Inserção de dados e de tecnologias como internet das coisas e inteligência artificial transforma a capacidade operacional das fábricas, dentro da lógica da Indústria 4.0
A tecnologia é um ponto de apoio fundamental na busca por uma indústria mais inteligente. Como em um roteiro de filme de ficção científica, daqueles em que a fábrica opera sozinha, sem qualquer presença humana. No mundo real, a produção já é interconectada, aproveitando as vantagens de tecnologias integradas ao nosso cotidiano.
É comum que a indústria mais inteligente seja também chamada de indústria 4.0 em alusão à quarta revolução vivida por este segmento. A lógica adotada para este jargão são as inovações que transformaram o modo de produção nas indústrias: o motor a vapor (1ª revolução), a linha de montagem (indústria 2.0 ou 2ª revolução) e a inserção dos computadores (indústria 3.0).
A evolução das tecnologias digitais, como inteligência artificial, internet das coisas e machine learning para interpretar dados, capitaneia esta busca por uma indústria mais inteligente, saindo da sua 3ª para 4ª revolução da tecnologia.
Fique conosco no restante deste artigo para entender mais sobre o tema!
Quais são os benefícios de um ERP para a indústria têxtil?
Como a transformação digital está impactando a indústria?
A transformação digital aumenta a possibilidade de integrar as máquinas e os seus dados de forma interconectada na gestão de um negócio. Uma dessas tecnologias – conhecida como Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês) – permite visualizar os processos industriais de forma mais ampla. As estimativas da consultoria Statista apontam que, em 2023, cerca de 15 bilhões de conexões foram realizadas desta forma.
Estes mecanismos de automação relacionados à robótica já são parte dos processos fabris há anos. Eles estão presentes em códigos de barras e seus leitores, no uso de câmeras de monitoramento e em máquinas capazes de realizar diversas atividades. A grande novidade da indústria mais inteligente do momento é a interconexão entre todas essas informações e a capacidade de analisar estes dados.
Em vez de operarem de forma isolada, a fábrica inteligente usa os dados compilados pelos dispositivos para integrarem máquinas, pessoas e processos. Dessa forma, todas as etapas produtivas podem ser divididas e analisadas especificamente. Com esses dados, pode-se buscar mecanismos para automatizar tarefas e aumentar a produtividade.
Quais tecnologias são essenciais para uma indústria mais inteligente?
Basicamente, as fábricas que operam desta maneira são mais flexíveis e permitem análises amplas e específicas sobre a sua operação. Isso ocorre em função da disponibilidade de dados e da soma de diversas tecnologias. Entre elas, é preciso citar:
Big Data
A indústria 4.0 é reflexo direto do Big Data. Estamos falando da disponibilidade de grandes volumes de dados, que precisam ser filtrados, classificados e analisados. É o estudo dessas informações que permite a obtenção de insights valiosos sobre a fábrica, identificando padrões de comportamento, sazonalidades, demandas para investimentos e oportunidades de melhoria.
Inteligência artificial e machine learning
A avaliação contínua dos dados permite a aplicação da inteligência artificial e do aprendizado de máquina, o machine learning. É a partir deles que as máquinas podem fazer simulações para aprender sobre os processos e buscar melhorias. É comum que este processo tenha supervisão humana, garantindo a eficiência e a segurança dos processos produtivos nas fábricas mais inteligentes.
Internet das Coisas
Como mencionamos previamente, a IoT conecta os dispositivos entre si, permitindo que os equipamentos tomem decisões de forma automática ou que sejam emitidos alertas para os humanos. Isso resulta em aumento da capacidade analítica, que gera mais eficiência operacional nos processos produtivos. A avaliação contínua de dados permite acompanhar métricas de produtividade e gerenciar a manutenção das máquinas.
Gêmeos digitais
Com os dados obtidos via big data e internet das coisas, as simulações da inteligência artificial e machine learning possibilitam a criação dos gêmeos digitais – os digital twins. Basicamente, cria-se um ambiente digital similar ao real, no qual é possível fazer testes para prever resultados. Este ambiente virtual aplica dados da rotina das fábricas.
Se houver interesse em testar uma nova tecnologia ou uma ampliação de fábrica, pode-se simular os resultados antes de um aporte de recursos definitivos, comparando os resultados obtidos ao planejamento realizado previamente.
Quais os principais benefícios de uma indústria mais inteligente?
A ideia por trás de dados na rotina industrial é obter insights contínuos sobre a operação. O mapeamento, a classificação e a utilização dessas informações geram vantagens:
– Otimiza a produção e a análise de dados específicos a respeito de cada máquina ou de cada etapa do processo produtivo;
– Facilita a identificação de tendências produtivas, como sazonalidades não percebidas pelos gestores ou mesmo sobrecargas ou ociosidades;
– Incrementa a previsibilidade operacional, melhorando a compra de insumos e a relação com os fornecedores, incluindo na gestão dos pagamentos e das entregas;
– Encontra gargalos no processo produtivo.
Estes pontos acima se revertem em vantagens como: possibilidade de automação, aprimoramento dos recursos humanos (que se voltam a atividades mais estratégicas), redução de custos (com aprimoramento da compra de insumos, redução de erros e melhor gestão das máquinas) e otimização constante da produção.
Quais os desafios em implementar uma indústria mais inteligente?
Além dos investimentos necessários, a implementação destas tecnologias depende da maturidade na integração de dados. Este processo costuma ocorrer de forma gradual pelos negócios seguindo um avanço do processo de transformação digital. Há diversos métodos para se obter o status de uma indústria mais inteligente, mas será necessário alguns passos para otimizar a gestão de dados.
- Os dados existem? Algumas indústrias, sobretudo as pequenas, têm dificuldade de compilar os seus dados. Ou seja, é preciso começar a reuni-los.
- Informações estão disponíveis? As fábricas já geram os dados sobre os processos produtivos, mas eles não estão unificados ou sequer são filtrados e classificados. Além disso, existem silos de dados que interferem na sua disponibilidade.
- Foco no acesso à informação – Imagine que a fábrica conseguiu reunir todas essas informações, filtrá-las e classificá-las. Um sistema especializado, como um ERP para a indústria, é uma solução para encontrá-las compiladas de forma rápida e fácil. Descubra o que é um ERP Composable e como ele pode ajudar neste processo!
- Análise e monitoramento contínuo – A partir das tecnologias mencionadas neste artigo e em sistemas especializados, é possível gerar análises frequentes sobre a operação, em busca de padrões de comportamento e insights de melhoria.
- Ação orientada por dados – Estamos falando, agora, da indústria 4.0 propriamente dita. Os dados são coletados, analisados e passam por análises contínuas de tecnologias como inteligência artificial e machine learning para emitir alertas sobre o processo produtivo.
Nas análises, é possível inserir conjuntos de dados do mercado – que podem estar disponíveis em fontes públicas ou em associações do segmento. Estas informações servem de benchmarking para que os gestores de uma indústria mais inteligente identifiquem qual o seu status em relação ao mercado.
É por meio desta avaliação que os gestores industriais estão direcionando futuros investimentos em prol da melhoria operacional rumo à quinta revolução da indústria. Nesta nova fase, a força de trabalho humana deve se integrar à robótica, em um novo tipo de automação. Você já está vislumbrando este futuro?