Como fazer o manejo sustentável de pragas?

A prática integra diferentes métodos para controlar pragas de maneira equilibrada, minimizando o impacto sobre o cultivo e reduzindo a aplicação de defensivos agrícolas

A população mundial deverá alcançar cerca de 10 bilhões de pessoas até 2050, o que exigirá um aumento de 70% na produção global de alimentos, segundo estimativas da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). No entanto, como alcançar essas metas sem expandir de forma descontrolada as áreas de cultivo? Uma das soluções está no manejo sustentável de pragas, que pode contribuir significativamente para a produção alimentar sem comprometer o equilíbrio ambiental. 

O manejo agroecológico de pragas consiste em utilizar uma combinação de métodos para proteger as culturas de forma equilibrada. Ao contrário do que muitos podem imaginar, o objetivo não é eliminar as pragas totalmente, mas controlá-las de modo que não causem danos econômicos significativos à produção. Esse manejo deve ser adaptado à realidade de cada propriedade, levando em conta o tipo de cultura e as particularidades locais, garantindo uma abordagem sustentável e eficiente. 

Na sequência deste artigo, vamos aprofundar o conceito, os desafios e os benefícios desta estratégia, que busca promover uma agricultura mais responsável, eficaz e econômica. 

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O que é o manejo sustentável de pragas? 

O manejo sustentável de pragas ou manejo integrado de pragas (MIP) é uma prática que integra diferentes métodos para controlá-las de maneira equilibrada, minimizando o impacto ambiental e econômico. Diferente do controle tradicional, que depende fortemente de defensivos agrícolas, o manejo sustentável considera os ciclos ecológicos, as interações biológicas e a saúde de todo o ecossistema. 

Essa abordagem combina técnicas culturais, biológicas e químicas para manter as populações de pragas abaixo dos níveis causadores de prejuízos econômicos. Mas quais são essas práticas? 

– Controle biológico: uso de inimigos naturais, como predadores e parasitas, para combater as pragas mais comuns a cada cultura. 

– Práticas culturais: rotação de culturas, definição da época adequada do plantio, escolha de variedades genéticas mais resistentes e manejo adequado do solo. 

– Controle comportamental – uso de armadilhas para atrair e capturar insetos como pulgões, moscas-brancas e mariposas, ajudando no controle populacional. 

– Monitoramento: acompanhamento constante das populações de pragas para aplicar medidas no momento correto. Pode envolver o controle mecânico, que adota medidas diretas como esmagamento de ovos, catação manual de lagartas, modificação de temperatura/luminosidade e uso de barreiras físicas para impedir danos. 

– Uso racional de defensivos agrícolas: aplicar produtos químicos apenas quando necessário e de forma controlada e estratégica. 

Esses cinco tópicos podem ser usados de maneira variada no manejo sustentável de pragas. 

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Os cuidados com resistência das pragas 

Uma das preocupações de agricultores e cooperativas é com a possibilidade do aumento da resistência das pragas. Isso costuma ocorrer se houver uso excessivo e indiscriminado de defensivos agrícolas, fazendo com que as pestes sobrevivam a estes produtos e transmitam a resistência às gerações futuras. 

Se isso acontece, as propriedades rurais tendem a: 

– Ter maior dificuldade no controle – Pragas resistentes tornam os defensivos agrícolas ineficazes com o passar do tempo. 

– Aumento nos custos – A necessidade de utilizar produtos alternativos encarece a produção, interfere na produtividade e exige a tomada de atitudes de caráter emergencial. 

– Redução de produtividade ou resultados econômicos – A maior presença de pragas pode reduzir o volume das colheitas ou mesmo a sua qualidade. Isso impacta diretamente na performance econômica, especialmente no caso das commodities agrícolas, cuja venda é padronizada pelo mercado. 

Esses fatores reforçam a necessidade de alternativas sustentáveis, que reduzam a dependência de defensivos agrícolas e mitiguem os riscos econômicos e ambientais da produção. Uma das vantagens do manejo de pragas é justamente minimizar a possibilidade de gerar resistências aos produtos químicos. 

