel da tecnologia no ESG industrial
Parte essencial do ESG na indústria é ter sucesso no monitoramento efetivo do desempenho da produção. Isso requer um investimento contínuo em tecnologia.
A Internet das Coisas (IoT) e a presença de sensores especializados permitem acompanhar o andamento e, ao mesmo tempo, estabelecer métricas próprias relacionadas à pegada de carbono ou às demandas de clientes.
Soluções como digital twins (gêmeos digitais) permitem simular cenários produtivos e podem também ser parametrizadas para apresentar informações de ESG, especialmente em relação ao impacto ambiental, rastreabilidade e economia circular.
Estes pontos permitem que as indústrias definam indicadores específicos relacionados ao ESG. Mas quais seriam eles?
Quais métricas ESG são essenciais para indústrias?
Listamos, abaixo, 5 indicadores de performance que auxiliam a trazer uma perspectiva única sobre o ESG na indústria:
- Intensidade de emissões de CO₂ (toneladas de CO₂ por unidade produzida): analisa a quantidade de gases de efeito estufa emitida por volume de produção e ajuda a acompanhar a eficiência das políticas de descarbonização.
- Consumo de energia por unidade de produção: aponta o quanto a indústria consegue produzir utilizando menos energia. Este KPI auxilia a orientar a busca por mais eficiência energética e adoção de fontes renováveis.
- Taxa de acidentes de trabalho: KPI fundamental para medir a frequência de ocorrências que resultam em afastamento e avalia a eficácia das políticas de segurança para a gestão do chão de fábrica.
- Índice de diversidade e inclusão na força de trabalho: mede a representatividade de gênero, raça, idade e outros recortes dentro da indústria.
- Percentual de fornecedores auditados com critérios ESG: seu foco é entender o impacto na cadeia produtiva e monitorar riscos relacionados a fornecedores que possam gerar não conformidades.
Por fim, todos os dados de ESG relacionados ao meio ambiente, aos cuidados de governança e social podem ser integrados aos relatórios obtidos dos sistemas ERP.
Isso permite que as empresas consigam, ao mesmo tempo, reportar resultados de ESG de forma transparente e auditável e ainda tenham dados precisos dos custos e do retorno de investimento (ROI) destas iniciativas.
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