Não basta apenas coletar os dados, é preciso garantir que eles sejam interpretados e gerem insights para ampliar a produtividade das operações.
A transformação digital no agronegócio está modificando a maneira como produtores rurais, gestores agroindustriais, cooperativas agrícolas, agrônomos e técnicos do setor conduzem suas atividades. Esta revolução é fruto da aplicação de dados no agronegócio, com foco em impulsionar a eficiência e a produtividade.
Coletar dados no agronegócio, por si só, não é suficiente para gerar inteligência nem garantir sucesso na redução de custos ou na assertividade das decisões. O verdadeiro desafio para os gestores está em transformar essas informações em insights estratégicos que possam transformar a gestão do agronegócio.
Não é à toa que, segundo a consultoria Grand View Research, a agricultura inteligente baseada em dados deve crescer a um ritmo de 13,7% ao ano entre 2024 e 2030 em todo o mundo. Siga conosco na sequência deste artigo para entender mais sobre o tema.
Como a digitalização está transformando o agronegócio?
A digitalização tem sido um catalisador para mudanças significativas na maneira de produzir em diversos setores, o que não seria diferente no agronegócio. Os gestores perceberam que havia a necessidade de parar de tomar decisões baseadas unicamente em critérios subjetivos e alcançar dados qualitativos e quantitativos para otimizar a forma como se gerem os negócios.
Nesse contexto, diversas tecnologias passaram a integrar a rotina do agronegócio:
- Big Data – São os dados puros. Eles precisam ser coletados, filtrados e analisados para gerar inteligência.
- Internet das Coisas (IoT) – Permite a troca de dados automatizada entre dispositivos, aumentando a precisão de informações sobre o controle de pragas, aplicação de defensivos agrícolas, irrigação e condições do solo.
- Inteligência Artificial – Refere-se ao uso de tecnologias que permitem que sistemas aprendam, tomem decisões e realizem tarefas de forma autônoma, com base em grandes volumes de dados. Por meio de algoritmos de aprendizado de sistemas e outras ferramentas avançadas, a IA é capaz de processar informações, identificar padrões e otimizar processos do agronegócio.
É a soma dessas tecnologias – que permitem a coleta, a análise e a interpretação de dados no agronegócio -, que proporciona uma visão mais detalhada das operações agrícolas dentro de um conceito data-driven.
A partir disso, é possível tomar decisões estratégicas em várias áreas: gestão de plantações, análise de condições do solo e clima, previsão de safras e automação de colheitas e operações agrícolas.
A importância da coleta, análise e interpretação de dados agrícolas
É comum que se observe as tecnologias como as grandes protagonistas da revolução trazida pela agricultura digital. Elas são, sim, a base desta transformação. A coleta de dados só consegue gerar melhorias quando transforma dados brutos em insights. Isso é possível ao identificar padrões no monitoramento histórico de uma propriedade e assegurar decisões mais informadas.
Uma análise de dados segmentada, por exemplo, pode revelar a necessidade de ajustes na irrigação ou na aplicação de defensivos agrícolas. Isso é possível ao acompanhar as condições do solo, do clima e dados específicos sobre a saúde das plantas.
São esses pontos que fazem com que a aplicação de dados no agronegócio contribua, de fato, para as decisões estratégicas: o momento ideal para plantio, colheita ou a seleção de culturas conforme o risco climático são influenciadas por essas informações.
O desafio está em integrar tecnologias e fontes para identificar oportunidades de melhoria e de mais produtividade no momento certo.
Os benefícios do uso de dados para dentro e fora da porteira
Neste contexto, são diversas as vantagens do uso de dados:
Redução de custos agroindustriais e uso eficiente de insumos agrícolas
A aplicação adequada de insumos agrícolas é essencial para a sustentabilidade econômica e ambiental do agronegócio. Ao analisar dados, é possível monitorar e gerenciar o seu consumo, identificar desperdícios e otimizar a aplicação de defensivos.
Resultado? Menos custos, mais produtividade e eficiência.
Previsões mais assertivas
Ferramentas de análise de dados oferecem previsões mais precisas sobre rendimento das culturas, avaliando condições climáticas e demandas de mercado. Com isso, produtores e cooperativas ganham a capacidade de planejar melhor suas operações e ajustar as estratégias de vendas.
No mercado de grãos, é possível aprimorar os momentos de venda, conforme a classificação dos grãos, aumentando o rendimento do negócio. A previsibilidade e a boa gestão do timing dos negócios são ainda mais essenciais em produtos como as commodities agrícolas.
Otimização de recursos naturais
A gestão de recursos naturais está no cerne do agronegócio moderno. O uso de dados no agronegócio auxilia na implementação de práticas agrícolas que preservam o solo, economizam água e reduzem o uso de defensivos agrícolas. É possível também obter insights para a realização de um manejo sustentável de pragas.
Os desafios da gestão de dados no agronegócio
Se os benefícios são perceptíveis e mensuráveis, há barreiras que impactam diretamente a implantação dessa estrutura. A primeira delas é a necessidade de aportes em uma infraestrutura tecnológica adequada.
Afinal de contas, a agricultura digital requer que todas as etapas sejam devidamente monitoradas. Se não houver garantia de uma coleta de dados segura e eficiente, as decisões podem ser tomadas sem conhecer todo o cenário. Por isso, é preciso garantir conectividade, dispositivos e sistemas específicos para coletar, filtrar e transformar dados em inteligência.
O volume de aportes faz com que 67% dos agricultores brasileiros se assustem com a necessidade de recursos em prol de uma tecnologia segura, de acordo com a Embrapa.
Um segundo ponto crucial envolve a capacitação de profissionais para realizar a análise de dados. De nada adianta uma infraestrutura e sistemas sob medida, se as pessoas não forem capazes de extrair o melhor dos dados no agronegócio. Profissionais de ciência e análise de dados que estejam habituados ao agronegócio serão raros – o que pode exigir um investimento em capacitação de pessoas.
E, dentro de um contexto de agricultura digital, a segurança e a privacidade dos dados importam. Garantir a cibersegurança é fundamental, pois o acesso indevido permite que informações sensíveis de propriedades agrícolas sejam obtidas.
Como a tecnologia está transformando a gestão agroindustrial?
Sistemas de Planejamento de Recursos Empresariais (ERP) específicos para o agronegócio são capazes de unificar o recebimento dos dados do agronegócio, facilitando o planejamento das operações: do plantio à comercialização, passando pelo armazenamento e distribuição. São essas plataformas que facilitam uma gestão integrada que geram decisões bem fundamentadas.
No caso de grãos, por exemplo, o planejamento permite coordenar o recebimento, a armazenagem e a distribuição conforme as demandas do mercado, aprimorando a distribuição, reduzindo os custos e encontrando os melhores momentos de venda. Em busca de uma era de mais eficiência e sustentabilidade, o agronegócio foca na automação e mais precisão das atividades agrícolas.
Esse avanço não apenas otimiza processos, mas também contribui para a preservação de recursos naturais e a redução de custos, destacando-se como um pilar fundamental do agronegócio moderno.
As soluções da Senior para o agronegócio nasceram ouvindo quem vive o campo todos os dias. Se você é produtor rural, cooperativa, agroindústria ou revenda de insumos, temos tecnologias pensadas para impulsionar o seu negócio e simplificar a sua rotina.