Em um país de dimensões continentais, os gestores rurais enfrentam desafios para planejar e vencer as dificuldades logísticas relacionadas tanto à distribuição quanto à produção no agro
A previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de que somente a safra brasileira de grãos atinja 314,8 milhões de toneladas, um crescimento de 20,5 milhões de toneladas (7%) em relação a 2024. Mas como escoar esta produção de forma inteligente?
É justamente para responder a esta pergunta que a gestão de logística rural surge para reduzir os custos e aumentar a eficiência.
Em um país de dimensões continentais e com uma malha ferroviária incipiente para dar vazão à produção do agronegócio, há uma série de desafios que precisam ser superados pelos gestores de propriedades rurais, cooperativas e outros players do agro.
A seguir, abordaremos diversos tópicos relacionados à gestão de logística rural.
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Os principais desafios logísticos do agronegócio brasileiro
Diferente do que muitos podem imaginar, o planejamento logístico no agronegócio não é algo fixo ou previsível. As safras são dinâmicas e imprevisíveis, exigindo flexibilidade e capacidade de adaptação.
Para aproveitar as melhores oportunidades de comercialização da produção, é fundamental estar preparado para agir rapidamente, com uma gestão estratégica e eficiente que envolva todas as áreas do agronegócio, incluindo a logística.
Nesse caso, a maioria dos produtores rurais brasileiros tem problemas com a distribuição. Dentre eles, é possível citar:
– A Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que o segmento rodoviário responde por cerca de 65% do transporte de cargas do país. A falta de ferrovias e de outros modais mais seguros torna o transporte mais caro e irregular, sujeito a quebras de caminhões, avarias à carga, atrasos e insegurança.
– Os roubos de cargas são outra dor de cabeça para o agro. Produtos alimentícios aparecem entre os principais alvos de quadrilhas, com 22% do total no primeiro semestre de 2024. Em 2023, o país registrou mais de 17 mil ocorrências de roubo de carga, com prejuízo superior a R$ 1,2 bilhão.
– Os deslocamentos longos até os portos pelo modal rodoviário encarecem a logística do agro, assim como a carga tributária brasileira, que amplia este desafio. E a burocracia não está apenas nos tributos, mas no acesso a terminais portuários.
– Redução das perdas ao longo de todo o processo. Segundo a Conab, estima-se que aproximadamente 15% da colheita de grãos seja desperdiçada, desde a lavoura até o processamento final, incluindo o transporte.
A instituição destaca que, de maneira recorrente, as projeções de perdas no Brasil são de pelo menos 10%, considerando apenas a perda quantitativa, que é considerada a mais significativa.
Quando se observam os problemas acima, notam-se que eles têm um aspecto macro. Ou seja, dependem de soluções propostas pelo governo.
Se essa parte está fora do controle dos agricultores e cooperativas, há outros pontos internos relacionados ao planejamento, ao armazenamento e à logística que podem ser otimizados pelos negócios, especialmente com o suporte da tecnologia.
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Os tipos de logística rural
Quando se fala na gestão de logística rural, é comum que se pense apenas na distribuição de produtos. Mas ela pode ser dividida em três momentos:
Logística de suprimentos
Responsável por prover e gerenciar insumos (sementes, defensivos, entre outros) necessários para a produção agropecuária. Inclui a aquisição, o transporte e o armazenamento de produtos e insumos, seguindo as normas técnicas e levando em consideração a negociação com fornecedores.
Logística de apoio à produção agropecuária
Inclui a movimentação de materiais no agro, como transporte interno, manuseio, armazenagem, estoque e controle de qualidade. Nessa fase, a preocupação está em otimizar processos, reduzir custos e perdas, garantindo a disponibilidade de produtos dentro das exigências do mercado e aprimorando o uso dos ativos disponíveis.
Logística de distribuição
Responsável por levar os produtos (grãos e frutas, entre outros) até armazéns, centros de abastecimento, portos ou clientes finais. A armazenagem e o transporte eficientes preservam o produto, garantindo o cumprimento de prazos e a qualidade exigida pelo cliente.