Em um livro distribuído pelo governo federal, via Capes, são listados os benefícios de investir em uma estratégia de manejo sustentável de pragas: 

– Garantia de um ambiente mais adequado para a sociedade; 

– Aumento da sustentabilidade agrícola; 

– Proteção de colaboradores e de outras pessoas que trabalham nas safras; 

– Eliminar ou minimizar a possibilidade de resistência das pragas ao variar os métodos de controle. 

Os quatro pontos acima, de forma prática, geram melhoria da produtividade de uma safra e impactos positivos sobre os resultados econômicos, especialmente no que tange a qualidade da produção. 

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Os cuidados no manejo sustentável de pragas 

Cada tipo de cultura e propriedade deve ter uma abordagem específica a respeito deste tema. Questões como clima, tipo de solo, genética das sementes ou grãos impactam diretamente nas práticas. Entretanto, há três pontos de atenção que tornam sua atuação mais eficiente: 

Reconhecer as pragas mais recorrentes antes mesmo do plantio: dessa forma, é possível fazer uma atuação preventiva e definir um plano de ação caso ultrapassem o limite razoável; 

Listar os controles mais eficientes para cada tipo de cultura e solo, com o suporte de pessoas especializadas, como agrônomos ou técnicos sanitários especializados em fitossanidade; 

Entender a dinâmica da praga, que pode ter flutuações a depender da temperatura, por exemplo. No planejamento, é importante estabelecer os limites seguros para que não ocorra o dano econômico. 

Quais as vantagens práticas do manejo sustentável de pragas? 

Listamos, abaixo, diversas vantagens da adoção dessa abordagem: 

– Redução dos defensivos agrícolas – Ao priorizar técnicas biológicas e culturais, é possível minimizar o uso de defensivos químicos. Isso reduz custos produtivos e diminui os impactos ao solo e à água, melhorando a produtividade com o passar do tempo. 

– Mais eficiência no controle de pragas – A combinação inteligente de diferentes métodos previne os surtos de infestação, que podem afetar a qualidade ou a quantidade da safra. 

– Mais segurança e produtividade – Uma abordagem proativa e estratégica de manejo sustentável de pragas minimiza os riscos. 

– Melhor uso de recursos naturais – Ao respeitar os ciclos naturais, garante-se mais produtividade a longo prazo. 

Dentro de um contexto de expansão da população e da necessidade de cuidados com a segurança alimentar, essas práticas sustentáveis são bem-vistas para o futuro e para superar o desafio de alimentar a população, assim como garantir a viabilidade econômica e produtiva, 

E o que esperar do futuro do manejo agroecológico de pragas? 

Existem algumas tendências para este segmento. Entre elas, destacam-se: 

– Biotecnologia e controle biológico avançado 

É provável que surjam novas técnicas, como o uso de organismos geneticamente modificados, para garantir culturas mais resistentes e o controle de pragas ainda mais preciso. Cada vez mais, os gestores rurais vão buscar sementes capazes de resistir às novas condições apresentadas pelo planeta, incluindo o manejo sustentável de pragas. 

– Monitoramento digital 

Dispositivos digitais podem ser usados para monitorar especificamente os limites de pragas para cada tipo de cultura, otimizando a capacidade de tomar decisões preventivas para garantir a produtividade e o resultado econômico. 

– Soluções especializados 

Produtos como o Shield estão revolucionando o mercado ao oferecer alternativas sustentáveis e eficientes para o controle das pestes. A solução é considerada uma das mais avançadas para o manejo sustentável de pragas pela sua acessibilidade, capacidade de automação e aplicabilidade. 

Na rotina do agronegócio, o manejo sustentável de pragas é mais do que uma tendência: é uma necessidade. Ao adotar práticas equilibradas e responsáveis, produtores rurais, consultores e gestores de cooperativas podem garantir a segurança do cultivo e a melhoria dos resultados econômicos. 

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