Esta análise complexa nasceu para auxiliar os negócios a definirem quais itens devem estar sempre disponíveis e o seu impacto para diversas variáveis.
Como saber a quantidade de produtos a se ter em estoque? Esta é uma dúvida recorrente de empresas do varejo e indústrias, que sofrem para saber a melhor maneira de gerenciar o fluxo de inventário. As políticas e curvas de estoque nasceram para auxiliar os negócios a definirem quais itens devem estar sempre disponíveis e o seu impacto para o negócio.
É a partir desta análise complexa que se consegue equilibrar as compras de produtos e as quantidades estocadas, afetando diretamente o fluxo de caixa de um negócio, os custos de armazenamento em centros de distribuição e a disponibilidade de itens para os clientes. Na prática, estes detalhes interferem na satisfação e na vontade dos consumidores em efetuar novas compras.
Para otimizar essa gestão de inventário, muitos negócios investem nas políticas e curvas de estoque, visando melhorar o planejamento de demanda e interpretar o impacto da sazonalidade na reposição de produtos, seguindo lógicas de previsibilidade e vendas em prol de uma tomada de decisão mais estratégica.
Vamos nos aprofundar neste tema no restante deste artigo. Siga conosco!
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Qual o impacto do estoque na saúde financeira da empresa?
O estoque representa um dos maiores investimentos em ativos tanto no varejo quanto nas indústrias. Ter eficiência em sua gestão é sinônimo de melhoria da administração de custos, da otimização do fluxo de recursos e da melhoria do capital de giro e de mais performance financeira. Afinal de contas, a empresa deixa de ter excesso ou falta de itens, melhora as vendas e reduz os custos do excesso de armazenamento.
Nesta lógica, os produtos obsoletos e as compras de materiais sem o devido planejamento refletem na saúde financeira do negócio, especialmente no direcionamento e na disponibilidade de capital.
Pela perspectiva industrial, a gestão de estoque também apresenta papel fundamental, já que existem itens que são insumos essenciais para a lógica produtiva. E a sua falta implica diretamente em atrasos, ineficiências e impossibilidade de produção.
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O que são políticas de estoque e por que elas são essenciais?
As políticas e curvas de estoque são diretrizes determinadas por um negócio para administrar o armazenamento, a reposição e a movimentação de produtos. É por meio delas que se define a quantia mínima de produtos, os intervalos para a sua reposição, os custos operacionais envolvidos, entre outros detalhes.
Na prática, as curvas de estoque são representações gráficas para demonstrar a relação entre a quantidade de estoque e o tempo, analisando o fluxo de entrada e de saída de itens. Com elas, torna-se mais simples notar padrões e flutuações, simplificando o planejamento, o reabastecimento ou o desenvolvimento de novas estratégias para o aporte mais inteligente de recursos e a otimização da performance.
Como um sistema de gestão de estoque auxilia o planejamento logístico?
Curvas de estoques: como classificar produtos para a tomada de decisão estratégicas?
Existem diversas metodologias para definir as políticas e curvas de estoque:
Curva ABC
Baseada no princípio de Pareto, sua lógica é que 80% dos resultados são reflexo de 20% das causas. Na lógica do estoque, uma pequena parcela dos itens (20%) representa a maior parte de seu valor total (os outros 80%). Portanto, seu foco está no valor dos produtos para o resultado empresarial.
Nesse caso, os produtos são considerados de Classe A (20% dos itens mais valiosos, que representam 80% do valor total do estoque), Classe B (30% dos itens intermediários, que somam 15% do estoque) ou Classe C (50% dos itens com menor valor, que representam 5% do restante armazenado).
Curva XYZ
Seu foco principal é lidar com as flutuações de demanda, entendendo a importância da sazonalidade na disponibilidade dos produtos para maximizar a performance do negócio. Os itens classificados como X são os de demanda previsível e estável; os Y representam aqueles moderadamente estáveis; e o Z, por fim, são aqueles imprevisíveis de planejar.
Curva PQR
É uma política complementar relacionada ao valor (Curva ABC) e a disponibilidade (Curva XYZ), focada na velocidade de movimentação dos itens segundo a sua venda em determinado período. Os itens Classe P apresentam alta rotatividade, os Q têm rotatividade média e os do tipo R são considerados de baixa rotatividade.
