Trata-se de um conjunto de práticas e processos adotados para gerir os negócios de forma transparente e eficiente, incluindo aspectos financeiros, fiscais e legais
No Brasil, há cerca de 1,1 milhão de propriedades rurais no setor do agronegócio, responsáveis por empregar aproximadamente 28,5 milhões de pessoas, segundo dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Esse contingente de empresários necessita adotar uma abordagem criteriosa em relação à governança do agronegócio, em um país capaz de produzir quase 300 milhões de toneladas de grãos, como detalhado neste artigo.
Buscar a governança no agronegócio é essencial para as propriedades rurais, cooperativas, agroindústrias e revendas que desejam alinhar suas operações à sustentabilidade em seu conceito mais amplo, o que inclui os critérios legais, financeiros e reputacionais. Entender as exigências de clientes e as novas demandas do mercado tornou-se um alicerce fundamental para a competitividade dos players do agronegócio.
Mas afinal, o que envolve a governança no agronegócio e como atender às expectativas de parceiros comerciais, clientes e da administração pública?
Continue lendo este artigo para entender melhor o tema.
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O que é governança no agronegócio?
A governança no agronegócio se refere a um conjunto de práticas e processos adotados para gerir os negócios de forma transparente e eficiente. Ou seja, estamos falando da administração integral do agronegócio, incluindo aspectos financeiros, fiscais, legais e todo o alinhamento com as legislações e normas específicas referentes a cada tipo de produto.
Para isso, os gestores de agronegócio devem olhar para dentro do seu negócio antes de saírem pensando em cumprir regulamentos. Uma empresa com bons controles internos, que realize auditorias regulares de qualidade de produto e operações e adote sistemas especializados para monitorar seus processos e negociações com fornecedores tende a ter sucesso no cumprimento de todas as exigências legais.
Ou seja, a governança no agronegócio pode ser uma oportunidade para ir muito além do mero cumprimento das exigências legais, mas se tornar um incentivo para a otimização dos recursos em prol de mais eficiência e rentabilidade.
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A relação entre governança e sustentabilidade no agronegócio
É comum relacionar a palavra sustentabilidade ao aspecto ambiental dentro do agronegócio. No entanto, essas empresas do agronegócio, devem cumprir com obrigações fiscais, financeiras e legais que ultrapassam o meio ambiente. Nesse contexto, há alguns cuidados voltados à governança no agronegócio:
– Transparência: fundamental para a troca de informações entre as empresas do agronegócio e seus parceiros. Esse princípio envolve a divulgação clara e detalhada de dados sobre operações comerciais, políticas internas, contratos, infraestrutura e resultados financeiros. A clareza desses dados é vital para conquistar a confiança do mercado e permitir a avaliação do desempenho da organização;
- Prestação de contas: é complementar à transparência. Também chamado de accountability, é um pilar que assegura a responsabilidade das empresas do agronegócio perante o mercado, com uma atuação clara e precisa. A prestação de contas promove uma cultura de responsabilidade e confiança dentro e fora da organização;
– Equidade: significa que as decisões do agronegócio devem considerar o impacto em todas as partes interessadas. A adoção de práticas equitativas fortalece a confiança e a colaboração entre todos os envolvidos no setor;
- Responsabilidade corporativa: abrange o papel da empresa frente à sociedade e os impactos socioambientais de suas atividades. Esse princípio incentiva as organizações a adotarem uma postura sustentável, compreendendo e buscando mitigar seus impactos.
A ideia por trás destes pontos é integrar sustentabilidade à governança no agronegócio, visando atrair e fomentar as relações comerciais com parceiros alinhados aos propósitos corporativos.
