Esse monitoramento é essencial para ampliar a previsibilidade, fazer um controle de custos adequado e se manter competitivo no mercado
A cotação agrícola é um dos principais indicadores para a tomada de decisão no agronegócio. Afinal de contas, entender essa dinâmica auxilia a melhorar a previsibilidade dos resultados financeiros e a também planejar as safras futuras, levando em consideração o preço de venda dos produtos no mercado.
Ao se aprofundar sobre a cotação agrícola, torna-se mais simples entender como os preços das commodities e outros produtos são formados – e quais fatores interferem em seu preço. Ter sucesso nesse monitoramento é essencial para diversos players do agro – produtores rurais, cooperativas, traders e empresas – que buscam mais previsibilidade, controle de custos e competitividade no mercado.
O que é a cotação agrícola e como ela funciona?
A cotação agrícola é o preço de mercado atribuído a produtos do agronegócio. Essas cotações refletem o valor dos produtos agrícolas em negociações comerciais e são influenciadas por fatores econômicos, climáticos e logísticos. Os preços podem variar quando se trata de negociações dentro ou fora do país, especialmente em relação às commodities agrícolas, itens com grande valor comercial global.
Em geral, os preços são definidos com base em negociações realizadas em bolsas de valores, cooperativas, centros de pesquisa e plataformas digitais. A dinâmica de oferta e demanda também determina o valor de cada produto, considerando tanto o cenário nacional como o panorama internacional.
Quais os principais mercados e bolsas de valores para cotação agrícola?
No Brasil, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) desenvolve metodologias rigorosas para calcular os preços agropecuários. São levados em consideração os valores praticados em mercados regionais combinados com informações sobre a quantidade produzida – em fontes como o IBGE e Conab – para determinar os preços de grãos, da fruticultura e da horticultura.
Organizados em índices, essa prática demonstra a evolução dos preços ao longo do tempo, avaliando variações de oferta e demanda, produtividade, clima, custos produtivos, entre outros fatores. Essa métrica simplifica a análise de tendências e de impactos econômicos para produtores e consumidores.
Atualmente, o Cepea faz essa medição para alguns produtos: açúcar, algodão, arroz, café, citros, etanol, feijão, hortifrúti, milho, mandioca, soja e trigo – além de diversos itens da pecuária e da criação de animais. Estes dados também servem de referência para a formalização de contratos futuros de produtos agrícolas.
No cenário internacional, há outros mercados e bolsas que se destacam. A Chicago Board of Trade (CBOT) é uma referência mundial na negociação de produtos como milho, trigo e soja – que dependem da classificação de grãos para ter seu valor definido.
A New York Mercantile Exchange (Nymex) é reconhecida como um dos principais ambientes do mundo para negociar produtos energéticos – petróleo e gás –, mas também atua em commodities agrícolas, em especial açúcar – e seus derivados na área de biocombustíveis –, algodão e suco de laranja. A Intercontinental Exchange (ICE) também negocia contratos futuros, mas do café e do açúcar.
A conexão entre essas bolsas e o mercado brasileiro é direta: como grande exportador de commodities, o Brasil acompanha as oscilações internacionais para tomar decisões estratégicas de venda, compra e armazenamento. A soma das informações obtidas nessas bolsas e metodologias para estabelecer os preços de produtos agrícolas faz com que os produtores e cooperativas possam entender a dinâmica do mercado, gerenciar os riscos envolvidos em uma safra e tomarem decisões mais bem informadas.
Quais os fatores que influenciam a cotação agrícola?
O Cepea e as bolsas internacionais balizam o preço de comercialização de produtos no mercado. Na prática, eles analisam os aspectos que interferem diretamente na cotação desses produtos:
Oferta e demanda – No caso de commodities globais, a produção em todo o mundo é o motor das cotações. Há uma expectativa de venda para o mundo baseada nas projeções. Se houver quebras na safra em um país, os preços podem variar para cima. Se o desempenho for melhor que o planejado, ocorre o inverso: os valores caem. Essa lógica é a mesma dentro do país: as projeções estabelecidas auxiliam a determinar os preços de produtos.