Curva 123
Sua análise tem um impacto preponderante em relação à criticidade dos itens: ou seja, mede o seu impacto para as operações. Os de Classe 1 são aqueles críticos, cuja falta teria impacto severo sobre a produção, serviço ou vendas; os Classe 2 teriam prejuízo moderado, sendo considerados importantes; e os Classe 3 são aqueles considerados não críticos.
Nota-se que cada uma das curvas têm um propósito específico, seja o seu impacto sobre o resultado financeiro, as flutuações de demanda, a movimentação – que gera repercussões na gestão do estoque –, ou impactos operacionais. Por isso, é preciso levar em conta diversos aspectos para classificar um item.
Automatização da análise de reposição: mais eficiência e menos erros
Um caminho adotado por muitos negócios é a automação da gestão do estoque a partir de cada uma das classificações e levando em consideração o histórico de venda dos negócios dentro de um período. Esta lógica visa reduzir erros humanos, agilizar a operação e diminuir os custos de maneira estratégica e inteligente, conforme o impacto dos produtos sobre os negócios.
Além disso, os sistemas especializados de gestão emitem alertas para o reabastecimento de itens, evitando rupturas de estoque e simplificando a aplicação de recursos para a compra de produtos ou insumos, otimizando a gestão financeira. Com isso, a automação pode ser adotada a partir das diretrizes estratégicas em cada uma das curvas.
Por exemplo:
Itens Classe A, X, P, 1 são essenciais para a produção, tem uma demanda previsível e venda rápida. Ou seja, devem ser gerenciados adequadamente em função de seu grande impacto para a performance.
Itens Classe B, Y, Q, 2 têm impacto intermediário para um negócio.
Itens Classe C, Z, R, 3 são menos representativos, mas precisam ser bem gerenciados para evitar obsolência, por exemplo.
Dentro dessa lógica, os itens Classe A, X, P, 1 são aqueles que precisam de um monitoramento mais efetivo em função de seu resultado para o negócio.
Quais os benefícios da automação para a gestão de estoque?
Como demonstramos acima, as vantagens da automação para a gestão do estoque são reduzir os erros e as falhas humanas, além de garantir que as vendas ou a operação persista de forma fluída pelo bom planejamento do estoque. Outros benefícios são:
- Otimização de tempo: os processos automáticos agilizam tarefas, como a análise de rotatividade e geração de relatórios, além da classificação dos produtos em suas curvas específicas.
- Melhoria da precisão de reposição: baseado em dados e no histórico do negócio, a automação ajusta reposições conforme a demanda real, evitando faltas ou excessos.
- Economia de custos: a automação diminui custos operacionais e reduz o desperdício de produtos, além de tornar a aplicação de recursos mais inteligente.
- Integração de dados: facilita a centralização das informações de estoque, de vendas e de demanda, promovendo uma visão estratégica e facilitando a tomada de decisões pelos gestores.
Políticas e Curvas de Estoque no ERP da Senior
No sistema de Gestão Empresarial da Senior, é possível gerenciar todos os processos de classificação e automatização descritos acima. Além disso, você consegue:
Cadastrar curvas e níveis de curvas de estoque
O Gestão Empresarial já vem com as principais curvas e seus níveis cadastrados. As curvas e os níveis de estoque com código CURVA ABC, CURVA XYZ, CURVA PQR e CURVA 123 são padrões do sistema e não podem ser alterados nem excluídas. Os dados pré-cadastrados são específicos para cada empresa existente no sistema.
Mas a Senior entende que ninguém melhor do que você conhece o seu estoque. Por isso, no ERP XT, é possível criar curvas e níveis de classificação customizados de forma fácil e prática, utilizando as duas telas disponibilizadas no sistema: Cadastro de Curvas de Estoque e Cadastro de Níveis de Curvas de Estoque.
Classificar produtos por curvas de estoque
Após finalizar os cadastros de curvas e níveis, é possível classificar os produtos de acordo com esses cadastros. Uma validação importante em todos os cadastros de ligação é não permitir que uma origem, família ou produto seja classificado em mais de um nível da mesma curva de estoque, minimizando erros de cadastro. As ligações podem ser realizadas por:
- Origem x Níveis de Curvas de Estoque: Permite vincular origens de produto a níveis de curvas de estoque, classificando um agrupamento de produtos.
