O fenômeno dos atacarejos no Brasil

Entenda como ganhar competitividade num dos mercados que mais crescem no Brasil.

O que é atacarejo?

É uma modalidade de comércio criada a partir da junção do atacado com o varejo. Tal estilo de venda deu origem ao conceito “cash and carry” – termo em inglês que significa “pagar e levar” e resume muito bem a essência deste híbrido. Isso porque, num atacarejo, basta o cliente encontrar o que procura para levar imediatamente para casa. E essa estrutura simples acaba por eliminar a intermediação de vendedores e, consequentemente, reduz o preço.

De onde surgiu?

Credita-se a criação do primeiro atacarejo a Otto Beishem, um alemão que abriu seu estabelecimento na cidade de Mulheim em 1964 iniciando ali uma revolução no setor supermercadista – ainda que na época ele não tivesse a menor noção disso.

O boom deste tipo de comércio aconteceu nos anos 70, nos Estados Unidos, quando a novidade chegou até os membros da família Walton – o “Wal” do Walmart. E a partir daí não é preciso falar muito, porque hoje a rede tornou-se mundial e a família figura entre o top 10 de americanos mais ricos do mundo.

Em 1972 a novidade chegou no Brasil pelas mãos da rede Makro, que com seu crescimento exponencial, que chamou a atenção dos grandes players do setor supermercadista. E não demorou até que a maioria das grandes redes tivesse em seu portfolio um atacarejo para chamar de seu.

Qual o segredo do sucesso do atacarejo?

Não é necessário fazer muita especulação para descobrir porque este tipo de comércio funciona tão bem em qualquer lugar do mundo: seus preços são os melhores em comparação aos supermercados comuns. A razão de alcançar um diferencial tão forte também é bem evidente. Veja só:

  • No atacarejo os clientes compram diretamente no estoque da empresa. Isso mesmo, se você prestar atenção na próxima vez que for em um, notará que o pé direito é bem alto e até quase o teto, há caixas de produtos empilhadas umas sobre as outras. Isso faz com que a empresa reduza sua estrutura, já que no momento em que uma caixa esvazia, basta pegar a seguinte.
  • O número de funcionários é bastante reduzido, já que o atendimento acontece praticamente no sistema self service. E o fato de a equipe ser extremamente enxuta também reflete diretamente no preço dos produtos – pra menos.
  • A preços são apresentados de forma diferenciada: ao levar uma única peça, o cliente paga um valor. Mas se levar um pacote com muito mais unidades do mesmo produto, o preço cai consideravelmente. Esse sistema inclusive chegou a criar um outro fenômeno comercial: as pessoas começaram a criar clubes de compras, em que adquiriam em grupo os produtos em grandes quantidades para garantir os valores mais baixos por unidade ao dividir a mercadoria entre seus integrantes.
  • Os atacarejos normalmente funcionam em galpões localizados fora da região central da cidade. Isso porque nesses lugares o valor do imóvel é mais barato, e faz com que a margem de lucro possa ser preservada mesmo praticando preços baixos.
  • Nesse tipo de comércio, a variedade de produtos é bastante limitada, cenário muito diferente de um supermercado de redes. Isso porque as compras são realizadas em grandes lotes para garantir um preço mais baixo, e para dar vazão a tamanho volume, é preciso sacrificar o número de marcas por produto. E para o consumidor, a troca funciona muito bem: como está em busca de preços baixos, não há grande resistência a conhecer novas alternativas similares.
  • Ao praticar um alto volume de vendas, o atacarejo consegue elevar o ticket médio, tornando assim a sua atuação um ótimo negócio para os proprietários.

O atacarejo no Brasil

Nos últimos anos, o atacarejo tem crescido em um ritmo tão acelerado no país, que cada vez mais redes tem apostado no formato. Só em 2018, 60% dos consumidores brasileiros visitaram estabelecimentos do tipo – o segmento foi o mais frequentado do ano no Brasil.

Isso porque este tipo de comércio é extremamente sensível às oscilações políticas e econômicas do país. E ao atravessar um cenário de grande instabilidade em ambos os campos, os brasileiros precisaram privilegiar o preço ao conforto enquanto aguardavam tempos mais favoráveis.

Loja de atacarejo

Ao perceber essa necessidade dos consumidores, os atacarejos se multiplicaram pelos quatro cantos do país. Tanto é que atualmente, na visão de muitos investidores, algumas regiões do Brasil já atingiram sua maturidade, não suportando novos atacarejos. Isso porém, não impede o crescimento do segmento, só exige mais estratégia na hora de eleger o melhor ponto para abrir uma nova loja.

Com o cenário político e econômico do Brasil para 2019 é bastante otimista, a previsão é de que o crescimento sofra uma desaceleração, mas que fique claro: o mercado dos atacarejos está longe de qualquer tipo de crise. Porém, chegou a hora de brigar com mais afinco para garantir seu lugar ao sol.

Uma das alternativas para melhorar consideravelmente a margem de lucro é aderir à transformação digital, automatizando alguns processos com parceiros especializados neste tipo de mercado. A Senior possui soluções que cobrem desde a emissão do cupom fiscal até a contabilidade, simplificando a precificação de combos, uma dor comum dos atacarejos.

Com pequenos ajustes de rota, é possível manter seu atacarejo no rumo do crescimento. Basta associar-se a parceiros especializados e estar atento às oscilações do mercado. Porque vai ano, entra ano, o que nunca muda é o desejo do consumidor de comprar mais por menos.

 

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