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Os benefícios econômicos da governança sustentável no agronegócio
A adoção de práticas de governança no agronegócio traz uma série de vantagens ao agro, especialmente ao adotar ferramentas específicas, como sistemas especializados de gestão. Entre eles, destacam-se:
- Mais precisão e eficiência na gestão fiscal – Ao implementar sistemas especializados para o agronegócio, ocorre a automatização do preenchimento de informações, reduzindo significativamente erros humanos e aumentando a eficiência na gestão de documentos fiscais;
- Ampliação do compliance – Aprimora-se a gestão de riscos no agronegócio, garantindo o cumprimento das diversas normas vigentes, evitando multas e penalidades por descumprimento de obrigações legais;
– Economia de tempo e recursos – A governança no agronegócio exige um olhar para a otimização de processos, identificando o que pode ser automatizado. Com isso, é possível fazer um uso mais estratégico das tecnologias disponíveis, do tempo e dos ativos já existentes, ampliando a competitividade, o que é determinante em negócios com o mercado internacional;
– Acesso facilitado a crédito – As boas práticas de gestão e o controle dos dados internos de um negócio simplificam a obtenção de capital no mercado, abrindo a possibilidade de investimentos para o aumento da produtividade e da rentabilidade do agronegócio;
– Melhora da tomada de decisão – A análise integral de dados proporciona uma visão clara sobre a performance da propriedade, permitindo a identificação de oportunidades de melhoria e otimização;
– Melhora dos resultados econômicos – Sistemas especializados no agronegócio monitoram as oportunidades de transações, identificando os melhores momentos para a efetivação de negócios, especialmente nas commodities agrícolas.
Esses seis itens são potencializados em função da possibilidade de obter relatórios automatizados sobre temas diversos: produção, armazenamento, desempenho logístico e até aspectos fiscais. E, como as informações estão centralizadas e registradas em plataformas específicas, é possível fazer uma auditoria completa em prol de ainda mais transparência e rastreabilidade.
Como adotar práticas sustentáveis na governança do agronegócio?
A implementação de uma governança no agronegócio requer planejamento e comprometimento. Para alcançar o sucesso nessa estratégia, alguns passos são essenciais:
- Realize uma auditoria interna – Avalie os processos existentes, identifique lacunas em conformidade legal, financeira e operacional e estabeleça metas para melhorias;
- Invista em tecnologia – Ferramentas como sistemas de gestão empresarial voltados ao agronegócio e softwares de compliance fiscal aumentam a precisão e otimizam processos;
- Capacite sua equipe – Realize cursos e capacitações para que colaboradores e gestores conheçam as melhores práticas de governança, especialmente em relação a normas fiscais, ambientais e exigências de qualidade de clientes.
- Busque certificações – Obtenha selos de sustentabilidade que comprovem o compromisso com práticas responsáveis, como a certificação ISO 14001 para gestão ambiental.
- Crie políticas claras – Desenvolva políticas internas que incentivem a transparência, como códigos de conduta e diretrizes voltadas ao contexto interno e a relação com fornecedores e clientes.
O futuro da governança no agronegócio
As tendências para a governança no agronegócio apontam para uma digitalização cada vez maior dos processos e uma ênfase maior na gestão baseada em informações. A adoção de tecnologias de inteligência artificial e big data já é uma realidade, mas pode aumentar a eficiência focada na conformidade total do agronegócio.
Um dos aspectos fundamentais dos gestores do agronegócio será implementar uma mentalidade de flexibilidade e adaptabilidade. Isso porque há a possibilidade de aumentos de exigência sobre rastreabilidade de produtos e de certificações específicas, que podem ser necessárias para ampliar as oportunidades de negócios para as propriedades do agronegócio brasileiras no contexto internacional.
A preocupação com a governança no agronegócio também é fundamental sob a perspectiva reputacional: ser transparente e eficiente será um diferencial para se destacar e ampliar a base de clientes.
Portanto, é seguro afirmar que a governança no agronegócio se tornou um elemento essencial para empresas que desejam prosperar em mercados mais competitivos e com mais exigências. Ao adotar práticas de governança eficazes, o setor agrícola pode alinhar seus objetivos econômicos à responsabilidade social e ambiental, garantindo um futuro ainda mais próspero.
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