- Família x Níveis de Curvas de Estoque: Permite vincular famílias a níveis de curvas de estoque, classificando um agrupamento de produtos.
- Produto x Níveis de Curvas de Estoque: Permite vincular produtos/derivações a níveis de curvas de estoque, classificando um produto ou uma derivação de produto.
A classificação de um produto, segue uma ordem de hierarquia no sistema, que começa pelo cadastro de Produto/Derivação, seguido de Produto, Família e, por fim, Origem.
Classifiquei meu estoque, e agora, como posso obter vantagens com isso?
Após classificar seu estoque, você pode utilizar as classificações em diversas rotinas do ERP, como na compra eficiente por meio da Análise de Reposição, no atendimento às requisições internas, na realização de cotações com fornecedores, na análise do consumo médio e em vários outros processos.
Tudo pode ser filtrado de acordo com as curvas (padrões ou customizadas), garantindo que você tenha sempre os dados mais precisos à disposição. E o melhor: como veremos no próximo tópico, você pode combinar as curvas para obter ainda mais vantagens.
Combinações entre curvas de estoque
As combinações entre curvas de estoque referem-se à análise e ao uso conjunto de diferentes tipos de curvas de estoque, como a curva de demanda e a curva de estoque, para otimizar o controle de inventário e o planejamento da produção. O objetivo é garantir que os materiais ou produtos estejam disponíveis no momento certo, sem excesso de estoque ou faltas. Ou seja, as combinações entre curvas de estoque ajudam a visualizar a interação entre demanda, fornecimento e níveis de estoque, permitindo decisões mais informadas e eficientes sobre compras, produção e distribuição, visando otimizar custos e garantir a disponibilidade de produtos.
Combinando ABC e XYZ
A combinação da curva ABC com a curva XYZ cria uma visão completa do estoque, classificando os itens por valor e previsibilidade. Essa análise detalhada permite que você tome decisões estratégicas sobre:
- Gerenciamento de Riscos: Priorizar o controle de itens de alta importância (Classe A) com demanda imprevisível (Classe Z).
- Gerenciamento de Custos: Otimizar o controle de itens de baixo valor (Classe C) com demanda estável (Classe X).
- Gerenciamento de Compras: Priorizar negociações com fornecedores de itens de alta importância (Classe A), independentemente da previsibilidade da demanda.
Combinando PQR com ABC e XYZ
A combinação das três curvas: ABC, XYZ e PQR – oferece uma visão abrangente do estoque, permitindo uma gestão mais eficiente e estratégica. Essa análise completa permite:
- Gerenciamento de Riscos: Identificar itens de alta importância (Classe A) com demanda instável (Classe Z) e alta rotatividade (Classe P), necessitando de atenção especial para evitar falta de estoque.
- Controle de Custos: Otimizar o controle de itens de baixo valor (Classe C) com demanda estável (Classe X) e baixa rotatividade (Classe R), buscando minimizar os custos de armazenamento.
- Melhoria do Fluxo de Caixa: Priorizar a compra e venda de itens de alta rotatividade (Classe P), garantindo uma rápida recuperação do capital investido.
Combinando 123 com ABC, XYZ e PQR
A combinação das quatro curvas: ABC, XYZ, PQR e 123 – oferece uma análise completa do estoque, permitindo uma gestão estratégica e eficiente. Essa análise abrangente permite:
- Gerenciar Riscos: Priorizar o controle de itens de alta importância (Classe A), com demanda instável (Classe Z), alta rotatividade (Classe P) e criticidade alta (Classe 1), garantindo a sua disponibilidade e evitando paradas na produção.
- Controlar Custos: Otimizar o controle de itens de baixo valor (Classe C), com demanda estável (Classe X), baixa rotatividade (Classe R) e baixa criticidade (Classe 3), buscando minimizar os custos de armazenamento e desperdícios.
- Melhorar o Fluxo de Caixa: Priorizar a compra e venda de itens de alta rotatividade (Classe P) e alta criticidade (Classe 1), garantindo a rápida recuperação do capital investido e a fluidez das operações.
Em resumo, podemos dizer que as políticas e curvas de estoque – ABC, XYZ, PQR e 123 – permitem uma gestão de estoque mais eficiente e estratégica. Com base nessas ferramentas, é possível definir processos personalizados para cada item, otimizando recursos, reduzindo custos e garantindo a disponibilidade dos produtos no momento certo.