As cooperativas agrícolas se tornaram peças-chave para o fortalecimento do agronegócio no Brasil. Em um setor cada vez mais competitivo, a união entre produtores tem sido uma estratégia inteligente para enfrentar desafios como altos custos de produção, acesso a crédito e exigências do mercado.
Mais do que uma simples parceria, a cooperativa é um modelo de negócio colaborativo que promove escala, eficiência e sustentabilidade.
Com a força do coletivo, produtores rurais — especialmente os pequenos e médios — conseguem negociar melhores preços, compartilhar recursos, investir em tecnologia e alcançar novos mercados. Tudo isso sem abrir mão da autonomia no campo.
Entenda por que as cooperativas são tão importantes para o desenvolvimento rural e como elas impulsionam a inovação, a inclusão produtiva e a segurança alimentar.
O que são cooperativas agrícolas?
Cooperativas agrícolas são organizações formadas por produtores rurais que se unem para obter melhores condições de compra, venda e produção. Funcionam como uma empresa coletiva, em que os cooperados são simultaneamente donos e usuários dos serviços. Ao atuarem juntos, conseguem reduzir custos, acessar mercados maiores e aumentar a competitividade no agronegócio.
A lógica é simples: os produtores se associam para ganhar mais força no mercado. Isso pode acontecer de diversas formas, como:
- Compra conjunta de insumos agrícolas (sementes, fertilizantes, equipamentos) a preços mais baixos.
- Processamento e distribuição dos produtos (como leite, café e grãos) de forma mais eficiente.
- Negociação de melhores preços na venda da produção, eliminando intermediários.
- Acesso a crédito e assistência técnica para melhorar a produção.
Entenda sobre o cooperativismo no Brasil
O cooperativismo no Brasil tem um papel fundamental na economia e no desenvolvimento social, especialmente no setor agrícola. Com milhões de produtores rurais envolvidos, as cooperativas garantem melhores condições de trabalho, maior poder de negociação e impulsionam a economia de diversas regiões.
O Brasil possui 4.509 cooperativas, sendo que o ramo agropecuário lidera com 1.179 cooperativas. Essas organizações reúnem aproximadamente 1 milhão de produtores rurais como cooperados.
Com o avanço da tecnologia e a necessidade de práticas mais sustentáveis, as cooperativas brasileiras estão investindo cada vez mais em inovação, digitalização e ESG (ambiental, social e governança). Além disso, o setor tem recebido mais incentivos do governo e de instituições financeiras, fortalecendo ainda mais o cooperativismo.
Quais são os princípios das cooperativas?
As cooperativas seguem um conjunto de princípios que orientam seu funcionamento e garantem que atuem de forma democrática, sustentável e justa para todos os seus membros. Esses princípios foram estabelecidos pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI) e são seguidos mundialmente.
- Adesão Voluntária e Livre: qualquer pessoa pode entrar ou sair da cooperativa de forma voluntária, sem discriminação por gênero, raça, religião, ideologia política ou condição econômica.
- Gestão Democrática pelos Membros: todos os cooperados têm voz nas decisões, com o princípio de “um membro, um voto”.
- Participação Econômica dos Membros: os cooperados contribuem financeiramente e recebem parte dos resultados, que são redistribuídos ou reinvestidos na cooperativa.
- Autonomia e Independência: as cooperativas mantêm sua independência, mesmo podendo fazer parcerias, sempre tomando decisões internamente.
- Educação, Formação e Informação: as cooperativas investem em treinamentos para seus membros e a comunidade, fortalecendo a gestão e a participação.
- Cooperação entre Cooperativas: cooperativas se unem para ser mais competitivas e oferecer melhores condições aos membros.
- Interesse pela Comunidade: as cooperativas também buscam melhorar a vida da comunidade local com projetos sociais, educacionais e ambientais.
Qual a importância das cooperativas agrícolas?
As cooperativas agrícolas são fundamentais para o fortalecimento do agronegócio. Elas conectam produtores, reduzem custos, ampliam o acesso a mercados e incentivam práticas mais sustentáveis e tecnológicas. Veja os principais motivos:
- Maior poder de negociação: produtores ganham escala para comprar insumos mais baratos e vender com melhores margens.
- Redução de custos operacionais: compartilhamento de transporte, armazenagem e estrutura logística no agronegócio.
- Facilidade de acesso a crédito: cooperativas têm mais força junto a instituições financeiras e, muitas vezes, oferecem linhas próprias.
- Assistência técnica e inovação: apoio com treinamentos, novas tecnologias e práticas agrícolas mais eficientes.
- Sustentabilidade e desenvolvimento regional: geram empregos, movimentam a economia local e apoiam ações sociais e ambientais.
- Segurança alimentar e qualidade: garantem oferta constante e padrões de produção mais controlados.
Esses benefícios fazem das cooperativas um pilar estratégico para quem busca competitividade e crescimento sustentável no campo.
Como funciona uma cooperativa agrícola?
Uma cooperativa agrícola é uma associação de produtores rurais que se unem para alcançar objetivos comuns, como reduzir custos, aumentar o poder de negociação e melhorar a comercialização de seus produtos.
O funcionamento de uma cooperativa é simples, mas muito eficiente, baseado em uma gestão coletiva e democrática.
Vamos entender como tudo isso acontece:
1. Estrutura e Organização
Na cooperativa, todos os cooperados têm uma participação igual nas decisões, independentemente do tamanho da produção de cada um. A estrutura funciona da seguinte forma:
Assembleia Geral: Este é o órgão máximo da cooperativa. Todos os cooperados se reúnem para discutir e tomar decisões importantes, como investimentos e mudanças na gestão. Cada cooperado tem um voto, garantindo que a voz de todos seja ouvida.