Variações climáticas – Um fator externo à porteira e ao qual produtores e cooperativas não têm controle, o clima tem influência direta na produtividade agrícola. Eventos climáticos como secas, geadas e excesso de chuva podem afetar não só o volume, mas a qualidade da colheita. Isso pode interferir diretamente na cotação dos produtos – e até na capacidade de cumprir contratos futuros.
Oscilações cambiais – A maior parte das commodities é negociada em dólar. Portanto, as variações cambiais impactam os preços dentro do Brasil. Um dólar valorizado costuma significar mais receita para quem exporta, reduzindo a oferta de produtos dentro do país. Por isso, as questões macroeconômicas estão sempre no radar do agronegócio.
Custos produtivos – A cotação agrícola é também influenciada pelo custo de produção. Valores mais elevados de sementes e de insumos agrícolas, como os defensivos agrícolas, podem alterar o planejamento de uma safra e serem refletidos para os consumidores finais.
Qual a relação entre cotação agrícola e custos agroindustriais?
Embora muitos aspectos afetem o mercado de maneira global, é dever dos gestores de propriedades rurais e cooperativas agrícolas encontrarem mecanismos para reduzirem os custos associados à produção. Afinal de contas, quanto mais eficiente for uma propriedade, maior tende a ser o preço obtido na venda devido à qualidade dos produtos e ao controle agrícola dos processos.
Na prática, a cotação agrícola é um reflexo da gestão de custos no agronegócio. É dever dos administradores se voltarem a aspectos como combustível e logística, que também é um insumo que sofre com volatilidade dos preços internacionais e que precisa ser otimizado.
Os insumos para o setor – como sementes e defensivos agrícolas – têm seus preços diretamente ligados à cotação do dólar, sendo impactados pelas oscilações cambiais –, o que exige mecanismos para reduzir a sua aplicação, como o manejo sustentável de pragas.
E não se pode esquecer de dois fatores fundamentais para a produção do agro: a infraestrutura e a mão de obra, cujo custo operacional precisa estar alinhado à previsão de receitas para garantir a rentabilidade.
Apesar de muitos desses aspectos dependerem também de fatores externos, uma boa gestão do agronegócio permite controlar muitos desses pontos e identificar oportunidades para melhorar a rentabilidade, assegurando margens de lucro maiores.
O papel da tecnologia no agronegócio: como a transformação digital revolucionou a cotação
Quando se trata do monitoramento da cotação agrícola e da inteligência de mercado, a digitalização da comercialização de produtos agrícolas permite que os produtores e as cooperativas se antecipem às tendências de mercado e se adaptem às estratégias comerciais, tirando melhor proveito das oportunidades.
Esta operação inteligente se conecta aos players que fazem trading no agronegócio. Estamos falando de companhias intermediárias que compram, vendem e transportam produtos em larga escala, conectando produtores e consumidores em todo o mundo. As soluções especializadas para o segmento, como as ofertadas pela Senior, asseguram:
– Plataformas digitais e monitoramento em tempo real da oscilação de preços no Brasil e no exterior, auxiliando na tomada de decisão em relação à venda, à compra ou até a estocar a produção;
– Aplicativos e softwares de inteligência de dados, que cruzam dados de clima, disponibilidade de produtos, produtividade e histórico de preços para otimizar as negociações;
– Automação agrícola e uso de inteligência artificial no agronegócio, que melhoram a previsão de preços, recomendam ações e asseguram um posicionamento mais estratégico no mercado.
A cotação agrícola é um termômetro essencial para a rentabilidade de qualquer operação do agronegócio. Compreender como os preços são formados, quais fatores os influenciam e como as flutuações impactam os custos é indispensável para quem atua nesse setor e quer otimizar o seu planejamento e os resultados financeiros.
Investir em informação, tecnologia e gestão é o caminho para transformar as oscilações do mercado em oportunidades – garantindo uma operação mais sólida, rentável e preparada para o futuro. Venha descobrir como as soluções da Senior te ajudam a superar este desafio!