A transformação digital traz uma necessidade latente por parte das empresas de se reinventarem em todas as áreas. As mudanças ocorrem desde as transações comerciais, com as criptomoedas, até o gerenciamento de novas tecnologias, direcionadas para gerar informação, outra moeda valiosa num mercado em constante evolução.
“As maiores descobertas em novos negócios na era digital são as moedas digitais, denominadas criptomoedas. Aliadas à digitalização dos processos, elas ainda têm um longo caminho pela frente, para serem entendidas e democratizadas.” Estas foram as primeiras palavras de Fernando Ulrich no Debate Transformação Digital e Novos Negócios, realizado durante a Expogestão 2018, em Joinville. Economista, especialista em criptomoedas da XP Investimentos e conselheiro do Instituto Mises Brasil, Ulrich destacou a crescente importância das criptomoedas, que representam, para ele, uma evolução maior até do que a própria internet.
Segundo o economista, a principal grande mudança que se desenha é o estabelecimento de uma relação de confiança entre atores desconhecidos, sem a intermediação de bancos ou autoridades monetárias. Aliás, este sempre foi o propósito número 1 do criador da bitcoin, Satoshi Nakamoto.
Transações seguras e recordes de cotação
Desde a sua criação, há nove anos, as criptomoedas jamais foram temas de corrupção. Como o próprio nome diz, as criptomoedas utilizam criptografias, que são códigos difíceis de serem quebrados, garantindo transações seguras. Segundo o palestrante, os três conceitos do ativo digital – replicação, descentralização e globalização – incentivam o comportamento honesto dos investidores em relação às criptomoedas.
A globalização, por excelência, é o grande motor da inclusão financeira. O bitcoin é a criptomoeda mais conhecida do mundo e vem batido recordes de cotação. A compra e a venda de criptomoedas são processos bem simples. No Brasil existem as plataformas Mercado Bitcoin e Brasiliex, nas quais é possível criar uma conta de maneira gratuita e informar o valor em reais ou a quantidade de moedas digitais desejada para comprar ou vender.
Já estamos além da inovação
Oliver Cunningham, sócio na área de Estratégia & Operações em Serviços Financeiros da KPMG, foi enfático ao dizer que “nós passamos da era da inovação e estamos reescrevendo nosso mundo”. Para embasar, Cunningham citou o exemplo do rádio, que levou 38 anos para atingir 500 milhões de ouvintes, em comparação com a TV, que levou 13 anos para chegar ao mesmo número de telespectadores, e com o Facebook, que, precisou de apenas alguns meses para chegar a meio bilhão de usuários.
Onde as empresas falham na transformação digital?
Segundo Cunningham, 83% das empresas não conseguem aplicar as tecnologias de hoje e 30% se dizem incapazes de inovar, sendo essa a maior dificuldade identificada por ele para a transformação digital na maior parte das empresas.
Muitas companhias ainda estão perdidas diante de tantas inovações tecnológicas, não sabendo como aplicá-las em seus departamentos. Outras até conseguem, colhem dados importantes sobre o mercado e sobre o próprio negócio, mas não sabem como utilizá-los de maneira inteligente e produtiva.
O executivo finalizou a palestra expondo a sua visão em relação aos executivos de hoje, que focam demasiadamente em tecnologia quando, antes de tudo, deveriam focar em seus problemas. “A transformação só ocorre depois da resolução dos problemas. É preciso transpor barreiras culturais e correr riscos, pois transformar também é arriscar”.
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