O que transformação digital tem a ver com palavras cruzadas?

Na era da transformação digital, entender profundamente a maneira como as pessoas se relacionam com suas famílias, empregos, filhos e passatempos é o que irá fazer a diferença das empresas no futuro.

Li recentemente que o jornal New York Times, uma das instituições jornalísticas mais respeitadas do mundo, possui 400 mil assinantes mensais da sua seção de palavras cruzadas. É como se, todos os meses, a população inteira de uma cidade como Blumenau pagasse 6,95 dólares para acessar a seção do passatempo do jornal.

Confesso que palavras cruzadas não é o que vem à cabeça quando pensamos em transformação digital. De certa forma, o jogo está conectado a uma ideia de mundo analógico, lento e pouco conectado. Mas essa história ajuda a explicar bastante o porquê algumas empresas têm mais facilidade que outras na hora de encarar a travessia para o mundo contemporâneo. O mundo da inteligência artificial, tecnologias digitais, big data, novos modelos de negócios e internet das coisas. Vejamos.

Transformação digital é um conceito muito amplo e que inclui desde novas metodologias de trabalho até a mudança de paradigmas de indústrias inteiras. Em todos os casos, no entanto, um elemento comum é a importância de mapear a jornada do usuário, mais precisamente entender os pontos de contato que o cliente (ou leitor, no caso da nossa história) tem com seu produto.

As pessoas querem continuar consumindo palavras cruzadas em 2018, a exemplo do que faziam em 1979, ano marcado por uma séria crise do petróleo, aliás. Mas, a maneira como as palavras cruzadas estão inseridas em sua jornada mudou completamente. Por exemplo, no passado uma pessoa muito fã de palavras cruzadas deveria se deslocar até uma banca de jornal para adquirir uma revista dedicada ao passatempo. Hoje, é difícil imaginar alguém que o faça, até porque é cada vez mais difícil encontrar bancas de jornal – Chicago, a terceira maior cidade dos Estados Unidos, possui apenas 50 bancas.

O exemplo de transformação digital do New York Times está na maneira como o jornal lida com uma tendência poderosa da jornada do usuário. Estamos na era dos micropagamentos. As pessoas assinam Netflix, Spotify e outros serviços na nuvem e estão acostumadas a pagar um valor competitivo para ter acesso àquele serviço mensalmente, oferecendo uma experiência diferenciada.

Contar boas histórias – ou oferecer um passatempo divertido como palavras cruzadas – é algo que não perdeu valor com o tempo. Entender profundamente a maneira como as pessoas se relacionam com suas famílias, empregos, filhos e passatempos é o que irá fazer a diferença das empresas no futuro.

Antes de analisar a ferramenta mais moderna do mundo, as tendências mais inovadoras na área de design, desenvolvimento de software e programação, é preciso entender as pessoas e seus comportamentos. Acredito que uma discussão constante sobre esses cenários desafiadores será sempre positiva, por isso, incentivo você a comentar, compartilhar mais notícias sobre o assunto e trazer a sua contribuição.

Carlênio Castelo Branco é CEO da Senior, uma das maiores empresas especializadas em tecnologia para gestão do País.

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