Descubra as tendências da horticultura para 2025, os desafios logísticos do setor e como a tecnologia pode transformar a produção e distribuição de hortaliças
Somente nas Centrais de Abastecimento do Brasil (Ceasas), o mercado de horticultura soma, anualmente, mais de 17,4 bilhões de toneladas de produtos comercializados, que movimentam quase R$ 67 bilhões, conforme dados da Conab. Uma estimativa da Embrapa aponta que, do total do Produto Interno Bruto (PIB) gerado pelo agronegócio, a horticultura responde por entre 3% e 4% deste total.
Acompanhe todo o artigo para entender mais sobre o tema, seu cenário para 2025 e os desafios da horticultura moderna.
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O que é horticultura?
A horticultura é responsável pelo cultivo de plantas comestíveis, como hortaliças, frutas e ervas, desempenhando um papel essencial na segurança alimentar da população, na geração de empregos no agronegócio e no fortalecimento de pequenas propriedades agrícolas. Essa área, ampla e diversa, é frequentemente subdividida em subespecialidades, permitindo um maior foco e desenvolvimento de técnicas e práticas específicas, como:
Olericultura – É o grupo voltado ao cultivo de legumes, tubérculos e folhas, como tomate, cebola, alface, cenoura, couve-flor, pimentão, abóbora, entre outros;
Fruticultura – Dedica-se ao cultivo de frutas dos mais variados tipos: citros, pomáceas, frutas tropicais e secas, que incluem castanhas, amêndoas e nozes. Saiba mais sobre esse tema no artigo de Fruticultura: o que é e como a tecnologia pode ajudar
Floricultura – Atua na produção de flores e plantas ornamentais usadas tanto em paisagismo quanto na alimentação.
Com o objetivo principal de produzir alimentos nutritivos e saudáveis à população, a horticultura também tem sido introduzida na rotação de culturas de grandes propriedades, auxiliando na preservação da saúde do solo. Isso porque cada tipo de cultura tem uma forma de plantio, um período de maturação, uma quantidade de água e de nutrientes.
Outro tipo comum de plantas que integram a horticultura são ervas medicinais e aromáticas – hortelã, camomila, menta, lavanda –, que podem ser usadas para produção de chás e também na indústria de cosméticos e de higiene pessoal.
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O cenário da horticultura em 2025
As projeções do Centro de Estudos de Economia Aplicada (Cepea) são de que no consumo cresça mais em termos de receita do que de volume em 2025. “O aumento do valor está atrelado ao incremento dos custos e às melhorias nos processos de produção e de comercialização que, apesar de elevarem os gastos, geram maior valor agregado aos produtos”, diz a análise.
Ainda é possível notar uma alteração no perfil de consumo no Brasil, pois muitos consumidores estão optando por produtos que passaram por processos industriais, como os congelados e enlatados, que se tornam mais práticos e acessíveis para uma parcela da população. A principal razão para esta alteração está, sobretudo, na conveniência e disponibilidade destes produtos ao longo do ano.
Em 2024, o faturamento do segmento de horticultura deve estar na lista dos melhores já registrados, mas um pouco abaixo de 2023. Como o Brasil é um importante player neste mercado, assim como em todo o agronegócio global —, há uma abertura destes produtos para o mercado internacional. Em termos de consumo interno, conforme a Conab, houve uma leve redução de 1,4% de 2023 para 2024.
O Cepea também traz uma avaliação do desempenho de diversos produtos, como: cenoura, alface, batata, cebola, tomate, banana e maçã, entre outros itens, em 2024 e de suas perspectivas para 2025.
Os desafios logísticos na horticultura moderna
Muitos produtos da horticultura são bastante sensíveis, o que torna o seu cultivo e manejo mais complexo. Na perspectiva do plantio, as estiagens e chuvas acima da média podem comprometer tanto o volume das safras quanto a sua qualidade. Somente em 2024, por exemplo, foram ao menos oito ondas de calor que interferiram na produção.
As temperaturas e o volume de chuvas são fatores fora do domínio dos produtores, por exemplo. O controle da produção e as questões logísticas, porém, estão diretamente sob a gestão e podem ser otimizados. Alguns dos problemas comuns no transporte e armazenamento de hortaliças são:
Falta de transporte refrigerado, que leva à rápida deterioração de determinados tipos de hortaliças, como as folhas;
Embalagens inadequadas que não protegem adequadamente os produtos, aumentando os danos durante o transporte;
Manuseio excessivo, que causa danos físicos, comprometendo sua qualidade e aparência.
Ter atenção a esses pontos somado ao investimento em sistemas especializados de logística, como um Transportation Management System (TMS), expandem a capacidade dos produtores em planejar a distribuição de forma mais estratégica e inteligente. Esta solução auxilia inclusive a lidar com aspectos externos, como a burocracia portuária ou as interrupções constantes em rodovias.
Além de melhorar o planejamento, as soluções de logística e distribuição se adequam às exigências de rastreabilidade previstas em muitos contratos. Este controle rigoroso auxilia a entender quais cuidados devem ser tomados do momento da colheita até a chegada ao cliente final, identificando os prazos de segurança dessas etapas para minimizar desperdícios e melhorar a qualidade da entrega.
Entenda mais sobre o TMS aqui.
Packing House: o papel da tecnologia na otimização do processamento da horticultura
As casas de empacotamento – em tradução livre – são, na realidade, galpões ou armazéns. Neles, os produtos agrícolas – passam por etapas de processamento antes de irem para a distribuição. Estes preparos visam melhorar a qualidade e a aparência das frutas, reduzindo os desperdícios.
Nesses locais, as equipes fazem avaliações sobre os itens, determinando que será enviado in natura para ser comercializado nos Ceasas ou supermercados e aqueles itens que podem passar pelo processamento para seguir para congelamento ou ser enlatado, por exemplo. É comum que esta separação ocorra a partir da padronização e classificação, seguindo critérios como cor, qualidade ou peso.
As packing houses também auxiliam a fazer uma melhor gestão de embalagens de modo a preservar a qualidade e a aparência dos produtos durante as etapas logísticas.
Entenda mais sobre as packings houses e sua operação neste artigo.
O futuro da horticultura e da tecnologia no setor
A transformação digital deve continuar a moldar a produção e a comercialização da horticultura no futuro. Além do uso de dispositivos para melhorar o cultivo, a inteligência artificial é capaz de fazer análises mais específicas relativas ao solo, clima e saúde das plantas, otimizando a tomada de decisões. Alguns pontos tendem a se destacar:
- Inteligência Artificial (IA): auxilia a prever condições climáticas, antecipar riscos de pragas e otimizar o manejo de recursos. Isso permite um planejamento mais preciso do plantio e da colheita, aumentando a produtividade.
- Internet das Coisas (IoT): sensores e drones conectados entre si fornecem dados em tempo real sobre umidade, temperatura e condições do solo, permitindo um gerenciamento mais eficiente do cultivo e ajustes necessários à produção.
- Biotecnologia: a integração de sistemas digitais e biotecnologia otimiza a rastreabilidade e a eficiência da cadeia produtiva, assim como o melhoramento de sementes e mudas.
- Bioinsumos: investimentos em bioinsumos e práticas agrícolas sustentáveis reduzem o volume de defensivos agrícolas, tornando as hortaliças em produtos ainda mais saudáveis.
Os 4 pontos acima relacionados à horticultura estão em linha com as novas demandas do mercado e as exigências dos próprios clientes. Com a busca por mais qualidade de vida e produtos desse perfil, abre-se uma oportunidade para os produtores investirem para melhorar a sua produtividade, logística e gestão das propriedades e insumos.