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Como a gestão de logística rural impacta a rentabilidade
A gestão logística rural é uma das estratégias mais importantes para agregar valor aos produtos no agronegócio. É essencial para aumentar a produtividade, otimizar o armazenamento, coordenar o transporte e gerenciar a distribuição de insumos e produtos.
Em um setor tão complexo e dinâmico, uma logística bem estruturada não apenas melhora a eficiência operacional, mas também afeta diretamente a rentabilidade dos produtores rurais.
Quando bem executada, permite que os produtores reduzam significativamente os custos em várias etapas do processo produtivo. Isso inclui a diminuição de custos com transporte, armazenamento e comercialização.
Além disso, um controle eficaz da logística pode ajudar a evitar perdas, especialmente em produtos perecíveis, que exigem cuidado no manejo e na entrega para garantir sua qualidade.
Em momentos de valorização do preço dos produtos, uma gestão logística eficiente pode resultar em ampliação dos lucros ao permitir que o produtor capitalize as melhores oportunidades de mercado.
Porém, para alcançar esses benefícios, é necessário um olhar atento e estratégico sobre todos os processos internos do agronegócio, abrangendo desde o planejamento até a entrega final. Considerar a logística de forma ampla e integrada é essencial para o sucesso no setor.
Nesse contexto, alguns pontos-chave devem ser observados:
Organização e planejamento da produção
A coordenação eficaz entre as diferentes etapas do ciclo produtivo, desde o plantio até a colheita, é crucial para otimizar o fluxo de trabalho. Isso inclui o uso de ferramentas para prever a demanda, controlar a utilização de recursos e minimizar a ociosidade de máquinas e pessoas.
O planejamento adequado também ajuda a evitar gargalos no processo e a garantir que o produto esteja pronto para ser comercializado no momento certo, sem atrasos ou prejuízos.
Automação e tecnologia
A automação de processos, como o uso de sistemas de monitoramento e controle, contribui para uma gestão eficiente no agronegócio. Além de facilitar o acompanhamento da colheita, esses sistemas ajudam a melhorar a rastreabilidade e transparência, permitindo que os produtores tenham controle total sobre o percurso do produto, desde a fazenda até o ponto de venda.
A coleta de dados em tempo real, como temperatura, umidade e outros fatores críticos, também é essencial, especialmente para produtos perecíveis.
Integração de sistemas
A adoção de tecnologias como plataformas de gestão integrada, como o ERP da Senior que conectam todas as fases da cadeia produtiva, oferece uma visão clara e abrangente de cada etapa do processo.
Isso reduz a ocorrência de erros humanos, acelera as operações e melhora a capacidade de resposta a imprevistos. Ou seja, uma cadeia de suprimentos bem gerida não apenas reduz custos, mas também melhora a experiência do consumidor final, garantindo a entrega de produtos de qualidade no tempo adequado.
O futuro da gestão de logística rural: mais eficiência
A tecnologia tem um papel determinante no futuro da logística rural, especialmente com a implantação de sistemas especializados para a administração. Estamos falando do YMS (gestão de pátio), WMS (gestão de armazéns) e TMS (gestão de transportes), capazes de integrar todo o ecossistema do agronegócio, monitorando e controlando o fluxo de mercadorias.
Assim como acontece com sensores no campo, esses dispositivos fornecem dados em tempo real para otimizar os processos do agronegócio em prol de mais eficiência e redução de desperdícios. Sem contar, é claro, na substituição de tarefas manuais, reduzindo erros e aumentando a competência de maneira integral.
Dessa forma, ganha-se a capacidade de aprimorar a gestão de estoques, evitando tanto a escassez quanto o excesso de produtos, o que reduz os custos de armazenamento, os desperdícios e melhora a negociação com os fornecedores.
Planejar adequadamente a demanda e a reposição minimizam os custos de capital de giro e permitem aproveitar os melhores momentos para a comercialização de produtos.
Todas essas etapas fazem parte das soluções criadas pela Senior para otimizar a logística rural, que podem ser totalmente personalizadas para atender às necessidades específicas e desafiadoras do setor.
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