Conselho de Administração: É um grupo de cooperados eleitos pela Assembleia para fazer a gestão e controlar as ações da cooperativa, como a definição das estratégias de negócios.
Diretoria Executiva: São os profissionais contratados pela cooperativa, responsáveis por gerenciar as operações do dia a dia, como compra e venda de produtos, atendimento aos cooperados e execução das decisões tomadas pelo Conselho.
2. Como os Produtores Participam?
Os produtores rurais entram para a cooperativa para se beneficiar de diversas vantagens, como:
Fornecer sua produção: O agricultor entrega seus produtos à cooperativa para que sejam comercializados de forma conjunta, garantindo melhores preços no mercado.
Adquirir insumos: Os cooperados podem comprar produtos como sementes, fertilizantes e equipamentos diretamente da cooperativa, geralmente a preços mais baixos, graças ao poder de compra coletivo.
Aproveitar assistência técnica: Muitas cooperativas oferecem treinamentos, consultoria e assistência técnica para os cooperados, ajudando-os a melhorar sua produtividade.
Receber dividendos: Quando a cooperativa tem lucro, os cooperados recebem uma parte proporcional ao que contribuíram, seja em termos de produção ou compra de insumos.
3. Atividades Principais da Cooperativa
As cooperativas agrícolas realizam várias atividades que ajudam seus membros a terem melhores condições de produção e comercialização:
Compra coletiva de insumos: Fertilizantes, sementes e ração são comprados em grandes quantidades, o que permite que os preços sejam mais baixos para os cooperados.
Armazenamento e logística: Muitas cooperativas possuem estruturas para armazenar e distribuir os produtos de forma mais eficiente, como silos e transportadoras próprias.
Processamento e beneficiamento: Algumas cooperativas oferecem a opção de processar os produtos dos cooperados, como transformar leite em queijo ou grãos em farinha. Isso aumenta o valor agregado aos produtos e gera mais lucro para os membros.
Comercialização: A cooperativa negocia em nome dos cooperados, conseguindo melhores preços de venda, tanto no mercado interno quanto no internacional.
Acesso a crédito: As cooperativas têm mais facilidade para acessar financiamento, o que pode ser repassado aos cooperados em forma de crédito com condições mais vantajosas.
4. Como os Cooperados Lucram?
O lucro de uma cooperativa não é distribuído da mesma forma que em uma empresa convencional. Ao invés de um único dono receber os lucros, os ganhos da cooperativa são divididos entre os cooperados, de acordo com sua participação:
Participação no faturamento: Quanto mais o cooperado contribui com sua produção ou compra de insumos, maior será sua parte nos lucros da cooperativa.
Reinvestimento: Uma parte do lucro pode ser reinvestida na cooperativa, em melhorias como a compra de novos equipamentos ou ampliação das instalações.
Existem desvantagens nas cooperativas agrícolas?
As cooperativas agrícolas têm tanto prós quanto contras que devem ser considerados.
Embora as cooperativas agrícolas ofereçam diversas vantagens, também há algumas desvantagens que devem ser levadas em consideração. Por exemplo, quando a cooperativa enfrenta perdas, todos os membros acabam sendo prejudicados, já que os resultados são compartilhados entre todos.
Além disso, apesar de taxas administrativas como as de armazenamento serem menores do que os custos individuais de um produtor, elas ainda podem impactar os lucros. No caso do armazenamento de grãos, também existe o risco de contaminação, principalmente quando os grãos são armazenados próximos uns dos outros, o que pode afetar a qualidade do produto final.
Assim, embora as cooperativas tragam muitos benefícios, é importante estar ciente dessas possíveis desvantagens.
As 10 maiores cooperativas agrícolas do Brasil
Segundo a Forbes Agro, em 2022, as 10 maiores cooperativas agrícolas do Brasil se destacaram com receitas que refletem sua importância na economia do país. Confira abaixo as principais cooperativas, suas localizações e receitas:
- Coamo: Campo Mourão, PR. Receita R$ 26,07 bilhões.
- C. Valle: Palotina, PR. Receita R$ 22,44 bilhões.
- Lar: Missal, PR. Receita R$ 21,07 bilhões.
- Comigo: Rio Verde, GO. Receita R$ 15,32 bilhões.
- Cocamar: Maringá, PR. Receita R$ 10,32 bilhões.
- Cooxupé: Guaxupé, MG. Receita R$ 10,11 bilhões.
- Coopercitrus: Bebedouro, SP. Receita R$ 9,03 bilhões.
- Cooperalfa: Chapecó, SC. Receita R$ 8,41 bilhões.
- Integrada: Londrina, PR. Receita R$ 8,32 bilhões.
- Frísia: Carambeí, PR. Receita R$ 7,06 bilhões.
Essas cooperativas são grandes players no setor agro, mostrando o peso do cooperativismo na agricultura brasileira.
ERP Senior e a tecnologia para o Agro
No agronegócio, um ERP especializado, como o da Senior, é fundamental para otimizar a gestão das cooperativas. Ele oferece ferramentas para controle de estoque, rastreamento de safra e monitoramento financeiro, além de ajudar na conformidade com regulamentos fiscais e ambientais.
Com a automação de processos, o ERP melhora a produtividade, reduz desperdícios e garante que as cooperativas atendam aos requisitos tributários. Isso fortalece toda a cadeia produtiva, beneficiando os cooperados.
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