Desempenho profissional e seu impacto no desempenho dos negócios
Por Cassio Mattos*
Vivenciamos uma época onde desempenho é palavra de ordem. Não conseguimos mais manter resultados diferenciados sem desempenho proporcional.
O normal nas organizações é a expectativa de diferenciação. Para tanto, não se poupa em investimentos na tecnologia, processos, sistemas, equipamentos etc.
Mesmo empresas não capitalizadas possuem acesso a linhas de empréstimos, fusões, joint venture, parcerias e alianças estratégicas, apenas para citar algumas formas de se instrumentar ou aparelhar para competir com os principais concorrentes. Dinheiro não é mais problema. O que importa é seguir a estratégia definida e os recursos serão buscados.
O componente principal desta conjunção de fatores e fatos para o desempenho diferenciado da organização permanece o mesmo: as “pessoas”. Qual a razão essencial de algumas pessoas se destacarem e outras, ou a maioria, não? Como é possível dentro de uma mesma empresa pessoas com tratamento, formação ou condições de trabalho de mesmo nível apresentar desempenhos tão diferentes? Qual a razão da dificuldade destas pessoas para melhorar seus resultados, mesmo desejando e tomando ações para isso acontecer?
Prefiro focar aquilo que depende exclusivamente das pessoas, algo que vem de dentro para fora, aquilo que é necessário para gerar o significado e, assim, a motivação para a mudança, a vontade ou o desejo de autoconhecimento — vetores necessários para o autodesenvolvimento, pois pouco adianta investir em conhecimento sem ter o direcionamento objetivo e consistente com as reais necessidades identificadas.
Quais as razões para esse fato estar tão presente no cotidiano dos profissionais? É possível citar alguns exemplos nas próprias pessoas e outros das circunstâncias que a rodeiam. Lembro uma frase assim dita: “o indivíduo não é apenas ele próprio, mas, sim, ele e suas circunstâncias”.
Quais são essas circunstâncias? Superiores hierárquicos, subordinados, colegas, cônjuge, filhos, amigos, pessoas com as quais convivemos e que nos fornecem feedback em nossos comportamentos. Quando esses são considerados e entendidos, se tornam possíveis de serem trabalhados, desde que haja disciplina, perseverança e método adequado. Mas não devemos pensar em milagres, pois eles não existem.
Nestes públicos, quero dar atenção especial para os líderes em geral nas organizações. Estes continuam devendo aos seus subordinados o feedback de qualidade, aquele que inspira a pessoa a ir em busca da melhoria. Percebemos em nossos projetos de assessment a inexistência de método e atitude. Mesmo com o ”apagão” de profissionais, percebemos as empresas perdendo pessoas qualificadas para o mercado, em grande parte por não terem claro o que se espera delas na empresa onde atuam ou por não terem claro até onde podem crescer na estrutura interna e, com isso, vislumbrar o destino da sua carreira.
As empresas permanecem perdendo tempo e recursos importantíssimos por não darem importância à consolidação da “cultura do feedback” como ferramenta para potencializar o desempenho dos seus profissionais. Se houvesse essa prática consolidada, certamente aqueles profissionais que ainda não despertaram para a importância do autoconhecimento poderiam ter essa oportunidade e, assim, dar um novo rumo ao seu crescimento profissional. Vamos atentar e trabalhar duro nesta direção e certamente estaremos contribuindo decisivamente para os resultados na última linha do balanço patrimonial ao término do exercício fiscal.
*Cassio Mattos é consultor e diretor-proprietário da CMC. http://www.cassiomattos.com.br